Resenha: Depois de Você, de Jojo Moyes

by - sexta-feira, fevereiro 05, 2016

Bom, digo a você que eu realmente precisava de um livro que me distraísse nesse período de carnaval. Não tive grandes expectativas, mas quando descobri que o e-book "Depois de Você" foi disponibilizado antecipadamente, simplesmente não consegui resistir. E sim, já li. A festa nem começou e já tive minha parte na folia.

Atenção: Esse post tem spoilers tanto deste quanto do primeiro livro, então a leitura é por sua conta e risco. Eu tentei evitar que acontecesse, mas vale o aviso...


Sinopse:
Com mais de 5 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Como eu era antes de você conta a história do relacionamento entre Will Traynor e Louisa Clark, cujo fim trágico deixou de coração apertado os milhares de fãs da autora Jojo Moyes.

Em "Depois de você", Lou ainda não superou a perda de Will. Morando em um flat em Londres, ela trabalha como garçonete em um pub no aeroporto. Certo dia, após beber muito, Lou cai do terraço. O terrível acidente a obriga voltar para a casa de sua família, mas também a permite conhecer Sam Fielding, um paramédico cujo trabalho é lidar com a vida e a morte, a única pessoa que parece capaz de compreendê-la.

Ao se recuperar, Lou sabe que precisa dar uma guinada na própria história e acaba entrando para um grupo de terapia de luto. Os membros compartilham sabedoria, risadas, frustrações e biscoitos horrorosos, além de a incentivarem a investir em Sam. Tudo parece começar a se encaixar, quando alguém do passado de Will surge e atrapalha os planos de Lou, levando-a a um futuro totalmente diferente.

O livro:

O livro começa mostrando Louisa em seu local de trabalho como garçonete em um pub nada memorável localizado dentro de um aeroporto. Sem objetivos na vida, ela permanece sob o torpor do luto e da indefinição. Após a morte de Will, ela passou ao menos nove meses atordoava com a recém adquirida liberdade, trabalhando em Paris até se desapaixonar pelo local, viajando sem conseguir se sentir bem em qualquer lugar. E seu sentimento de inadequação continuava, independente de quanto tempo se passasse, o que faz com que ela se acomode, sem se sentir seguira ou decidida para tentar algo novo. A bem da verdade, é como se ela não soubesse o que quer ou tivesse a vontade de querer algo. Ela só quer que a dor passe.

Uma noite, ela bebe demais e cai do terraço do prédio onde mora. Esse acidente a obriga a voltar para casa de sua família, onde é alvo de especulação no local devido a sua história com Will e sua participação na realização dos desejos dele. Acima de tudo, o comentário é de que teria tentado suicídio. Cansada dos comentários maldosos, ela decide voltar para o apartamento e seu pai impõe a seguinte condição: ela deve começar a frequentar um grupo para terapia de luto. Ao fim de uma das reuniões ela conhece Sam, um dos paramédicos que ajudou a socorrê-la após a queda. São pequenas mudanças que prometem algo diferente em sua vida, uma forma de seguir em frente, mas tudo muda quando uma pessoa bate a sua porta e faz com que o passado venha novamente a tona da forma mais intensa possível.

Avaliação:

Pelo que li, a autora não tinha intenção de lançar uma continuação, mas foi incentivada pelos leitores, que ficaram curiosos pelo destino de Louisa. E por mais que eu não tenha gostado do pretexto usado por ela para garantir que a história com Will voltasse a tona, eu consegui embarcar no livro. Também não era como se eu tivesse muita expectativa: meu caso era de pura curiosidade.

Consegui embarcar na falta de perspectivas e de esperanças de Louisa e fiquei feliz a cada sinal de que ela estava evoluindo, saindo do embotamento das emoções e finalmente chegando a algum lugar. Descobrindo o amor e ter a sensação de que ela poderia ser o suficiente para quem alguém decidisse ficar. Acima de tudo: que era possível seguir em frente mesmo com o luto.

Como mencionei acima, posso não ter gostado do pretexto que Moyes usou para trazer a história de volta, mas - salvo algumas exceções nas quais houve um tom de 'fanfic' - gostei muito de como ela a conduziu e a encerrou. Se o primeiro livro não foi o suficiente para o apetite do leitor, posso dizer que esse pode saciar bem mais que a curiosidade. 

E gente, esse livro tem um toque feminista que eu realmente adorei! 

Quatro corujinhas!

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3 comentários

  1. Depois de ler depois de você, na minha humilde opinião o livro ñ precisaria existir. A historia não tem liga e chega a ser revoltante... Em muitos momento me deu sono, em outros uma revolta, em outros tédio e por fim frustração!!!! A tal surpresa inesperada é insuportável e não há sentido nenhum dessa bomba cair p Lou. O Sam na minha opinião não tem química alguma com a Lou, ñ houve uma conquista, nem um romance envolvente o que tornou o casal frio e chato. Gostaria muito que a autora seguisse a mesma linha de como acaba o livro anterior, que nos faz pensar em uma Lou modificada o que nao ocorre. JÁ APAGUEI ESSE LIVRO DA MENTE E ME CONTENTO EM IMAGINAR O QUE HOUVE COM A LOU DEPOIS DO WILL...

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    1. Olha, miga. Eu também não achava lá que precisava de uma continuação, sinceramente. Era mexer em time que estava ganhando de goleada mas já que foi feita, eu até consegui embarcar. Mas muita gente está tendo uma reação parecida com a sua mesmo. Esse livro quebra o clima da história anterior, tem muita coisa mambembe e mexe com uma trama que muita gente crê que já se basta (e sim, ela realmente se basta). Foi um risco e tanto pra autora, mas que deu certo de qualquer forma, acho que deve ter vendido horrores entre quem estava ansiosa e não esperou as primeiras resenhas sobre ele. Acho que foi um banho de água fria pra muita gente também.

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  2. Opinião (contém spoillers): Não é difícil destacar que a história gira completamente em torno de Louisa Clark na difícil trajetória de encontrar sua alma gêmea. Quando encontra, de maneira inusitada, nutre um amor pouco correspondido e mergulha num ostracismo sem data de retorno. Gostei da forma singular com que a Jojo Moyés conseguiu explorar minuciosamente os personagens secundários, visto que cada um possui um universo particular, apesar da maioria compor a mesma família. Perceptível também a quebra de paradigma na personagem Josie Clark, mãe da nossa protagonista, que após quase trinta anos levando uma vida marcada pelo pragmatismo (oriunda das famílias conservadoras que predominava no século XX), muda radicalmente sua visão de mundo, causando um rebuliço em seu casamento. Aborda a questão da rebeldia na adolescência, onde temos na personagem Lily o estereótipo que experimenta tudo que há de ruim, para depois conseguir ser resgatada e entrar no eixo familiar. As oportunidades de emprego são muitas (mas não as melhores), desde que a pessoa esteja disposta a arriscar e enfrentar os desafios (sair de Londres e ir à Nova York, por exemplo). Louise por dezenas de vezes abriu mão de seus objetivos em detrimento dos outros, um altruísmo pouco visto hoje em dia, ainda mais quando na maioria das vezes é passada para trás. Nunca foi a filha “predileta”, sendo preterida em diversas oportunidades (e muito cobrada). A gravidez precoce, onde a mãe solteira (irmã) se vê obrigada a adiar muitos objetivos pessoais (faz de tudo para voltar a estudar). O livro percorre suas 318 páginas de forma muito dinâmica, a autora não perde tempo com descrições maçantes, focando a todo instante as ações e consequências das atitudes das personagens. Um livro atual, com alguns clichês (a pessoa cair de um prédio por um simples descuido? E vir a se apaixonar pelo paramédico que a socorreu?). Essa parte para mim não colou muito, mas, enfim, os livros precisam de saídas, senão a coisa não anda. E é claro, o romance sempre encontra uma saída feliz, por menor e improvável que a porta possa ser.

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