Resenha: A Morte de Ivan Ilitch, de Leon Tolstoi

by - domingo, janeiro 17, 2016

Há algum tempo vejo esse livro sempre com boa avaliação tanto em blogs quanto canais literários, mas sabe quando você não dá muita atenção e procura outras coisas para ler? Pois é, esse foi o meu caso e por isso demorei tanto a finalmente embarcar. Desencantei quando resolvi que um dos meus objetivos para 2016 seria justamente ler mais clássicos, e TCHARAN! Aqui estou eu agora.



Sinopse;
Muitos críticos consideram a "A Morte de Ivan Ilitch" como a novela mais perfeita da literatura mundial; a agonia de um burocrata insignificante serve de pretexto ao autor para nos contar uma história que diz respeito ao destino de cada um de nós e que é impossível ler sem um frêmito de angústia e de purificação.

O livro:


Ivan Ilitch é um magistrado que se julga um homem de qualidades. Sua vida, gestos e atos são todos pautados por equilíbrio, retidão e respeitabilidade, visando crescimento e satisfação através da construção de sua imagem perante a sociedade. Ele está no auge de sua carreira ao receber uma ótima oferta de emprego e começa a se preparar: compra um apartamento para sua família e resolve cuidar da decoração pessoalmente antes que os seus cheguem e se estabeleçam no novo lar. Durante esses ajustes, Ivan leva um tombo do qual aparentemente não teve maiores consequências, mas que se torna o estopim de uma longa doença da qual nenhum médico sabe o que se trata ou se pode ser curada. Por fim essa agonia o colocará diante da reflexão de seus atos no decorrer da vida.

Avaliação:


"A Morte de Ivan Ilitch" é uma novela com nenos de 100 páginas, mas devo dizer que, apesar do seu tamanho, ele não deixa nada a dever a respeito do que temos como uma boa história. Seu texto é marcado por reflexões sobre mortalidade e também sobre aquilo que faz o ato de viver valer a pena, bem como os gestos e valores dignos de lembrança.

Ivan, até o dia em que sua doença deixou bem clara que lhe traria o destino derradeiro, foi obrigado a examinar sua vida e consciência. Antes reclamando a estima e a preocupação daqueles que estavam a sua volta, passou a ser obrigado a refletir duramente sobre si mesmo quando aparentava não restar nada além da dor. Foi obrigado a descobrir que pouco valeu os esforços de aparência e respeitabilidade, que isso não o colocava acima dos outros e que sua reputação não o colocava um patamar acima a de qualquer outro ser humano. Que ele ainda seria frágil e teria o mesmo fim de qualquer modo. Seu alívio veio somente mediante a aceitação de que talvez sua existência não fosse algo digno de nota, mas que ainda poderia fazer algo certo. O certo era sua dívida para com os vivos e que, no fim das contas estava além de qualquer convenção social ao qual já se submetera. No fim, era justamente o que lhe prendia.

Imagino a repercussão que essa história causou na época de sua publicação. E definitivamente entendi porque tanta gente aprecia e indica a leitura.


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4 comentários

  1. Também quero ler mais clássicos em 2016, ou melhor, quero ler na vida! Sabe aqueles livros que olham para você e parecem dizer: "DECIFRA-ME OU TE DEVORO!"! Vou procurar "A morte de Ivan Ilitch" pra já!

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  2. Eu tenho um sério problema com clássicos, mas é mais pelo estilo de narrativa. Não me importo de ler obras desse tipo, mas geralmente eu pego uma e não entendo uma linha. =P

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    1. É disso que eu gosto no que a LP&M traduz. A linguagem tende a ser mais acessível. <3

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