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A Garota da Biblioteca

Quem não é novato nesse blog sabe que gosto muito de Jane Austen. Gosto tanto a ponto de não me limitar a ler suas obras originais, mas também buscar filmes, séries e tudo mais que for baseado em sua obra. Nesse caso, é óbvio que eu me envolveria com sua biografia, ou pelo menos com o mais próximo de uma biografia que for possível encontrar. Esse é o caso de "Uma Memória de Jane Austen".



Uma Memória de Jane AustenAutor: James Edward Austen-Leigh
Editora: Pedrazul | 232 páginas
O livro contendo as memórias da tia Jane Austen, compilado por James Edward Austen-Leigh, foi publicado no ano de 1870, mais de meio século após a morte da escritora. A biografia, que é a junção das lembranças do sobrinho James Edward e de duas de suas irmãs, Anna Lefroy e Caroline Austen, continua, ainda hoje, mesmo após várias outras biografias lançadas mundo afora, a ser a autoridade principal da veracidade de sua história e a fonte e referência para todas as obras subsequentes. Uma Memória de Jane Austen traz as lembranças de família, a narração de sua vida por parte dos sobrinhos que conviveram com ela na infância e as reminiscências encantadoras de uma época, de seus costumes e tradições. Inclui, também, o registro de quando a autora dava início à carreira, parte de sua correspondência, as quais mostram sua personalidade, o amor pela família, pelos amigos e pelos livros. Lembranças sutis, como a dos chapéus usados por ela, de sua beleza delicada, do tom de sua voz, de sua alegria e de seu papel fundamental na família Austen. Memórias vívidas para milhões de fãs daquela que foi e ainda é a mais querida escritora inglesa de todos os tempos. Esta edição, pela primeira vez no Brasil, reúne, além da biografia escrita por James Edward, o capítulo cancelado de Persuasão e textos inéditos de sua juvenília.

Ainda falando sobre como 2015 tem sido um ano de realizações de desejos literários, acho que nem preciso dizer que essa belezinha estava na minha lista desde que a editora anunciou seu lançamento. É fundamental para toda e qualquer tiete ter uma biografia do alvo de tanto amor e essa é a mais legítima ao qual podemos ter acesso.

Se eu gostei? Tenho sentimentos dúbios a respeito. Trata-se de uma biografia, um registro documental bastante antigo e que não foi feito para ser "legal ou divertido". Outro item que me deixa em dúvida a respeito de um "gostei" é que esse tipo de biografia nem sempre pode corresponder a verdade. A razão disso? Posso oferecer ao menos duas:

1. Estamos falando de uma obra escrita por alguém da família de Austen, porém, que não tinha as lembranças mais fiéis possíveis devido aos anos passados entre a morte da autora e a escrita, sem contar que muitas pessoas que conheceram Austen pessoalmente e tinham papéis ou cartas de sua autoria se desfizeram desses itens devido a aversão a ideia de expor documentos privados e também por não julgarem que ela despertaria um interesse tão prolongado.

2. Também existe a tendência de proteger e projetar a imagem de acordo com os anseios da família e segundo as normas sociais da época. Austen é retratada como uma mulher doce, humilde, sensível e cristã. Não houve defeitos a serem retratados ou pontos de controvérsia. É um tributo a memória de Jane e também uma resposta aos que estavam interessados em sua vida. Portanto, nada de esperar por possíveis escândalos e fofocas ou histórias de amor perdidas por aí.

Esses são obstáculos? Sim, são. Isso sem contar a linguagem, que faz com que o leitor precise ter atenção para manter o fio da meada, mesmo a tradução sendo boa. Porém o livro traz diversos itens como curiosidades, resquícios pessoais dos hábitos da autora e o capítulo cancelado de "Persuasão". E para quem é fã, isso é o bastante para dar um 'quentinho no coração'.

Algumas curiosidades eu já tinha conhecimento, como o fato da autora escrever na sala principal de sua casa, sempre em pequenos papeis que podiam ser escondidos ou cobertas por folhas de mata-borrão, já que não desejava que ninguém visse o que estava escrevendo ou qual sua ocupação. Do mesmo modo, a porta rangendo que, embora fosse incômodo, alertava Jane sobre a chegada de outras pessoas. Esses são itens presentes em outras obras como biografias romanceadas e também nos prefácios e introduções de sua Juvenília, mas que é sempre legal descobrir qual a origem.

Já outras curiosidades eu não tinha a menor ideia, como o fato de Jane Austen ter pensado em desfechos de alguns dos personagens de suas obras, mesmo não sendo mencionados no fim de suas respectivas obras. Esse é o caso das outras irmãs de Elizabeth, de "Orgulho e Preconceito", que não tiveram maiores atenções na obra original. Também é possível encontrar outros detalhes de "Emma" e "Mansfield Park", o que já me fez o livro valer muito a pena.

Em suma: se você é fã de Jane Austen, esse livro é fundamental! Quatro corujinhas e muito amor pela Pedrazul, que finalmente trouxe a obra para o Brasil.

Tags, tags e mais tags. Maldita seja a Sybylla do Momentum Saga para me obrigar a passar por isso. Do mesmo modo, maldita seja eu mesma que sou tão forever alone a ponto de sempre ser indicada pela mesma pessoa e sempre responder de qualquer maneira. Ok, talvez seja porque creio que as tags sejam uma boa forma de gerar posts mais variados. Não vou dizer nem que sim, nem que não.



Enfim, a tag está dividida em 10 perguntas. 'Bora lá então:

1. Você já leu algum livro que mudou sua maneira de ver o mundo?


Ôxe, vários! Mas "Americanah" da Chimamanda Ngozi Adichie foi um dos mais poderosos nesse sentido. Que livro maravilhoso!

2. Você gostaria que seus diários (ou suas memórias - para quem nunca escreveu um diário) fossem transcritos em um livro e publicados?


Nem se eu tivesse uma vida suficientemente interessante para isso.

3. Qual é o seu maior medo no universo literário?


Atualmente, que o George R.R. Martin morra antes de terminar "As Crônicas de Gelo e Fogo" (zoei).

4. Qual livro você leu e gostaria de ler novamente?


Nossa, gostaria de reler vários, mas no momento gostaria de reler "As Três Marias" da Rachel de Queiroz.

5. Você considera algum livro da sua coleção como um troféu? (Foi difícil de conseguir ou foi uma conquista, um presente de alguém muito querido... etc.)


Meus livros da Xinran, porque esperei muito por uma promoção decente para conseguir comprá-los: "As Boas Mulheres da China", "Mensagem de uma Mãe Chinesa Desconhecida" e  "As Filhas Sem Nome". Meu exemplar de "Memórias de uma Gueixa" também é tratado como troféu porque foi o primeiro da minha atual coleção.


6. De qual festa ou comemoração que aconteceu nos livros que leu gostaria de ter participado?


As celebrações de Hogwarts, da série Harry Potter. Ok, eu não terminei de ler os livros porque faltou o último. Na verdade, precisaria reler todos para relembrar e conseguir ler o último, mas as descrições das cenas de festas eram tããão legais!


7. Você já sofreu algum tipo de bullying literário por causa de alguma obra que você gosta?


Não que eu me lembre, mas já sofri bullying por gostar de ler. Uma vez um colega me viu lendo um livro de crônicas do Nelson Rodrigues e me perguntou porque eu lia tanto, especialmente ficção, porque era algo inútil. Para ele, útil era somente as apostilas de cursos e livros didáticos.

Normalmente eu deveria sofrer bullying literário por - de vez em quando - me aventurar nos romances de banca da Harlequin, mas não. Ninguém foi maluco de tentar, pelo menos até agora. E se tentar, vai se dar muito mal.


8. Você já participou ou conhece algum grupo de leitura?


Conhecer até conheço, afinal a internet aproxima pessoas, elimina barreiras geográficas e blá-blá-blá, mas a verdade é que não tenho muita paciência para participar de clubes do livro e grupos de leitura. Não tenho paciência para seguir uma lista de leituras propostas por eles, mesmo que seja escassa e não me atrapalhe com os outros. 

A verdade é que sou antissocial e pouco tenho aquela necessidade de conversar e debater sobre minhas leituras. É bem raro de acontecer, mas ultimamente até que estou encontrando bons livros que me façam ter a vontade de falar sobre eles. A maioria é simplesmente: ok -> status no Skoob -> morreu neves.  


9. Se você tivesse que dividir sua alma em 7 livros, quais seriam?


Eita, complicou a vida. Vejamos:

"A Redoma de Vidro" - Sylvia Plath
"Americanah" - Chimamanda Ngozi Adichie
"Histórias de Mulheres" - Rosa Montero
"A Casa das Sete Mulheres" - Letícia Wierzchowski
"Orgulho e Preconceito" - Jane Austen
"Jane Eyre" - Charlotte Brontë
"Norwegian Wood" - Haruki Murakami


10. Se você tivesse o poder, qual personagem de qual livro mudaria, ressuscitaria ou faria desaparecer?

Hum... temos decisões sérias a tomar por aqui:

Eu mudaria a Tris da trilogia Divergente (também conhecida como ente-ente-ente), PORQUE AQUELE FINAL NÃO FAZ O MENOR SENTIDO! E claro, um pouco menos de dependência do Quatro, porque pelamordedeus... não vou nem comentar mais que isso. 

Ressuscitaria pelo menos metade dos personagens que morreram nas Cronicas de Gelo e Fogo e deixaria que o George R.R. Martin sumisse com a outra metade. E faria desaparecer a Mae de "O Circulo" escrito por Dave Eggers, mas aí não teríamos livro e isso seria um problema já que o dito cujo é bom...



Bem, essas foram as minhas respostas! Quem eu indico para a tag? Deixo em aberto, afinal sou muito forever alone para conhecer alguém que tenha interesse em responder...  

Não lembro se já mencionei isso antes, mas um dos meus escritores preferidos é o Haruki Murakami. Sim, preferidos para a vida, a ponto de querer uma coleção de seus livros (e sofrer com o preço salgado) e - tal como em "A Culpa é das Estrelas" - ler até mesmo sua lista de supermercado, mesmo essa sendo uma situação para passar raiva porque ela estaria completamente truncada, com a mesma coisa escrita várias vezes e sem nenhuma conclusão.

O que eu quero dizer com isso? Que minhas experiências com os livros do autor estão bem longe de terminar, portanto ainda há muito trabalho a fazer e muito para ler. E a obra mais recente ao qual tive acesso não me decepcionou em nada:


Do que eu falo quando falo de corrida
Autor:Haruki Murakami
Editora: Alfaguara | 152 páginas
Em 1982, Haruki Murakami decidiu vender seu bar de jazz em Tóquio para se dedicar à escrita. Nesse mesmo período, começou a correr para se manter em forma. Um ano mais tarde, ele completou, sozinho, o trajeto entre Atenas e a cidade de Maratona, na Grécia, e viu que estava no caminho certo para se tornar um corredor de longas distâncias. Os anos se passaram, e os romances de Murakami ganharam o mundo. Traduzido em 38 idiomas, ele é um dos autores mais importantes da atualidade. É também um maratonista experimentado e um triatleta. Agora, ele reflete sobre a influência que o esporte teve em sua vida e, sobretudo, em seu texto.

Este é um livro bem-humorado e sensível, filosófico e revelador, tanto para os fãs deste grande e reservado escritor quanto para as inúmeras pessoas que encontram satisfação semelhante nas corridas.
Em geral, estou sempre pronta e disposta a ler os livros do Murakami, que naturalmente contam com lugares cativos na minha lista de "Quero Ler" do Skoob, porém a escolha de qualquer livro para ler depende muito do meu humor.

E essa obra em específico surgiu em um bom momento: minha cabeça estava precisando de uma faxina mental de histórias anteriores, o que naturalmente significa que os livros de cunho biográfico são boas opções pra mim. E claro, se esse livro vem de um dos meus autores preferidos, melhor ainda.

Definitivamente não me decepcionei. Mesmo sendo uma pessoa naturalmente sedentária, pude me envolver com o tema, porque era mais do que as experiências do autor a respeito de corrida. Também é possível encontrar mais sobre sua escrita, seus hábitos e outras miudezas que por si só ajudam a montar um pouco do quebra-cabeças que é Murakami, muito reservado em sua vida pessoal.

O livro também é uma boa opção para quem está querendo começar a ler as obras do autor, mas não tem vontade de se iniciar em histórias muito longas. É uma obra curta, que dá uma boa amostra de como é o seu tipo de narrativa e também alguns dos vícios de sua escrita, como é o caso de voltar em um ponto várias vezes no decorrer da história a ponto de até mesmo o leitor ser capaz de decorá-lo. E se você sobreviver a isso, terá boas chances de conseguir sobreviver aos livros dele.

Classificação? Quatro corujas e boas chances de ter uma vaga na minha prateleira de preferidos.

E tcharan! Interrompemos a programação normal de resenhas para responder uma tag e sair do marasmo habitual que é isso aqui.

Bom, a tag é "Livros Opostos" e quem me sugeriu foi a chata, megera, encrenqueira, sommelier de male tears fofa da Sybylla, do Momentum Saga. Não sei exatamente de onde veio, mas o primeiro lugar onde vi foi o blog .Livro. Basicamente a proposta é listar livros que estejam em categorias opostas e falar um pouco mais sobre eles. Ok, é complicado explicar, mas espero que minhas respostas possam esclarecer um tiquinho o objetivo.

O primeiro livro da sua coleção / O último comprado




Acho que não estou apta a dizer qual foi o primeiro livro da coleção, visto que leio muito e desde criança, mas tendo em vista minha coleção mais recente, o meu primeiro livro comprado foi "Memórias de Uma Gueixa", de Arthur Golden. Já o último foi "O Círculo", de Dave Eggers.

Um livro que pagou barato / Um que pagou caro




Bem relativa essa pergunta, então vou responder de acordo com a utilidade que esses livros tiveram pra mim. Como uma obra que paguei barata, pegarei novamente o "Memórias de uma Gueixa", que comprei a algo como R$ 10 no Submarino e é um dos meus preferidos tipo forever.

Já entre os caros, citarei a edição comemorativa de 50 anos do "Laranja Mecânica". Não pelo preço, já que não foi dos piores (uns R$ 50), mas que não consigo ler por ser muito complicado de manusear devido ao peso e o tipo papel escolhido. Mas tenho vários outros livros, alguns comprados em sebos com preço bem módico que posso afirmar que saíram bem caros já que a história não desce nem por nada.

Um livro com protagonista homem / Um livro com protagonista mulher




Certo, tive dificuldades em escolher livro com protagonista masculino (embora sejam maioria no mercado editorial, francamente sinto um tédio tremendo de lê-los), mas vou eleger "Na Natureza Selvagem" de Jon Krakauer, mesmo sendo uma obra de não-ficção. Porém, foi algo que me absorveu muito durante a leitura. 

Já quanto a obra de protagonista feminina, tive problemas com excesso de opções, mas fico com "Americanah", da Chimamanda Ngozi Adichie. Eu AMO a Ifemelu.

Um livro que leu rápido / Outro que demorou para ler




Wow, quase tudo que leio é na velocidade da luz mesmo, mas se houve algo que posso dizer ter lido rápido, até mesmo para os meus padrões de leitura foi a trilogia ente-ente-ente (Divergente). Li a trilogia toda em um tempo de quatro dias (isso porque reli o último livro). E claro, me decepcionei muito com o rumo que a coisa tomou depois de Insurgente.

Já sobre o que demorei para ler, devo dizer que foi "Inés da Minha Alma" da Isabel Allende, que é uma biografia romanceada de Inés Suarez, um dos principais nomes na colonização e conquista do Chile e ele é composto por muitos detalhes sobretudo no que diz respeito ao tratamento concedido aos nativos massacrados. Demorei pouco mais de um ano terminar a leitura.

Um livro com capa bonita / Um com capa feia




Um dos livros que mais me encantam com relação a capa é de "A Casa do Céu" de Amanda Lindhout, já que é bem simples e combina com o que ela quer contar. Também gosto da capa da   edição brasileira de "Battle Royale", de Koushun Takami (embora ainda não tenha lido). Apesar disso, não gosto de manusear a edição porque tem alguns trabalhos em alto relevo e isso me irrita.

Já a capa feia, não li tantos assim com esse tipo de problema, mas vou incluir "O Morro dos Ventos Uivantes" da Emily Brontë que saiu pela editora Lua de Papel e com um aviso bem grande de que era o livro preferido do casal de Crepúsculo.

Um livro nacional / Um internacional




Não resistirei a tentação de colocar "A Casa das Sete Mulheres" da Letícia Wierzchowski como minha escolha de livro nacional. Também é um daqueles que está na minha lista de preferidos FOREVER. Já o internacional me deixou com mais dúvidas, Repetirei um tópico e colocarei novamente "Americanah" da Chimamanda Ngozi Adichie na roda, porque foi um livro que me fez refletir sobre muitas coisas.

Um livro mais fino / Um mais grosso




Um dos mais finos que tenho na estante é "Nada" de Janne Teller, com 128 páginas. Já entre os mais grossos, sem dúvida o "Sob a Redoma" do Stephen King, que nem lembro mais quantas páginas são, mas bate a fronteira dos 900. No meu caso, esse está no Kindle, mas estou me planejando para incluir a edição física nas aquisições dos próximos meses.

Um livro de ficção / Um de não-ficção




Olha, tá ficando chato já, mas quanto a livro de ficção, indico novamente "Americanah" (sério, é uma obra que beira a perfeição).  Já sobre o de não-ficção, elejo "Mensagem de uma Mãe Chinesa Desconhecida", da Xinran, e também "Persépolis" da Marjane Satrapi.

Um livro meloso / Um de ação




Hum... vejamos: não leio tantos livros desse gênero, então a escolha é mais complicada. Dentre os livros melosos, escolho "A Colcha de Despedida" de Susan Wiggs. Super sentimental, porém leve, então a leitura não foi uma tarefa tão complicada assim. 

O livro de ação fica para a trilogia "Jogos Vorazes" da Susanne Collins Ok, é mais ficção científica do que ação, mas isso é o mais próximo que posso chegar do gênero nesse momento.

Um livro que te deixou feliz / Um que te deixou triste




Um dos últimos livros que li foi "Paixão de Primavera" de Mary Kay Andrews. Uma leitura levíssima e que realmente me deixou muito feliz: tanto por ser bom quanto por me ajudar a desintoxicar de leituras anteriores muito densas. Já o que me deixou triste foi o "Memórias de uma Mãe Chinesa Desconhecida" citado em um dos tópicos anteriores. Se você leu, é bem simples entender a razão disso.


Bem, chegamos ao fim! Essas foram as minhas respostas e espero que você tenha curtido. Se você tiver um blog e sinta-se livre para responder a tag. Nesse caso, que tal deixar o link do post nos comentários?
Acho que já mencionei anteriormente que 2015 está sendo um ano repleto de desejos literários sendo realizados. Porém, não sei exatamente se isso significa uma coisa boa. É que muitos desses desejos acabaram demonstrando ser um belo desperdício, seja de tempo ou de dinheiro como é o caso do livro que resenho agora:



As Senhoritas de AmsterdãAutoras: Martine Fookens e Louise Fokkens.Editora: LP&M | 208 páginas.
As garotas da vitrine Martine e Louise Fokkens, gêmeas idênticas nascidas na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, tornaram-se, ao longo de mais de 50 anos como prostitutas na capital do país, verdadeiros ícones do De Wallen – o famoso bairro da Luz Vermelha de Amsterdã.Com roupas sempre combinando entre si (compram tudo duplo), passaram a ser conhecidas dos moradores e comerciantes das redondezas: Louise, impetuosa e extrovertida; Martine, calma e tranquila; ambas têm filhos, além de serem avós e até bisavós.Prostituíram-se (Louise primeiro) por volta dos 20 anos, quando já eram mães, incentivadas pelos maridos e pressionadas por necessidades financeiras. Aos poucos, livraram-se dos companheiros exploradores e dos cafetões e abriram seu próprio e pequeno bordel.

Foram décadas de trabalho, de esforço para criar os filhos, de camaradagem com a gente do bairro, de personagens e clientes inusitados, mas também de mudanças: Louise e Martine testemunharam a chegada de prostitutas do Leste Europeu, o recrudescimento da violência e do uso de drogas, a legalização da prostituição na Holanda e, mais recentemente, asconsequências das novas tecnologias, que criaram vários tipos de concorrência à boa e velha vitrine.As irmãs tornaram-se mundialmente conhecidas já com mais de 70 anos: ao serem procuradas por uma equipe que pesquisava sobre o célebre bairro, acabaram se tornando as personagens principais do documentário Meet the Fokkens (2011), dirigido por Gabrielle Provaas e Rob Schröder.

Este livro, publicado no mesmo ano, alterna relatos curtos de ambas, sobre o passado e o presente, sobre suas vidas pessoais e sobre os clientes e outras pessoas que conheceram nesses anos todos, e amplia a percepção desse mundo tão peculiar e pitoresco da prostituição tal como a vivenciaram. O trunfo de As senhoritas de Amsterdã está em sua franqueza singela:sem exageros, dramas ou glamorização, o que vemos são vidas de gente como a gente – tudo regado a curiosidades interessantes e muito, mas muito humor.

Eu quis muito ler esse livro, assim como minha mãe. Eu o desejei assim que soube de sua publicação e aguardei por muito tempo a oportunidade de comprá-lo. Sim, eu me interesso por esse tipo de história e não tenho a menor vergonha em dizer isso. E assim que ele chegou, comecei a ler. O problema foi que eu me decepcionei muito com o que encontrei. Tanto que demorei quatro meses para terminá-lo.

Assim como está escrito nessa sinopse gigante e desnecessária disponibilizada no Skoob, o livro alterna relatos curtos de ambas as irmãs, falando em primeira pessoa sobre as pessoas que conheceram e conviveram em todos os seus anos de carreira na prostituição. Oferece algumas curiosidades, mas não é o prato-cheio que pensei que fosse. Algumas das histórias - para não dizer a maioria delas - são absolutamente desnecessárias e talvez estejam ali somente para colocar páginas a mais. E isso me fez perder o interesse durante muito tempo.

O resultado? Comecei a intercalar a leitura desse livro com outras obras, passando outras a frente sem o menor remorso e deixando "As Senhoritas de Amsterdã" na fila dos que pretendia ler em algum momento. A verdade é que eu deveria ter abandonado o livro, mas acabei decidindo que deveria prosseguir. Afinal é uma obra curta, coisa que eu normalmente poderia dar conta em um único dia, sem contar que tinha demorado muito tempo para conseguir comprar.

Ignore que o único dia acabou se transformando em quatro meses. O importante foi que eu cheguei lá e, por fim, me lamentei por ter perdido meu tempo. Não que eu tenha ficado menos interessada na história das irmãs, mas sinceramente esse livro sequer deveria ter sido escrito. É uma obra dispensável, e com certeza teria melhor proveito em um filme.

Uma coruja na classificação do blog, e creio que seja muito.

Uma época onde as inovações tecnológicas aproximam tanto as pessoas que a ordem do dia é "compartilhar conhecimento". Dias nos quais esquecemos o significado de privacidade ao ponto dela passar a ser considerada algo a ser combatido. Esse é o universo de "O Círculo", escrito por Dave Eggers, mas também pode ser o mundo para o qual estamos caminhando.


"O Círculo" - Dave Eggers
Editora: Companhia das Letras | 528 páginas
Encenado num futuro próximo indefinido, o engenhoso romance de Dave Eggers conta a história de Mae Holland, uma jovem profissional contratada para trabalhar na empresa de internet mais poderosa do mundo: O Círculo. Sediada num campus idílico na Califórnia, a companhia incorporou todas as empresas de tecnologia que conhecemos, conectando e-mail, mídias sociais, operações bancárias e sistemas de compras de cada usuário em um sistema operacional universal, que cria uma identidade on-line única em por consequência, uma nova era de civilidade e transparência.

Para dizer a verdade essa não era a resenha planejada já que ainda estou me esforçando para eliminar o atraso nos posts do blog e essa foi uma das minhas últimas leituras, mas a Sybylla do Momentum Saga insistiu tanto que acabei não resistindo. Outro ponto foi que passei um bom tempo com esse livro em mente a ponto de precisar falar dele com alguém. Ou seja, você vai ter que me aturar.

Sobre a história:

Bom, vamos lá. O livro é narrado sob a perspectiva de Mae, uma jovem deslumbrada com a oportunidade de trabalhar no Círculo e que sempre teve ambições elevadas e típicas da atual geração no mercado de trabalho: ser útil, se sobressair, ter satisfação e sair daquilo que considera um marasmo e desperdício dos seus dias, como é o caso o seu último emprego em uma empresa pública, por exemplo. Ou seja, se você lê alguma matéria de sites ou revistas com foco em administração, já deve ter entendido um pouco do que estou falando a respeito do perfil da protagonista. E claro que ela fica encantada tanto com a grandeza do Círculo quanto com a preocupação com a transparência e integração entre os funcionários. Óbvio também que ela fará de tudo para estar dentro dos padrões de exigência desse paraíso.

Uma vez inserida no ambiente deslumbrante do Círculo, além do seu trabalho no setor de Experiência do Cliente - setor aliás com alta cobrança de desempenho - ela também deve participar dos inúmeros eventos do local, e principalmente ser ativa nas redes sociais pertencentes a ela. Mae também deve upar todas as suas fotos, arquivos pessoais e músicas na nuvem o que ajuda a incrementar sua participação e sob pretexto de que assim seus colegas podem conhecê-la. E essa inserção é tão grande que aos poucos ela vai comprando as ideias presentes no local, sem sequer pensar muito tempo a respeito de sua viabilidade ou de seus absurdos, aceitando assim a ideia de que a privacidade não é algo natural.

Vale lembrar que no contexto colocado no livro, o anonimato na internet é algo que ficou no passado, o que torna a ideia de negação da privacidade algo mais presente e aceitável aos personagens. Com o advento do TrueYou, idealizado e construído pelo Círculo, todas as identidades tanto virtuais quanto reais foram unificadas de maneira biométrica. Não era necessário lembrar de mais nenhuma senha, por exemplo, já que não havia necessidade de lidar com diversos sistemas diferentes. E com isso era praticamente impossível se esconder por trás de fakes. Ou seja: uma rede absolutamente transparente. Porém, não é o bastante. É sempre possível ir além.

Legenda: "Segredos são mentiras". "Compartilhar é cuidar", "Privacidade é roubo".

Aos poucos descobrimos alguns dos lemas que passam a ser presentes no Círculo: "segredos são mentiras", "compartilhar é cuidar", "privacidade é roubo". As invenções que passam pelo crivo dos fundadores e são desenvolvidas no local tem tudo a ver com monitoração, porém sempre com uma "boa causa" por trás: câmeras ultraleves e pequenas que podem ser instaladas em qualquer local e sem permissão, dispositivos de alarme que captam presença de pessoas estranhas em vizinhança e até mesmo dentro de casa, rastreamento de produtos consumidos nas residências para verificar consumo e produzir sobre demanda e evitar prejuízos, instalação de chips que unificam dados de crianças para evitar sequestros e desaparecimentos. E isso porque "tudo que acontece deve ser conhecido."

Isso é tão levado a sério que, em determinado momento ela passa a carregar uma câmera durante a maior parte do dia, tornando-se transparente (sem segredos). Ela é seguida por internautas e que tem acesso tanto a nuvem quanto aos seus dados de saúde, por exemplo que são monitorados em tempo real. Isso a afasta de família e amigos, mas a torna supostamente próxima de milhões. E a expectativa é de que o Círculo se feche devido a novidades tecnológicas, o que poderia eliminar de vez todos os resquícios de privacidade: um cenário de transparência massiva, com indivíduos transparentes e rastreáveis desde o nascimento até sua morte passa a ser uma meta corporativa.

Isso parece familiar?

O livro tem a ver com a realidade?

Sim, tem muito a ver. Durante muito tempo comparamos a nossa vivência atual com ênfase em vigilância ao célebre "1984": uma distopia no qual as pessoas vivem em um regime totalitário controlado por um estado claramente opressor, sendo todos estão ali por obrigação. Porém, "O Círculo" está bem próximo do que vivemos hoje, já que abrimos mão voluntariamente de nossa privacidade em nome daquilo que chamamos de "comunhão", mas que na verdade se trata de "visibilidade", pelo menos na maior parte do tempo.

Os comportamentos descritos nas páginas do livro também são bem fáceis de encontrar nas redes sociais.  A carência extrema, as relações distorcidas, o desejo de ser visto e a forma como quase tudo - notificações ou conversas que deixamos de entrar ou responder por falta de tempo ou vontade - é interpretado como algo pessoal. Os grupos de Facebook estão cheios de usuários com essas características. Basta parar e observar.


Outro ponto interessante e aplicável a realidade é que não cabe pensamento consciente na rotina desempenhada por Mae: entre trabalho e manutenção constante de suas redes sociais em seu crescente status não há um minuto sequer que seja possível desenvolver uma linha de raciocínio coerente. Dessa forma a lavagem cerebral que a afasta dos íntimos mas a aproxima de milhões sequer soa estranha. Tudo se justifica por uma boa causa e por elas existe um preço a pagar. Mae crê sinceramente que vigilância massiva é um preço pequeno porque ela quer "ser vista" Ela acha mesmo que a fonte de toda angústia seja gerada pela ideia de "não saber" e que a vigilância é algo positivo.

Seja em nome da segurança ou do simples desejo de querer ser visto, existe o sério risco de perder a privacidade.  O produto e o preço, tudo depende da sua percepção.

Avaliação do livro:

Devo dizer que minha experiência com "O Círculo" gerou sentimentos dúbios Provavelmente não fui a única, afinal pelas resenhas que li pude perceber reações bem distintas de amor e ódio. Quem odiou usa a narrativa mal construída, cenas mal descritas e construção de personagens rasos para justificar o pensamento.  Já quem gostou pode até considerar esses obstáculos, mas destaca que ele deixou um saldo positivo por sua crítica social poderosa. E devo dizer que estou com eles, porque a despeito de tudo o que pude considerar falho, as reflexões foram maiores.

Ok, vou explicar minhas razões: com exceção de Mae, todos os demais personagens são rasos, porém isso faz sentido já que tudo se passa sob a perspectiva dela. Está tudo sob olhos de Mae, tudo filtrado de acordo com as percepções da protagonista, a quem consideramos tola e irritante. Aliás, é fácil incluir a personagem em um top five de personagens odiados: ela é imatura, se joga de boa vontade em uma armadilha e sequer faz um esforço para enxergar o que acontece a sua volta. Só que, por mais que possamos odiá-la devido a sua tolice, cabe também analisar o que somos no nosso dia-a-dia. O comportamento de Mae é bem familiar Não é difícil entender como ela ignora tudo que acontece ao redor: todos somos capazes de fazer esse tipo de coisa. Se puxar pela memória, com certeza você encontrará uma ocasião onde foi ou agiu exatamente do mesmo jeito.

Somos mesmo tão mais espertos que Mae? Somos mesmo tão inteligentes quanto julgamos ser?  Talvez todos sejamos um pouco Mae, infelizmente.

Avaliação? Quatro corujas e uma forte indicação de que leia e tire suas próprias conclusões.

Até o momento devo dizer que, embora eu tenha pelo menos tentado planejar minhas leituras, minhas escolhas de livros para 2015 começaram de forma bastante intuitiva. Não tenho uma fila planejada, um cronograma definido: quase sempre prefiro me guiar segundo o meu humor, que nem sempre é dos mais colaborativos.

Por que estou falando tudo isso? Porque não vejo nenhuma outra maneira de explicar a razão pela qual li esse livro:



Quebrada em Grande Estilo
Título Original:Bitter is the New Black – Confessions of a Condescending, Egomaniacal, Self-Centered Smartass"
Autora: Jen Lancaster
Editora: Gutenberg | 331 páginasJen Lancaster era uma alta executiva do ramo da tecnologia de Chicago que tinha a vida com que todas sonham: o homem ideal, o emprego perfeito, glamour, estilo, grifes, viagens e dinheiro para gastar. Mas, sem que ela percebesse o que inevitavelmente ia acontecer – já que estava ocupada demais fazendo as unhas, comprando sapatos e sendo paparicada –, seu mundo vira de cabeça para baixo quando ela perde seu emprego, o que faz seu padrão de vida despencar.

Neste delicioso livro inspirado na vida real da autora, ela narra tudo o que precisou fazer para se reinventar a partir do instante em que teve de trocar seu polpudo contracheque pelo seguro-desemprego e amargar várias portas se fechando diante dela. Rindo das próprias desgraças e mantendo seu humor despachado e sarcástico, ela conta percalços que poderiam acontecer com qualquer um, mas de um modo infinitamente mais interessante e divertido do que em geral faríamos.

Realmente não sei bem como explicar a escolha do livro. Talvez eu estivesse triste e quisesse algo capaz de limpar a mente e desintoxicar de leituras anteriores. O ebook estava lá, o meu kindle tinha espaço para armazená-lo, eu tinha madrugadas para ler, então ok. E não sei o que mais posso dizer além de "ok". Ah, talvez um "miga, seje menas".

Como provavelmente era a intenção inicial, não consegui sentir nenhuma empatia por Jen. Ela era a imagem daquelas patricinhas que tanto atormentavam protagonistas nos filmes da Sessão da Tarde e do Cinema em Casa, e com as quais nunca cheguei a ter paciência. Competente naquilo que faz, porém fútil, egocêntrica, infantil, praticamente um ser vazio. E isso não mudou muito conforme o livro se estendia, mostrando os perrengues financeiros que ela e seu companheiro passaram a enfrentar e sua jornada em busca do dinheiro e do sustento de cada dia. (sim, as coisas ficam dificeis a esse ponto).

Humildade? Sim, isso vem aos poucos. Afinal dá para perceber que temos uma redenção a caminho, portanto o interessante é notar a trajetória. Um spoiler? Não, realmente não. Se tudo tivesse continuado uma merda, provavelmente não teríamos um livro sobre o assunto, muito menos a carreira de escritora que se seguiu. Hoje, Jen Lancaster conta com pelo menos sete livros de sua autoria, portanto o indicativo de um final considerado feliz é um fato. A despeito de todos os "miga, seje menas", não posso ignorar o fato de que ela é perseverante e vai até o fim naquilo que tenta fazer, o que a torna pelo menos, não tão intragável durante o decorrer do livro.

Devo dizer que o livro conta com boas tiradas. Narrado em primeira pessoa, as memórias da autora são colocadas no papel de forma bastante mordaz, e provavelmente foi isso que me fez seguir adiante em algo que não me trouxe maior proveito do que a pretendida detox mental.

Sinceramente? Não gosto do livro, mas indico para quem gosta desses "projetos de vilã" e ao mesmo tempo deseja uma leitura mais descontraída.

E a classificação fica sendo duas estrelinhas mesmo, e olhe lá.

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