Resenha: Escândalos na Primavera, de Lisa Kleypas
Em 2016 passei por uma período no qual estive viciada em romances de época. Foi nesse tempo que cheguei a ler cinco ou seis livros seguidos desse gênero e comecei essa série. Agora finalmente posso riscar uma coleção da minha lista de leituras pendentes. Rá! *risca, risca, risca com sensação de dever cumprido.*
Sinopse:Daisy Bowman sempre preferiu um bom livro a qualquer baile. Talvez por isso já esteja na terceira temporada de eventos sociais em Londres sem encontrar um marido. Cansado da solteirice da filha, Thomas Bowman lhe dá um ultimato: se não conseguir arranjar logo um pretendente adequado, ela será forçada a se casar com Matthew Swift, seu braço direito na empresa.
Daisy está horrorizada com a possibilidade de viver para sempre com alguém tão sério e controlador, tão parecido com seu pai. Mas não admitirá a derrota. Com a ajuda de suas amigas, está decidida a se casar com qualquer um, menos o Sr. Swift.
Ela só não contava com o charme inesperado de Matthew nem com a ardente atração que nasce entre os dois. Será que o homem ganancioso de quem se lembrava era apenas fachada e ele na verdade é tão romântico quanto os heróis dos livros que ela lê? Ou, como sua irmã Lillian suspeita, o Sr. Swift é apenas um interesseiro com algum segredo escandaloso muito bem guardado?
Fechando com chave de ouro a série As Quatro Estações do Amor, Escândalos Na Primavera é um presente para os leitores de Lisa Kleypas, que podem ter certeza de uma coisa: embora as estações do ano sempre terminem, a amizade desse quarteto de amigas é eterna.
O Livro
Como mencionado na sinopse, o livro gira em torno de Daisy Bowman, no momento sendo pressionada pelo pai a se casar de qualquer maneira. Isso porque seu pai, Thomas Bowman, considera as temporadas de eventos sociais na Inglaterra como desperdício de recursos uma vez que a filha não encontra algum pretendente aristocrata mesmo em sua terceira temporada nos eventos sociais de Londres. Seus planos incluem Matthew Swift, braço direito na empresa e a quem trata como filho. Na prática Bowman, não se sente ligado aos seus próprios filhos, considerando faltar a eles traços como ambição e determinação. Essa situação é um pouco pior com Daisy, com quem ele menos se identifica. Nesse passo, o casamento representa uma forma de Daisy ser útil a sua família, caso contrário, ela se torna uma parasita.
Daisy, conforme o esperado, detesta a ideia pois enxerga Swift como uma cópia de seu pai - frio e ambicioso - e totalmente subserviente as ordens do seu chefe. Além disso, o rapaz sequer tem traços ou características atraentes. A memória de Daisy a seu respeito é de "um saco de ossos", por exemplo. Suas amigas se unem para tentar encontrar outra alternativa, qualquer outro pretendente. Ela só não contava que Swift estivesse muito mudado, muito menos que o rapaz nutrisse sentimentos por ela. Obviamente existe um segredo envolvido, mas sabe quando não é lá essas coisas? Até ocupa algo na segunda metade do livro, mas não chega a representar algo tão importante assim. O livro preza por simplicidade no enredo, sem a menor vergonha. Devo muito agradecer a esse respeito, aliás.
Avaliação:
Antes de tudo, devo informar que "As Quatro Estações" não foi uma série tão interessante assim. Li enquanto estive no vício dos romances de época e interessada no trabalho da autora (gostei muito de "Os Hathaways" e pensei nas leituras dos livros de Lisa Kleypas como um investimento seguro, por assim dizer). O primeiro livro não me interessou muito, mas acabei lendo o segundo e as coisas foram acontecendo. Mesmo quando saí do vício acabei continuando a leitura de maneira burocrática, e agora acho seguro dizer que esse foi um dos livros mais interessantes da série, pelo menos para mim.
O volume se concentra no desenvolvimento da relação entre os dois personagens. Tem um pouco de humor e também de simplicidade. Ok, existe um segredo - aliás alardeado na sinopse - mas estamos falando de algo menor e explorado somente bem mais tarde, perto do fim do livro. Isso dá ao casal um desenrolar de romance sem muito para atrapalhar. As amigas sequer fazem grandes aparições, mesmo em uma coleção cuja temática oferece (ou deveria oferecer) mais que o romance, mas também a amizade. E embora ação seja um componente quase sempre interessante em livros históricos, gostei muito da simplicidade da história.
Apesar disso fiquei um pouco decepcionada com o desenrolar do livro em geral. Esperava um pouco mais do pai de Daisy. Minha pressa em ler "Escândalos na Primavera" definitivamente não foi por ser uma fã da coleação, mas pelo que encontrei na amostra do primeiro capítulo do livro, disponível no terceiro volume da quadrilogia, onde o personagem foi explorado de uma forma interessante:
– Pensei que você desejaria ser útil para alguém – rugiu Bowman. Sempre fora da natureza dele combater a rebeldia com uma força esmagadora. – Pensei que desejaria um marido e um lar em vez de continuar vivendo como uma parasita.
Daisy se encolheu como se ele a tivesse estapeado.
– Não sou uma parasita.
– Não? Então me explique como o mundo se beneficiou com sua presença. O que você já fez para alguém?
Esperei mais nesse ponto. Talvez pai e filha se entendendo de alguma forma, talvez ele pedindo desculpas ou ao menos lamentasse pelas palavras ditas no início do livro. Foi um pouco triste ver seu seu papel sendo não foi muito mais que reclamar e esbravejar. Eu teria ficado mais interessada caso algo diferente acontecesse nesse ponto. Ou ao menos que essa fala pudesse ser mais explorada no desenvolvimento de Daisy.
Outra coisa me incomodou: acabei perdendo brevemente a noção da época na qual a história se passava. Em um dado momento, é citado o ano de 1937 (quando a referência deveria ser o pânico de 1837). Já em outro temos a menção a um evento em comemoração aos 280 anos do nascimento de Shakespeare. Não é um erro de digitação capaz de incomodar um leitor acostumado a passar direto em certas coisas - normalmente sou assim, mas não foi o caso dessa vez.
Ainda tendo em mente minhas leituras dos trabalhos de Lisa Kleypas ainda gosto mais de "Os Hatthaways" pelo menos no quesito romance histórico. Não resenhei todos os livros de "As Quatro Estações" aqui no blog, mas durante a leitura da coleção senti que o humor não era o forte, soava muitas vezes forçado e cansativo como um todo, mas diante do cenário completo posso dizer que a quadrilogia teve um bom encerramento.
Três corujinhas, se for pensar em um panorama geral do livro.
4 comentários
Olá Emanuelle, tudo bem?
ResponderExcluirEu já li os dois primeiros livros da série e gostei bastante.
Mas a série "Os Hatthaways" ainda é a minha favorita.
Adorei a resenha!
Beijos!
http://excentricagarota.blogspot.com.br
Oi, Emanuelle!
ResponderExcluirJá ouvi falar dessa série, mas não li nenhum livro ainda.
Aliás, ainda não li nenhum desses romances históricos que estão em alta ultimamente...talvez comece por As Quatro Estações do Amor :)
Beijos,
Giulia | 1livro1filme.com.br
Miga, só te digo uma coisa: quando for escolher esses livros, cuidado com as resenhas do skoob. Quando caio em ciladas literárias, normalmente tem dedo de resenha do Skoob no meio. Se puder, quando for escolher, e não tiver ninguém que conheça mais ou menos o seu gosto pra perguntar, procura também no Goodreads.
ExcluirBoa sorte!
Ótima resenha muito obrigada, estava perdida no tempo pelo erro de digitação. 1937 não se encaixa com a descrição de detalhes do livro.
ResponderExcluirNão se acanhe e deixe seu comentário.
Mas não aceito comentários esdrúxulos, ofensivos, com erros, preconceituosos... Ahh, você me entendeu.