Resenha: Do que eu falo quando falo de Corrida, de Haruki Murakami

by - sábado, junho 20, 2015

Não lembro se já mencionei isso antes, mas um dos meus escritores preferidos é o Haruki Murakami. Sim, preferidos para a vida, a ponto de querer uma coleção de seus livros (e sofrer com o preço salgado) e - tal como em "A Culpa é das Estrelas" - ler até mesmo sua lista de supermercado, mesmo essa sendo uma situação para passar raiva porque ela estaria completamente truncada, com a mesma coisa escrita várias vezes e sem nenhuma conclusão.

O que eu quero dizer com isso? Que minhas experiências com os livros do autor estão bem longe de terminar, portanto ainda há muito trabalho a fazer e muito para ler. E a obra mais recente ao qual tive acesso não me decepcionou em nada:


Do que eu falo quando falo de corrida
Autor:Haruki Murakami
Editora: Alfaguara | 152 páginas
Em 1982, Haruki Murakami decidiu vender seu bar de jazz em Tóquio para se dedicar à escrita. Nesse mesmo período, começou a correr para se manter em forma. Um ano mais tarde, ele completou, sozinho, o trajeto entre Atenas e a cidade de Maratona, na Grécia, e viu que estava no caminho certo para se tornar um corredor de longas distâncias. Os anos se passaram, e os romances de Murakami ganharam o mundo. Traduzido em 38 idiomas, ele é um dos autores mais importantes da atualidade. É também um maratonista experimentado e um triatleta. Agora, ele reflete sobre a influência que o esporte teve em sua vida e, sobretudo, em seu texto.

Este é um livro bem-humorado e sensível, filosófico e revelador, tanto para os fãs deste grande e reservado escritor quanto para as inúmeras pessoas que encontram satisfação semelhante nas corridas.
Em geral, estou sempre pronta e disposta a ler os livros do Murakami, que naturalmente contam com lugares cativos na minha lista de "Quero Ler" do Skoob, porém a escolha de qualquer livro para ler depende muito do meu humor.

E essa obra em específico surgiu em um bom momento: minha cabeça estava precisando de uma faxina mental de histórias anteriores, o que naturalmente significa que os livros de cunho biográfico são boas opções pra mim. E claro, se esse livro vem de um dos meus autores preferidos, melhor ainda.

Definitivamente não me decepcionei. Mesmo sendo uma pessoa naturalmente sedentária, pude me envolver com o tema, porque era mais do que as experiências do autor a respeito de corrida. Também é possível encontrar mais sobre sua escrita, seus hábitos e outras miudezas que por si só ajudam a montar um pouco do quebra-cabeças que é Murakami, muito reservado em sua vida pessoal.

O livro também é uma boa opção para quem está querendo começar a ler as obras do autor, mas não tem vontade de se iniciar em histórias muito longas. É uma obra curta, que dá uma boa amostra de como é o seu tipo de narrativa e também alguns dos vícios de sua escrita, como é o caso de voltar em um ponto várias vezes no decorrer da história a ponto de até mesmo o leitor ser capaz de decorá-lo. E se você sobreviver a isso, terá boas chances de conseguir sobreviver aos livros dele.

Classificação? Quatro corujas e boas chances de ter uma vaga na minha prateleira de preferidos.

Leia também:

0 comentários

Não se acanhe e deixe seu comentário.
Mas não aceito comentários esdrúxulos, ofensivos, com erros, preconceituosos... Ahh, você me entendeu.