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A Garota da Biblioteca

Não é segredo para ninguém que minhas últimas semanas não foram nada fáceis. Problemas se acumulando, imprevistos surgindo e além de tudo isso, uma tremenda falta de ânimo para me envolver com leitura. Isso fez com que eu ficasse sem válvulas de escape, já que os livros costumam ser as melhores ferramentas para me distrair. Ou seja: eu estava em meio a uma ressaca literária.

Siga a @manunajjar

Imagem: Não achei nem na busca reversa do Google. Quem souber me avise, please!
Os sintomas da ressaca literária são facilmente identificáveis pelo menos no meu caso: concentração dispersa, 'cabeça cheia', falta de vontade de sequer olhar para a estante ou para o Kindle, desânimo notável pela ideia de ter que escolher algo para ler. Sintomas que são péssimos para quem é leitora quase compulsiva. 

Além do estresse, algumas ressacas literárias acontecem após ter lido um livro muito bom. Eu mesma já passei por isso depois de livros como "Americanah" e "Ardil-22". Aliás, devo dizer que esse tipo representa a maioria das ocorrências do problema . Não que exista algum número ou pesquisa nesse sentido, isso é apenas um achismo. 

Imagem: Editora Arqueiro

Seja como for, durante esse período vi muita gente falando que estava passando por algo parecido e também usando o nome de 'ressaca literária' para nomear esse período tenso na vida de qualquer leitor A maioria dessas pessoas eram marinheiras de primeira viagem nesse assunto, portanto acho que vale compartilhar algumas dicas sobre o que fazer: 

1. Leia livros de não-ficção: Muitas vezes minha ressaca literária é reflexo do excesso de livros que leio. Com isso minha mente fica cheia de histórias e simplesmente pede tempo para conseguir digerir os assuntos, especialmente se as últimas leituras forem de livros densos. Nesse caso, os livros de não-ficção - especialmente as biografias - são armas bastante valiosas. No meu caso, esse tipo de obra é capaz de 'limpar a mente' e preparar o espírito para uma próxima leitura.

2. Leia livros de outro gênero: Comecei a sair da minha última ressaca literária quando resolvi ler uma distopia após uma sequência de romances e new adults. Na ocasião apelei para eles devido ao fato de precisar de uma leitura leve, mas com o tempo a temática começou a me intoxicar. Para acabar com os excessos lancei mão de uma alternativa completamente diferente em gênero literário. E funcionou. Pode ser que a mudança de ares possa fazer bem também no seu caso.

3. Apele para o seu guilty pleasure: Sabe aqueles livros que são um tremendo prazer culpado e que temos vergonha de assumir que lemos? Então, eles são boas ferramentas contra a ressaca  literária. O meu guilty pleasure são romances da Harlequin. Não sou leitora fiel, mas se a sinopse é boa gasto meus R$ 9,90 ou um pouco mais em ebooks desse tipo.

4. Respire fundo e espere passar: Essa poderia ser a primeira alternativa, mas eu sou muito impaciente para me dar essa folga a menos que seja necessário. Mas se o seu cérebro está pedindo arrego vale a pena tentar dar esse descanso a ele antes de tentar qualquer uma das alternativas acima. Vá fazer outra coisa e tente não se preocupar com isso. Quando menos esperar sua vontade de ler vai dar o ar da graça.  

E você? Tem algum truque para fugir dessa dita-cuja? 
Tcharaaaan! Overdosando (essa palavra existe?) de posts durante a semana após um longo período de abstinência! E a culpada por isso é a Lady Sybylla, que me incluiu na TAG Liebster Award. Convenientemente eu estive sem internet durante um longo período e ela não me falou nadinha... até a hora que resolveu soltar a bomba.



E siiim! Responderei a TAG, que segue algumas regrinhas:

  • Escrever 11 fatos sobre você
  • Responder as perguntas de quem te indicou a TAG
  • Indicar de 11 a 20 blogs
  • Fazer 11 perguntas para quem você indicar
  • Inserir no post uma imagem com o selo Liebster Award
  • Linkar de volta quem indicou.

Sim, responderei, mas com algumas alterações: eu não tenho 11 blogs a quem indicar. Aliás dá para contar nos dedos os blogs que conheço e por serem muito mais antenados do que eu provavelmente já responderam a TAG. Portanto, sem indicações e nem sugestões de novas perguntas.


11 fatos sobre mim:



1. Aprendi a ler através de gibis: 

Meus pais comentam que, para variar um pouco no acervo de histórias infantis, eles compravam gibis da Turma da Mônica. Com o passar do tempo - e a medida em que fui aprendendo a ler - acabei dispensando a ajuda deles e tentava ler sozinha. Ainda tenho alguns em casa, inclusive o almanacão dos 30 anos.

2. Não tenho o menor problema com spoilers:
Perdi as contas de quantos livros eu li já sabendo qual seria o final. Meu foco é o desenvolvimento da história, portanto não estou nem aí para possíveis revelações de enredo.

3. Adoro Jane Austen:
Comecei a ler Jane Austen enquanto estava na faculdade, mas não pude prosseguir na leitura, porém, anos depois conheci melhor o trabalho dela e hoje tento manter um acervo de livros da autora e de trabalhos baseados em sua obra. Aaaamo!

4. Adoro as irmãs Brontë:
Não lembro como me interessei pelo trabalho delas, mas o primeiro livro que li foi "Jane Eyre". Depois disso, minha relação com os livros das irmãs é a mesma que tenho com os de Jane Austen. Aliás, gostaria que houvesse mais de Anne Brontë para ler.

5. Sou autora de fanfics:
Se alguém conhece o blog Limão em Limonada, sabe que sou autora e já escrevi vários posts sobre o universo das fanfics e suas semelhanças com a blogosfera. Hoje o blog está fora do ar devido ao maravilhoso serviço #sqn do Uol Host, mas pretendo resgatá-lo algum dia. E não, minha identidade de ficwriter é secretíssima então não vou falar mais nada sobre isso.

6. Sou noveleira: 
Na prática devo dizer que gosto de ficção, e isso inclui as famigeradas e injustiçadas telenovelas. Gosto tanto do tema que ele foi parte fundamental do meu TCC na graduação em Jornalismo. Não aguento ouvir gente dizendo "desligue a TV e vá ler um livro" quando a discussão é telenovela já que o problema é o fato de o veículo TV ser dirigido a massa e portanto utilizado como sinônimo de alienação. Dizem que novela não presta pra nada, que "só mostra mau exemplo e ensina o que não presta" mas essas mesmas pessoas nunca se tocaram sobre o contexto em que os grandes clássicos da literatura foram publicados. Infelizmente não tenho mais a mesma paciência para assistí-las, portanto estou desatualizada.

7. Não gosto de livros narrados em 1ª pessoa:
Sou muito sistemática a respeito do que leio e escrevo (pelo menos no que diz respeito a ficção), e a sensação que tenho é que estou lendo um monólogo interior ininterrupto, o que é bem chato e cansativo. Outro ponto é que a descrição de cenas como ação sempre soa muito mais difícil tanto na escrita quanto na leitura. Muitos autores querem escrever com esse recurso, especialmente os iniciantes, mas poucos tem jeito para isso.

8. Não tenho a menor paciência para ler cenas eróticas:
Sério. Não gosto, não consigo, nem tenho paciência para descrições imensas sobre foda. Li "Cinquenta Tons de Whatever", mas não fiz a menor questão de ler o que era erótico, sem contar que  o pouco das cenas que tentei ler provocaram uma sensação de vergonha alheia sem precedentes. #DesculpaSociedade

9. Leio romances da Harlequin: 
Sim, esse é o meu guilty pleasure e leio especialmente se estiver deprimida. E sim, embora as fórmulas sejam desgastadas (macho alfa, milionário grego ou sheik, órfãos ou filhos de pais omissos, casamentos por conveniência e blábláblá) e também haja cenas de sexo (ler item 8), ainda considero um entretenimento bastante válido.

(Não, não leio os protagonizados por sheiks. Isso aí já é forçar a barra além do limite...)

10. Não tenho problemas para ler no ônibus ou no carro:
Muita gente sente enjoos quando tenta ler dentro do ônibus ou enquanto está no carro (não enquanto está dirigindo, dãããã). Eu, pelo contrário, consigo até mesmo escrever se a estrada estiver em boas condições. Aliás, grande parte das minhas leituras de TCC foram feitas dentro do ônibus mesmo.

11. Não ligo para adaptações cinematográficas de livros: 
Na prática, o que acontece é que posso facilmente passar anos sem ir ao cinema. (Aliás, o último filme que vi no cinema foi a primeira parte do último filme de Harry Potter - As Relíquias da Morte - sendo que nunca assisti os anteriores), portanto o assunto não faz grande diferença para mim. Trato as adaptações cinematográficas ou para a TV como fanfics da obra original, o que torna as discrepâncias muito mais palatáveis e gera muito menos estresse... (aliás, nem sei porque as pessoas se estressam justamente por isso...)


As perguntas:

1. O hábito da leitura vem de onde? 
De casa! Meus pais sempre gostaram muito de ler, portanto cresci como leitora e não abro mão da leitura por nada.

2. Você prefere livros físicos, ebooks ou os dois?
Os dois. Para falar a verdade não entendo essa frescura de 'sentir o cheiro do livro'. Pelamor, o importante é ler. Se eu gosto do livro, faço questão de ter os dois, mas francamente não me importo com a plataforma, mas o e-reader dá um banho em termos de praticidade.

3. Você tem e-reader?
Atualmente tenho um Kindle Paperwhite de primeira geração. Já tive um Kindle com botões (o primeiro a venda no Brasil) e um Kobo Glo, que hoje está com minha mãe. Adoro e-readers! Minha vida de leitora ficou super prática!

4. Qual o seu gênero literário preferido?
Não tenho exatamente um gênero literário preferido, mas normalmente leio dramas e romances com mais frequência que outros gêneros.

5. Lê literatura brasileira?
Leio, mas não tenho muito contato com a literatura brasileira clássica ou os autores consagrados. Leio com mais frequência os contemporâneos, como é o caso da Leticia Wierzchowski e do Daniel Galera.

6. Gosta de ler resenhas antes de comprar um livro?
Sim: normalmente as resenhas já indicam se o livro promete ser bom ou se vou perder tempo caso decida comprá-lo sem nenhuma outra informação.

7. Qual sua série literária favorita?
Não costumo acompanhar séries literárias, detesto esperar (maldito seja George R.R Martin), mas amo a trilogia 1Q84, do Haruki Murakami.

8. Lê, em média, quantos livros por mês?
Vish, não tenho nem ideia. De dois a três. Se for um bom mês chego até a ler quatro.

9. Tem preconceito com algum gênero literário? Por que?
Tenho com livros eróticos. Na verdade não tenho paciência para ler algo com a maioria da história feita por pegação ou por detalhes milimétricos de anatomia e 5986597698 páginas de gente se comendo. (Sim, acontece com frequência, tanto em livros quanto com fanfics) 

10. Compra livros online ou prefere ir à livraria?
Compro muito pela internet, porque não tem livrarias por perto, sem contar que os descontos costumam ser muito bons. O problema é que fico ansiosa com a entrega. E se eu estiver em uma livraria, é certeza sair com alguma compra, mas normalmente ela é planejada com antecedência. 

11. Autor ou autora da qual você não perde um livro sequer?
Uh! São vários autores, mas Leticia Wierzchowski, Xinran e Haruki Murakami (dois quais ainda não consegui ler todos) são os que tento acompanhar com mais frequência.

Ufa, terminou! E como mencionei anteriormente, não conheço blogs suficientes para fazer indicação para a tag nem sugestão de perguntas. Nesse caso encerro por aqui :-)

Até mais!
E lá vamos nós para a primeira resenha de 2015! Ok, com um ligeiro atraso de 13 ou 14 livros (e mais uns três ou quatro guilty pleasures que nem conto como leitura), porém antes tarde do que nunca. Mesmo porque, eu demorei eras até pensar em resenhar esse livro. Foi algo bastante difícil de ler, de refletir e escrever.

Então, vamos lá:


Ardil-22Autor: Joseph Heller
Editora: BestBolso | 560 páginasAmbientado na Segunda Guerra Mundial, este clássico antibelicista e satírico consagrou Joseph Heller no meio literário. Ardil-22 foi livremente inspirado nas próprias experiências de Heller, que entrou para a United States Army Air Corps e aos 20 anos foi enviado para a Itália, onde voou em 60 missões de combate como bombardeador em um B-25. Este primeiro romance do autor foi aclamado pela crítica inglesa ao enfatizar, de modo irônico, o absurdo da guerra e as atrocidades cometidas nos campos de batalha. O livro inspirou o filme de guerra homônimo dirigido por Mike Nichols, uma peça de teatro apresentada no John Drew Theater de Nova York, a comédia M.A.S.H. de Robert Altman sobre a Guerra da Coreia e, mais recentemente,o 66º episódio da série televisiva Lost, intitulado Catch-22. Um clássico mais que atual nos dias belicosos de hoje.

Esse livro tem uma história pessoal. É um daqueles que conheci através do canal da Tatiane Feltrin e tive curiosidade em ler: algo que acontece com uma certa frequência. O problema é que, entre o dia da compra e o dia em que pude colocar um ponto final nessa resenha, vários meses se passaram e muita água correu nesse rio. E sim, tive sérios bloqueios tanto para ler e persistir na leitura quanto para escrever alguma coisa a respeito.

O que aconteceu foi o seguinte: durante minhas tentativas eu mal conseguia chegar até a página 20. Os vai-e-vem da narrativa me irritavam o suficiente para colocar o livro de lado e adiar novas incursões. Até que um dia, após meses de enrolação, resolvi tentar mais uma vez e prossegui. E demorei na leitura, me envolvi até o momento em que as páginas terminaram, os post-its sumiram (e misteriosamente apareceram colados no livro) e perceber o quanto seria difícil resenhá-lo. E o quanto muito do que se pode falar a respeito dele pode soar como spoiler, o que complica bastante uma missão que já soa quase impossível.

Bom: na prática temos um livro com uma narrativa não-linear, cujas voltas e reviravoltas - especialmente nos trechos de ironia - podem deixar leitores confusos e irritados, mas o avançar das páginas vai deixando o humor de lado até sobrar muito pelo qual é necessário refletir. É uma obra que requer paciência e pode acabar subestimada caso haja pressa em formar uma opinião a seu respeito, principalmente em seus primeiros capítulos.

A ironia, que é a qualidade mais citada na obra, pra mim foi bastante irritante quando soava em excesso. Não que seja um defeito do livro, mas sim um propósito: em certas situações ela representava a descrição de uma situação tão complicada de entender que chegava a dar um verdadeiro nó naquilo que eu julgava estar compreendendo. Porque sim: a guerra é absurda, irônica e cheia de voltas até que alguém se dê conta do quanto isso a representa, não como apenas um recurso de narração, mas uma situação real.

Após a metade do livro esses absurdos e ironias vão perdendo o ar de inocência, ou a comicidade. Eles passam a adquirir o ar de realidade, daquela sensação de impunidade que conhecemos tão bem quando ela é infligida contra nós. Passam a ter o gosto metálico do reconhecimento daquelas verdades que nos atingem porém pouco paramos para refletir sobre seu significado.

"Ardil-22" é um livro repleto de socos no estômago, especialmente quando temos um olhar atento sobre aquilo que nos cerca. Talvez por isso seja tão impossível resenhá-lo de uma forma coerente (ou pode ser uma incapacidade minha mesmo, não nego essa possibilidade).

Entretenimento? O livro é bem mais que isso. Leia com paciência e cada página poderá valer muito a pena.

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Amor pelos livros, admiração pela cultura inútil e tendências ao burnout.

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