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A Garota da Biblioteca

Romances fofos e com clichês? Sim, amo e nunca neguei. Livros são elementos da história? Yay! Já tô lá com o livro em mãos ou em e-reader! Sim, isso quer dizer que eu fui com tudo, mas infelizmente o resultado não foi dos melhores. Pelo menos rendeu uma resenha...   

Resenha: A pequena livraria dos sonhos, de Jenny Colgan










Sobre o livro

“Nina Redmond é uma bibliotecária que passa os dias unindo alegremente livros e pessoas – ela sempre sabe as histórias ideais para cada leitor. Mas, quando a biblioteca pública em que trabalha fecha as portas, Nina não tem ideia do que fazer.

Então, um anúncio de classificados chama sua atenção: uma van que ela pode transformar em uma livraria volante, para dirigir pela Escócia e, com o poder da literatura, transformar vidas em cada lugar por que passar.

Usando toda a sua coragem e suas economias, Nina larga tudo e vai começar do zero em um vilarejo nas Terras Altas. Ali ela descobre um mundo de aventura, magia e romance, e o lugar aos poucos vai se tornando o seu lar.

Um local onde, talvez, ela possa escrever seu próprio final feliz.”


O que achei


Antes de mais nada é importante entender que eu tinha expectativas a respeito do livro. Não é de hoje que ficava de olho na autora, sabendo que ela escreve justamente histórias com elementos que adoro. Fiquei muito feliz quando soube que teríamos livros dela aqui no Brasil e rapidinho foi para minha lista de desejados. Só que infelizmente tenho problemas com expectativas: na maior parte do tempo elas não se concretizam.

O livro é bem leve. A narrativa é delicada e a construção do cenário e da atmosfera é bem fofa. O problema é que não consegui me envolver ou me importar com os personagens, mesmo a protagonista. Gosto de romances sobre livros - com livrarias ou bibliotecas - mas não consegui me envolver com Nina, com sua compulsão literária ou o desenvolvimento da história em si. Visualizei o cenário durante a leitura, mas era como se não fosse nada demais. Não consegui suspender a descrença a ponto de acreditar na história ou nos acontecimentos, mesmo quando pareciam ser interessantes. 

Outro ponto é que não consegui encontrar química entre o casal principal, não vi nenhum chamariz no triângulo criado pela autora ou a mínima graça no recurso. Ela deu muita atenção a um determinado personagem e aí vai lá e pá! Tira um dos elementos desse triângulo da história de uma forma bem… meh. Foi como se esse ponto tivesse se desenvolvido de maneira preguiçosa porque não sabia o que fazer com os personagens no fim das contas.

Apesar disso, pode ser uma boa opção para quem está atrás de um romance, uma leitura rápida, divertida ou do tipo que não vai provocar uma ressaca literária.

Ainda espero ler mais livros escritos por Jenny Colgan, mas esse começo não foi dos mais promissores. Por hora vamos de duas corujas (e talvez meia).

A curiosidade pelo que acontece no mundo das elites parece ser uma constante. E claro, não apenas a curiosidade como também a inevitável vontade de dispor das mesmas possibilidades. O que poucos são capazes de ver é que nem todo dinheiro e privilégio são capazes de expurgar o tédio ou o quanto esse esforço para evita-lo podem levar a uma degradação talvez irreversível. É um panorama desse mundo que promete o livro de estreia de Marcelo Vicintin, publicado pela Companhia da Letras.


Sobre o livro:

“Dizem que o dinheiro não muda ninguém, apenas desmascara; e é num mundo sem máscaras que as predileções humanas ficam mais claras.” Esta é a síntese de um romance em que dois narradores privilegiados se alternam para contar cada um a sua história. Um deles é Egydio, herdeiro de uma empresa de navegação, que cumpre pena em prisão domiciliar após ser flagrado por uma força-tarefa da Polícia Federal; a outra é Marilu, espécie de arrivista em busca da imagem perfeita, mergulhada num presente frenético e incerto. São personagens que não buscam a simpatia do leitor, pelo contrário. Mas seu encanto está justamente no que neles há de corrompido. É necessário considerar as nuances da escrita ― a meio caminho entre a paródia e a crítica, procurando abarcar um contexto muito mais amplo, o do Brasil desse início de anos 2020 ― para que se possa adentrar no coração desta que, sem dúvida, é uma das estreias literárias mais corrosivas e corajosas dos últimos anos.”

O que eu achei

as sobras de ontem de marcelo vicintin


Escrito em primeira pessoa, a história é contada pelo ponto de vista de dois personagens: um herdeiro e empresário em prisão domiciliar e uma vaidosa alpinista social de um modo no qual espera-se que estejam intercaladas. Logo de imediato é possível notar diferenças gritantes nas vozes dos personagens:

Egydio, o herdeiro da empresa de navegação da família é um sujeito com uma vida interior intensa, digamos assim. Talvez por ele estar tomado pelo tédio ele tenha muito a dizer. Muito, muito mesmo. Infinitas e infinitas páginas mesmo quando ele não tinha nada a dizer ou acrescentar. Muitas digressões sendo que poucas representavam algo para a trama. Verborragia mesmo.

Tudo isso muda quando a narrativa passa a ser de Maria Luiza. Talvez refletindo sua superficialidade como alpinista social, ela tem pouco a oferecer. Mesmo sua história é considerada secundária. Toda a verborragia pertence a Egydio. A ela cabe aquilo que é considerado fútil e sem importância. Mesmo os momentos em que hábitos descritos são os mesmos parece que o peso dado aos acontecimentos é diferente. Maria Luiza é vista como ambiciosa porém simplória: um retrato dos tempos atuais. Já Egydio também é ambicioso, mas também puro enlevo. Digamos que ele se justifica de uma maneira que consideramos melhor, ou talvez apenas deixamos de dar atenção porque afinal é um sujeito rico, de família respeitável e chato pra caramba.

Algo que me deixou desconfortável a respeito foi a simplicidade no tratamento de Maria Luiza. Atribuo esse ponto ao fato de que deve ter sido mais fácil e confortável para o autor escrever e formular o que dizia respeito a Egydio. Enquanto ele ficou a cargo de toda verborragia e dono dos holofotes, Maria Luiza acabou coadjuvante em um livro no qual deveria ser uma das protagonistas. Diante disso não haveria prejuízos a história caso o livro fosse menor. Pelo menos haveria um equilíbrio.

Durante o livro você espera que a história de ambos acabe interligada de algum modo. Bom, quando isso ocorre não é de uma maneira completa, mas sim algo dispensável. Algo que o leitor mal notaria a menos que esteja prestando atenção.

Fiquei um tanto decepcionada pelo final. A narrativa se perdeu e o desfecho soou estranho. O recurso de finais em aberto pode ser interessante a depender das circunstâncias, mas não funcionou nesse livro,  ou pelo menos não do modo como foi formulado.

Na minha avaliação dou três corujas e é o bastante.

Título: As Sobras de Ontem

Autor: Marcelo Vicintin

Publicado em: 2020

Páginas: 216


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