Resenha: A Colcha de Despedida, de Susan Wiggs

by - domingo, maio 26, 2013

Depois de um tempinho de ressaca literária e sem conseguir concentrar minha leitura em algo que pudesse resultar em uma resenha coertente, eis que volto trazendo algo que não achei que pudesse acontecer tão cedo. A resenha de uma história pela qual normalmente eu teria um certo receio em ler: “A Colcha de Despedida” de Susan Wiggs.

Capa

A Colcha de Despedida
Susan Wiggs – 285 páginas
Editora: Harlequin Brasil
A loja de tecidos preferida de Linda Davis é o lugar em que as mulheres se encontram para compartilhar suas criações: colchas de casamento, colchas para bebês, colchas de comemoração. Cada qual costurada com muitos sonhos, esperanças e suspiros. Agora, a única filha de Linda se prepara para entrar na faculdade, deixando- a confusa com tantas emoções. De um lado, a felicidade por Molly ter crescido. De outro, uma pontada de angústia por vê-la partir. Qual será o papel de Linda quando ela não for mais necessária como mãe? Ao viajarem juntas para fazer a mudança de Molly, Linda prepara uma colcha com os retalhos de roupas que ela guardou de sua menina. A barra do vestido de batizado, um enfeite de fantasia. Ao unir cada pedacinho, ela descobre que lembranças podem ser costuradas de modo a manter ambas, mãe e filha, com o coração aquecido por muito tempo…

Voltando ao assunto: eu normalmente teria muitas reservas, especialmente pelo estilo da editora Harlequin, dedicada essencialmente a romanções que não necessariamente prezam pela qualidade. Ok, nada contra romances, mesmo porque eu também gosto muito, mas falta de qualidade é triste. De qualquer modo me interessei pela sinopse (mesmo não gostando de artesanato), e comprei o ebook e após várias leituras não aproveitadas de outras obras, eis que me envolvi justamente com essa.

Li em uma única noite. Trata-se de um livro curto e com a linguagem bem acessível. Escrito em 1ª pessoa e se passando na perspectiva de Linda, o livro é muito bem sucedido em praticamente todas as suas intenções. A narrativa transmite delicadeza, tem forte alusão ao artesanato e aos sentimentos despertados nas mulheres que lidam com ele, e mais que um quilt que é o ponto de partida da livro, suas alusões são muito pertinentes na construção da história de seus personagens . Não se trata de uma família perfeita e de uma vida perfeita – embora a narrativa em primeira pessoa possa fazer caber esse pequeno deslize. Trata-se de um projeto para agarrar-se a algo e evitar a síndrome do ninho vazio, com uma escrita muito confortável de acompanhar.

Muitos podem dizer que é clichê. Sim, a história pode ser clichê, seu ponto de partida pode ser clichê, mas quem disse que os clichês tem de ser necessariamente algo ruim? Depende muito da habilidade do autor construir algo digno em um cenário onde se pensa que tudo foi feito, com uma sinopse da qual muitos poderiam torcer o nariz. E Susan Wiggs foi muito habilidosa em construir essa história.

Se você gosta do estilo mulherzinha – e não tem nenhuma vergonha disso – a leitura é muito mais que recomendada! (e com quatro corujas de classificação)

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