Resenha: Quebrada em Grande Estilo, de Jen Lancaster

by - sexta-feira, junho 05, 2015

Até o momento devo dizer que, embora eu tenha pelo menos tentado planejar minhas leituras, minhas escolhas de livros para 2015 começaram de forma bastante intuitiva. Não tenho uma fila planejada, um cronograma definido: quase sempre prefiro me guiar segundo o meu humor, que nem sempre é dos mais colaborativos.

Por que estou falando tudo isso? Porque não vejo nenhuma outra maneira de explicar a razão pela qual li esse livro:



Quebrada em Grande Estilo
Título Original:Bitter is the New Black – Confessions of a Condescending, Egomaniacal, Self-Centered Smartass"
Autora: Jen Lancaster
Editora: Gutenberg | 331 páginasJen Lancaster era uma alta executiva do ramo da tecnologia de Chicago que tinha a vida com que todas sonham: o homem ideal, o emprego perfeito, glamour, estilo, grifes, viagens e dinheiro para gastar. Mas, sem que ela percebesse o que inevitavelmente ia acontecer – já que estava ocupada demais fazendo as unhas, comprando sapatos e sendo paparicada –, seu mundo vira de cabeça para baixo quando ela perde seu emprego, o que faz seu padrão de vida despencar.

Neste delicioso livro inspirado na vida real da autora, ela narra tudo o que precisou fazer para se reinventar a partir do instante em que teve de trocar seu polpudo contracheque pelo seguro-desemprego e amargar várias portas se fechando diante dela. Rindo das próprias desgraças e mantendo seu humor despachado e sarcástico, ela conta percalços que poderiam acontecer com qualquer um, mas de um modo infinitamente mais interessante e divertido do que em geral faríamos.

Realmente não sei bem como explicar a escolha do livro. Talvez eu estivesse triste e quisesse algo capaz de limpar a mente e desintoxicar de leituras anteriores. O ebook estava lá, o meu kindle tinha espaço para armazená-lo, eu tinha madrugadas para ler, então ok. E não sei o que mais posso dizer além de "ok". Ah, talvez um "miga, seje menas".

Como provavelmente era a intenção inicial, não consegui sentir nenhuma empatia por Jen. Ela era a imagem daquelas patricinhas que tanto atormentavam protagonistas nos filmes da Sessão da Tarde e do Cinema em Casa, e com as quais nunca cheguei a ter paciência. Competente naquilo que faz, porém fútil, egocêntrica, infantil, praticamente um ser vazio. E isso não mudou muito conforme o livro se estendia, mostrando os perrengues financeiros que ela e seu companheiro passaram a enfrentar e sua jornada em busca do dinheiro e do sustento de cada dia. (sim, as coisas ficam dificeis a esse ponto).

Humildade? Sim, isso vem aos poucos. Afinal dá para perceber que temos uma redenção a caminho, portanto o interessante é notar a trajetória. Um spoiler? Não, realmente não. Se tudo tivesse continuado uma merda, provavelmente não teríamos um livro sobre o assunto, muito menos a carreira de escritora que se seguiu. Hoje, Jen Lancaster conta com pelo menos sete livros de sua autoria, portanto o indicativo de um final considerado feliz é um fato. A despeito de todos os "miga, seje menas", não posso ignorar o fato de que ela é perseverante e vai até o fim naquilo que tenta fazer, o que a torna pelo menos, não tão intragável durante o decorrer do livro.

Devo dizer que o livro conta com boas tiradas. Narrado em primeira pessoa, as memórias da autora são colocadas no papel de forma bastante mordaz, e provavelmente foi isso que me fez seguir adiante em algo que não me trouxe maior proveito do que a pretendida detox mental.

Sinceramente? Não gosto do livro, mas indico para quem gosta desses "projetos de vilã" e ao mesmo tempo deseja uma leitura mais descontraída.

E a classificação fica sendo duas estrelinhas mesmo, e olhe lá.

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1 comentários

  1. Nossa, taí um livro que eu nunca pegaria pra ler, nossinhora.

    Depois dessa resenha, não pegaria mesmo, nem pra passar o tempo na fila do posto de saúde. Confio no seu taco!

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