Resenha: Ler, Viver e Amar em Los Angeles, de Jennifer Kaufman e Karen Mack

by - quinta-feira, agosto 04, 2016

Sim, minha gente: Eu tenho uma certa atração por livros que falem sobre livros ou os coloquem no centro dos enredos. Sendo assim, não é nenhuma surpresa que "Ler, Viver e Amar em Los Angeles" esteja na minha lista de leitura. O problema é que não é de hoje que me dou mal com esse tipo de livro, e esse não foi uma exceção.
  

Sinopse:
Um romance que se inicia em uma livraria, e acaba apimentado por diversos dilemas.
Divorciada pela segunda vez, a vida de Dora se resume a ficar na banheira acompanhada de uma garrafa de vinho e muitos livros – de Tolstoi a Mark Twain, de Flaubert a Jane Austen.
Numa das idas à livraria para se reabastecer para o próximo “porre literário” ela conhece Fred, seu príncipe encantado: formado em Literatura, oferece a ela ideias inteligentes, romantismo e uma válvula de escape.
Mas a convivência com a família do namorado traz à tona sentimentos novos e a desperta para importantes decisões. Dividida entre Fred e o arrependido ex-marido, bem como entre o ócio e a retomada da vida profissional, a personagem nos proporciona uma história divertida, sexy e inteligente.
A heroína imperfeita Dora reflete a angústia da busca por realização e felicidade com que toda mulher irá se identificar.


O Livro:


Narrado em 1ª pessoa, acompanhamos o cotidiano de Dora, discorrendo a respeito de seus problemas, seu passado, sua vida financeira, seu divórcio e sua rotina. Ela não está exatamente em seu melhor momento, então o cenário para o porre literário parece perfeito como forma de enfrentar a situação. O esforço para voltar a trabalhar e um novo interesse romântico prometem agitar um pouco sua vida, assim como a companhia dos seus amados livros. E após um primeiro capítulo razoavelmente interessante, a qualidade vai dar uma volta, comprar um cigarro e não volta mais.

O livro faz diversas promessas, mas não chega a cumprir nenhuma delas. Os livros mesmo aparecem muito pouco, e geralmente de uma maneira na qual seus personagens - em especial a protagonista - usa para agir como a "pessoa elevada do rolê", destilando preconceito literário e esnobismo a respeito de autores e leitores que não se enquadram em seus altos padrões de qualidade. 

Falando em Dora, a sinopse promete uma personagem que "proporciona uma história divertida, sexy e inteligente", mas tudo que encontrei foi uma criatura insuportável e esnobe de carteirinha. Ela não tem o menor carisma ou educação. Aliás, isso vale tanto ela quanto Fred, seu interesse amoroso. De certa forma, dá para entender porque os dois se atraíram.

Avaliação: 


A escrita é fluida, mas a história simplesmente não acontece. A personagem é tão insuportável que, após o primeiro capítulo, foi desamor a primeira vista. Consegui detestar quase tudo e nem mesmo as poucas considerações a respeito de livros, autores e literatura foram capazes de despertar meu interesse. Acabei fazendo leitura dinâmica em alguns trechos - em especial os de sexo - e terminando o livro somente por obrigação, em uma tentativa de sentir que não perdi totalmente meu tempo e dinheiro. Um horror. Posso classificar esse como uma das piores leituras que já fiz.

Uma corujinha e olhe lá. Talvez meia coruja fosse uma nota mais adequada. Com certeza seria uma nota mais justa.


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