Preciso ser sincera e dizer que não aprendo mesmo. Mais uma vez tive grandes expectativas em relação a um livro e mais uma vez saí decepcionada. Não interessa que expectativa seja mãe da decepção que eu vou lá e crio assim mesmo. E foi isso que aconteceu quando li “Observações sobre um planeta nervoso” de Matt Haig.
Sinopse:
"Após anos convivendo com a depressão e as crises de pânico, Matt Haig percebeu que determinadas interações nas redes sociais agiam como gatilhos para a sua ansiedade. Em uma tentativa de buscar uma saúde mental mais equilibrada no mundo altamente conectado em que vivemos, Haig começou a pesquisar a relação entre a quantidade de informações, imagens e interação virtual ao nosso dispor e nossa sensação crescente de cansaço, solidão e depressão.Se somos bombardeados de imagens felizes e temos acesso a todo tipo de informação o tempo todo, por que nos sentimos cada vez mais perdidos e solitários? Por que vemos a incidência de quadros como depressão, ansiedade e síndrome do pânico aumentar? Para o autor, essas perguntas só podem ser respondidas fazendo uma análise da nossa sociedade, hoje dominada pela tecnologia e pela lógica do consumo. Uma de suas conclusões é que o modo como vivemos está projetado para nos fazer perder o controle.A partir desse prognóstico, Haig traz propostas para manter a sanidade em um planeta que nos deixa desequilibrados e para buscar a felicidade mesmo com a ansiedade sendo encorajada. Observações sobre um planeta nervoso é um olhar pessoal e fundamental sobre como se sentir feliz, humano e pleno no século XXI."
O que achei:
Acho que devo explicar como encontrei e me interessei pela obra. Conheço o autor por conta de uma leitura anterior. "Razões para continuar vivo" é um dos meus livros preferidos da vida e isso foi mais do que suficiente para me deixar interessada em "Observações sobre um planeta nervoso". O problema é que criar expectativas nunca é uma boa ideia.
Devo dizer que não se trata de um livro ruim, mas uma questão de expectativas frustradas. Apenas não era o que eu esperava, de dizer que minha experiência como leitora não foi das melhores porque no fim das contas o livro não era pra mim (nem tinha obrigação de ser).
A obra é um compilado de textos, rascunhos e reflexões do autor acerca do tema, mesclando saúde mental e a relação que temos com a internet e seus recursos. Alguns desses textos são tão pequenos que sequer chegariam a ocupar meia página. Não se trata de uma obra para uma leitura contínua. Na prática cada texto explora diferentes ângulos e formas para dizer a mesma coisa. Isso faz com que a obra acabe sendo muito repetitiva em determinados momentos. Entendo o recurso, mas não quer dizer que me agrada, pelo menos não da forma como foi elaborado.
“Observações sobre um planeta nervoso” tem suas pérolas, pontos interessantes aqui e ali. Serviu como um reforço sobre a necessidade geral de avaliar nossa relação com a internet e os impactos das redes sociais sobre a saúde mental de seu público. Mas não sendo minha primeira leitura a respeito do tema, o livro acabou não oferecendo novidades ou novas perspectivas ou algo novo a se pensar, mas sim um relato pessoal. Em alguns pontos senti quase como se fosse algo escrito em um caderno de rascunho, uma primeira versão para ser polida mais tarde.
Na verdade meu problema foi esperar algo com um pouco mais de estrutura e organização, por mais profundidade ou impacto. Quando vi que não seria o caso esperei que o nome do autor fosse o bastante para aproveitar a leitura. Infelizmente isso também não aconteceu. Nesse caso não posso culpar outra pessoa além de mim mesma.
Para quem estiver disposto a ler, aconselho que não faça uma leitura apressada. Não é um livro daqueles que se devora, mas sim daqueles que se aproveita melhor quando lido aos poucos, sem alimentar grandes expectativas.
Na minha avaliação, penso que vale três corujas: