Resenha: Persépolis, de Marjane Satrapi

by - sábado, janeiro 04, 2014

Após um 2013 repleto de muitos livros, seria de se esperar que eu tentasse fazer uma pausa, não é mesmo? É, seria o correto. Seria, porque não consegui. Acabei catando mais um livro. Bom, não é como se fosse um grande pecado… apenas peguei um livro que estava na minha estante e resolvi retomá-lo, só que como pensei ter passado muito tempo desde a última vez, acabei optei por reler. O escolhido foi o volume completo de Persépolis, de Marjane Satrapi.

(Curiosidade pessoal: embora tivesse trocentas obras me esperando no Kindle, acabei optando por um livro físico. Isso tem algum significado especial? Quer dizer que sinto saudade do papel? Não, nada de especial. Apenas queria contar…)


Título: Persépolis
Autora: Marjane Satrapi
Editora: Companhia das Letras - 352 páginas.
Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares. Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

Quando adquiri “Persépolis” fui influenciada por postagens de um blog que lia em uma época bastante remota da minha vida. Tão remota que nem sequer lembro mais. A sinopse havia me interessado, mas nunca cheguei realmente a pensar em adquirí-lo até o dia em que “me lembrei” dele ao encontrar uma anotação sobre “livros desejados” (quem nunca?).

Fiquei interessadíssima quando li novamente a sinopse visto que gosto tanto de livros que tenham como temática a vida em países do Oriente Médio, especialmente mulheres. Também trazia para mim um novo tipo de leitura, afinal nunca tinha lido um “comic book” antes. Persépolis foi minha primeira tentativa no gênero, e realmente devo dizer que gostei.

Um dos momentos impagáveis de Persépolis.

A obra de Marjani Satrapi é bela e comovente em vários sentidos. Ele conta uma história dura, mas é repleto de sensibilidade. Repleto de momentos de choro e riso. Não se tratou somente de desbravar questões políticas e históricas do Irã, mas também a própria vida da autora, especialmente coisas tão íntimas como o vazio, a falta de referências e a crise de identidade que viveu em sua estadia no exterior.

Considero Persépolis uma pérola, uma pequena e delicada obra de arte. Uma leitura que vale a pena em todos os sentidos (e que merece cinco corujas com certeza).

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1 comentários

  1. Poxa, eu tô pra comprar e quando fui no Submarino uma vez estava esgotado. =S

    Depois esqueci de voltar e não voltei mais.

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