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A Garota da Biblioteca

Nos últimos tempos tenho passado por um período de interesse por Jane Austen. Tive o primeiro contato com a autora ainda na faculdade, sem que ninguém tivesse me indicado, mas tive de deixar o interesse de lado em prol de trabalhos e TCC. Anos depois o interesse ressurgiu e mais voraz que nunca: durante as últimas semanas tenho lido os livros, adaptações baseadas em seu trabalho, assistido filmes e séries e lido resenhas, biografias e análises.

Dessa lista de itens pendentes para ler, faltava um de seus grandes romances: A Abadia de Northanger, do qual pude suprir essa falta agora. Mas posso dizer que a espera valeu a pena.

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A Abadia de NorthangerAutora: Jane Austen
Editora: BestBolso | 256 páginas
A Abadia de Northanger é considerado um dos trabalhos mais ligeiros e divertidos de Jane Austen. De facto, para além dos ambientes aristocráticos da fina-flor inglesa do século XVIII, encontramos aqui uma certa dose de ironia, sátira e até comentário literário bem-humorado.
Catherine Morland é porventura a mais estúpida das heroínas de Austen. A própria insistência no termo “heroína” ao longo da obra e a constatação recorrente do quão pouco este epíteto se adequa à personagem central fazem parte da carga irônica da história. E se Catherine é ingênua para lá do que seria aceitável, e o seu amado Henry a personificação de todas as virtudes masculinas mais do que seria saudável, a perfídia dos maus da fita - amigos falsos, interesseiros e fúteis – não lhes fica atrás no exagero. Tudo isto seria deveras irritante não fora o tom divertido com que Austen assume ao longo das duas partes que constituem este livro o quão inverossímeis são as suas personagens…Acrescente-se a paródia do romance gótico e do exagero em que induz as suas leitoras, e uma crítica inteligente aos críticos que acusam o romance de ser fútil e “coisa de mulheres”, e temos uma interessante historieta de amor, escrita com bastante graça e capaz de ultrapassar a moralidade caduca que nos habituamos a esperar da pena de Jane Austen.
A Abadia de Northanger foi o primeiro romance concluído pela autora, porém um dos últimos a chegarem ao público, sendo editado e vendido postumamente em 1818, juntamente com Persuasão, um ano após o falecimento de Austen. Volume no qual, aliás, finalmente é revelado o nome da autora e sua morte, já que, embora suas obras já tivessem conquistado fama, sua identidade era mantida em segredo.

O livro também tem uma história interessante: embora tivesse sido sua primeira obra concluída, o manuscrito chegou a ser vendido, sob o título de “Susan”. mas não publicado. Intrigada com a demora na publicação após seis anos em aguardo, Austen escreveu ao editor inquirindo a esse respeito em 1809, após o sucesso de “Razão e Sensibilidade” utilizando-se de pseudônimo. A resposta que recebeu não foi nada boa: os editores ofereceram a ela a devolução do manuscrito mediante o pagamento de dez libras: mesmo valor pelo qual compraram a obra anteriormente. Na ocasião, o valor lhe pareceu alto demais e ela teve de se conformar, porém posteriormente os originais foram recuperados por seu irmão. Desde então o romance passou por vários processos de reescrita. Portanto, temos em mãos uma obra que precisou de muita paciência de sua autora para ter seu quinhão de mérito. E merecido, diga-se de passagem

Feito para ser uma sátira ao gênero gótico, best-sellers do período, a narrativa é recheada de ironia e tiradas sarcásticas tanto sobre a ingenuidade de sua personagem principal quanto a ganância das outras personalidades criadas por sua pena. Tendo em mente o fato de Jane Austen ser famosa pela criação de obras que prezavam por ordem, controle e moralidade, por obras densas como “Orgulho e Preconceito”, chega a ser surpreendente se dar conta do quanto sua imaginação – e sua pena – eram afiadas. Veja um exemplo:

A sra. Morland era uma mulher muito boa e queria que seus filhos se saíssem muito bem na vida, que contassem com apoio incondicional, mas seu tempo era exaurido nos longos descansos que se seguiam aos partos e no aprendizado dos pequenos, de modo que inevitavelmente as filhas mais velhas tinham de se arranjar por conta própria; e não era lá muito esplêndido o fato de Catherine, que por natureza não tinha em si nada de heroico, aos catorze anos gostasse mais de críquete, beisebol, andar a cavalo e correr pelo campo do que de livros, ou pelo menos de livros informativos – pois desde não fornecessem nada que se assemelhasse a conhecimento útil, desde que contivessem apenas narrativa e nenhum e nenhum resquício de reflexão, ela jamais manifestou qualquer tipo de objeção aos livros. Mas dos quinze aos dezessete anos Catherine treinou para ser uma heroína: leu todas as obras que as heroínas precisam ler a fim de abastecer suas memórias com aquelas citações que são aproveitáveis e tranquilizadoras nas vicissitudes de suas vidas aventurosas.

A Abadia de Northanger é um livro leve, fluído e engraçado a ponto de poder ser compreendido quase universalmente em seu humor. É algo que recomendo para quem quer ter uma primeira experiência com Jane Austen já que sua obra magna é bastante árida para quem está começando. Vale realmente a pena.

Há algum tempo tenho estado em uma forte onda feminista. Estou interessada em discussões de gênero e assuntos que digam respeito de alguma maneira a pauta da causa. Foi nesse contexto que me interessei em "Histórias e Conversas de Mulher" de Mary Del Priore. O problema é que tive de adiar esses planos porque o preço do e-book não andava muito interessante para o meu bolso. Essa situação durou até o "dia internacional da mulher", quando o livro digital entrou em promoção por um longo período e pude finalmente tê-lo para mim.

De dez de março - quando o comprei - até 12 de abril - data no qual terminei de ler - passou-se um longo tempo. Longo porque normalmente leio livros de não-ficção como uma forma de limpar a mente após muitas leituras ou após livros que me impressionaram. Passei por ambos os casos, com livros que li para resenhá-los para o Cabine Literária e também com alguns que se tornaram os meus preferidos, como "As memórias Perdidas de Jane Austen". Seja como for, demorei a ler porque o fiz bem aos pouquinhos e agora estou aqui para resenhá-lo. Antes tarde do que nunca.



Histórias e Conversas de Mulher
Autora: Mary Del Priore
Editora: Planeta | 312 páginas.
Namoros com homens mais jovens. A paixão por usar botinhas de salto. Corpo trabalhado artificialmente para projetar seios e nádegas e assim ficar mais voluptuoso. O uso de cremes com ingredientes naturais para clarear a pele. Sim, a vida de algumas sinhás do século XVIII lembra a de uma mulher do século XXI... mas só na aparência. Foram necessários mais de 200 anos para que as mulheres conquistassem direitos que permitem a livre expressão e o exercício da cidadania - votar, usar anticoncepcionais, divorciar-se, ir à praia de biquíni, ocupar cargos de alto escalão em empresas multinacionais e muitas outras coisas. Este livro revela como evoluiu - e se revolucionou - a vida das brasileiras, dos tempos da colônia portuguesa ao início do século XXI.

A linguagem de Mary Del Priore é bastante simples e convidativa. Não seria exagero dizer que ela é capaz de levar o leitor sem a menor dificuldade através de suas páginas. E há considerações para toda a sorte de temas, desde os tempos mais antigos até as aflições atuais, o que torna as ideias expostas algo bastante contextualizado especialmente no tocante a revolução sexual, os sonhos de casamento e também aos sacrifícios impostos por uma cultura de juventude e vaidade, sobre a ideia de prisão que vem com esses últimos quesitos, tidos como quase obsessão em tempos onde deveríamos estar libertas de tais neuras:

"Dando ou não dando, a brasileira continua a construir a identidade através do olhar do homem: do macho ou do príncipe. É ele quem escolhe a liberta ou a libertina. As que transformam o corpo apenas num mecanismo de proezas sexuais tem de lidar com consequências nem sempre desejadas: gravidez, DSTs, solidão, quando o corpo não é mais tão jovem. Na outra ponta, como demonstra Sarah Sheeva, a tradição não é opressiva. Para muitas a liberdade sexual é um fardo, e elas tem nostalgia da velha linguagem do amor, feito de prudência, tal como vivenciaram os avós. A pergunta que fica é: quando vamos ser nós mesmas, sem pensar em como ou quanto os homens nos desejam? Sem ter de escolher entre ser santa ou p...?"

"Mais do que nunca, a mulher sofre prescrições. Agora não mais do marido, do padre ou do médico, mas do discurso jornalístico e dos publicitários que a cercam"

"Se as mulheres orientais ficam trancadas num espaço determinado, o harém, as ocidentais têm outra prisão: a imagem. E são açoitadas para caber nela: eternamente jovens, leves e saudáveis."

Convenhamos, é um choque de verdades.

Não tenho muito a falar a respeito da obra. Não sou historiadora para saber de que modo certos itens são organizados e montados para compor o livro e a pesquisa me parece bem feita. A princípio o livro parece se ater a história, mas não é o caso já que se mostra dotado de opiniões interessantes. As vezes, mostra-se tedioso com alguns dados intermináveis, mas é um risco comum para aqueles que se prestam a oferecer o maior número possíveis de informação para contextualizar assuntos importantes.

Em suma, é um livro que dá muito o que pensar. Recomendo.

Pelo conjunto da obra, três corujas:

Antes de começar esse post, acho interessante comentar o fato de que não sou particularmente atraída pelo gênero policial. Nunca gostei de Agatha Christie ou Arthur Conan Doyle nem tenho paciência para um monte de voltas no enredo, como é típico desse tipo de história, mas "Dias Perfeitos" me ganhou logo na sinopse. Confira:


Dias PerfeitosAutor: Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras | 280 páginas
Téo é um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Ela está escrevendo um road movie sobre três amigas que viajam em busca de novas experiências. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela menina. Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um chalé em Teresópolis e uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita, repleta de tortura psicológica e sordidez.

Tomei conhecimento desse livro pelo Cabine Literária, site no qual tenho atuado como colaboradora, quando assisti um dos vídeos que falavam sobre lançamentos para o mês. E desde então fiquei interessadíssima nessa sinopse... romântica. #sqn . Então li o e-book e assim que pude fiz questão de comprar o livro físico.

Na verdade não é a primeira obra que leio que tem uma premissa parecida. Já li "O Colecionador", de John Fowles, e é o melhor livro que tenho para estabelecer algum tipo de comparação. E posso dizer que "Dias Perfeitos" é bem melhor e que, acima de tudo, superou minhas expectativas. Ainda mais pelo fato de que nunca vi a obra de Clarice Lispector ser usada de maneira tão... peculiar e só por isso já valeria a leitura.

Narrado em terceira pessoa que parece primeira a ponto até de confundir uma coisa com a outra (batizei esse tipo de narrativa de "quarta pessoa"), a escrita de Raphael Montes faz com que seja possível entrar na mente de Téo e entender as motivações distorcidas para cada um de seus atos. Todos os atos do personagem acabam dotados de sentido, mesmo que seja terrivelmente errado e vá contra qualquer tipo de princípio. Tudo isso sem cansar o leitor, algo que vem se tornando bastante complicado nos últimos anos nos quais as histórias dão voltas e mais voltas.

Aliás, é possível até mesmo sentir empatia pelo Téo (acredite se quiser). E isso é absolutamente perturbador!

Ok, em alguns momentos a coisa fica meio entediante, mas isso acontece nos momentos de calmaria das situações e dos personagens, portanto sendo algo perdoável. Afinal se tudo se mantivesse no pico, devo dizer que a tensão provocada poderia ser quase insuportável. Seria como assistir a saudosa "Avenida Brasil" composta inteiramente por cenas de gritos e falatórios, além das cenas nas quais seria muito fácil se perder num piscar de olhos. Não é a toa que existe o horário do comercial (não apenas para ganhar dinheiro, crianças). O outro problema do livro é o final: pelo menos pra mim, foi absolutamente broxante, mas ok. Acontece.

De qualquer maneira, o conjunto da obra fez com que "Dias Perfeitos", sem a menor sombra de dúvidas, fosse uma das minhas melhores leituras do ano até o momento e que Raphael Montes entre para minha listinha de autores nos quais devo ficar de olho.

Tendo em vista esses fatores, três corujinhas na classificação.


Vivemos atualmente em uma sociedade na qual a ideia de justiça vem sendo muito questionada, tanto na vida real quanto na ficção. E claro, como podemos constatar, estamos bem longe de viver em um mundo minimamente justo. Porém, um pouco dessa tão desejada justiça ocorre quando certas histórias são contadas e finalmente ganham o mundo. Desse modo pelo menos há a sensação de que certas coisas não aconteceram em vão.

Esse é um bom modo de ver a história de Solomon Northup, especialmente agora que está sob todos os holofotes:



12 Anos de EscravidãoAutor: Solomon Northup
Editora: Seoman | 232 páginas
A obra que originou o filme 12 Anos de Escravidão retrata a história de Solomon Northup, um homem negro nascido livre nos Estados Unidos, que após ter recebido uma falsa proposta de trabalho, foi sequestrado, drogado e comercializado como escravo, e passou doze anos em cativeiro, trabalhando, na maior parte do tempo, em uma plantação de algodão na Louisiana. Após seu resgate, Northup, com uma escrita simples e ágil, retrata os registros excepcionalmente vívidos e detalhados da vida de um escravo. Este é um dos poucos retratos da escravidão americana, redigido por alguém tão culto quanto Solomon Northup — uma pessoa que viveu sua vida sob a óptica de uma dupla perspectiva: ter sido tanto um homem livre como um escravo.

Nascido como um homem livre, em 1841 Northup foi sequestrado e vendido como escravo, passando mais de uma década em cativeiro, sendo libertado somente em 1853. Após o resgate, Solomon e seu editor passaram três meses trabalhando em um livro de memórias, cuja publicação alcançou a marca de 17 mil exemplares vendidos nos primeiros quatro meses, e chegou a 30 mil em 1855, dois anos após a primeira edição. Um feito e tanto levando em consideração a época de publicação e também o tema, considerado um tabu.

Atualmente, 160 anos depois dos acontecimentos parece difícil encontrar quem não conheça a história de Solomon Northup: adaptado ao cinema e premiado com duas estatuetas na última edição do Oscar - incluindo a de melhor filme. Com isso a história ultrapassou e muito os costumeiros 15 minutos de fama dos quais muitas histórias não são capazes de ir além. E impulsionado pelo sucesso do filme, novamente "12 anos de Escravidão" foi alçado ao status de bestseller.

Bom, vamos ao que interessa: o livro é narrado em primeira pessoa e segue os acontecimentos em ordem cronológica, iniciando brevemente por sua vida anterior ao sequestro, dando detalhes de sua educação e dos meios de vida que dispõe. Os leitores mais impacientes não precisam esperar muitas páginas para que o pesadelo comece. Basta que tenham paciência suficiente para terem o contexto adequado e informações para compreender como as coisas aconteceram e entender o significado do que é ter a vida e a liberdade tomadas de si.

Solomon é inteligente e narra de maneira sagaz. Na maior parte do tempo consegue manter um distanciamento entre as próprias emoções e os fatos, o que é surpreendente em uma autobiografia. Ele fala com generosidade a respeito de alguns de seus senhores bem como mantém frieza em relação àqueles que o maltrataram, sendo aparentemente bastante franco sobre o que lhe aconteceu. Curiosamente ele também é capaz de despertar risadas vez ou outra com a forma pela qual se revolta contra alguns de seus donos, como Tibeats. O mesmo pode ser dito de momentos com Epps, seu último dono, mas imagino que deva ter tido outra abordagem no filme.

Outro ponto interessante é que o livro é pequeno tendo em vista o volume de acontecimentos. Do mesmo modo, surpreende a escrita fluida, levando em consideração a época em que foi escrito. Claro que não é uma leitura rápida, até mesmo pelo peso dos acontecimentos, mas é uma obra bastante simples. Na maior parte do tempo até mesmo momentos mais dramáticos são narrados com alguma distância. Nada que dificulte o sentimento de empatia, mas certamente o efeito do drama é menor. Talvez pela intenção de ser um documento e pouco houvesse o intuito de angariar empatia e comoção a qualquer custo, o que imagino que não seria bem visto naquele tempo. De qualquer modo, o tema em si não necessita de um esforço deliberado nesse sentido e isso é bom.

solomon northup
Chiwetel Ejiofor na adaptação do livro para o cinema

Algo que me surpreendeu bastante é que a narrativa é praticamente desprovida da ideia de ego - um problema muito comum de autobiografias e biografias de pessoas vivas. Ok, em alguns momentos ele pode se exaltar na descrição de ferramentas criadas e construídas por si, mas esse tipo de coisa está longe de ocupar a maior parte do livro. A escrita em si só fica tediosa no momento em que ele passa a descrever detalhes de manufaturas e ofícios que exerceu enquanto escravo, mas isso é compreensível devido ao caráter documental da obra.

Por tudo que "12 Anos de Escravidão" representa e por tudo que essa história significa, quatro corujas e uma forte recomendação para leitura.

Se tem algo que talvez o leitor que acompanha esse blog não saiba é que eu sou muito fã de Jane Austen. Tive meu primeiro contato com a obra da autora ainda na faculdade, com “Razão e Sentimento” e “Persuasão”. Porém como o período de faculdade é difícil por si só, acabei interrompendo a leitura e deixando de lado. Isso durou até 2013, quando descobri “Orgulho e Preconceito” e entrei novamente na onda e a buscar tudo que ainda poderia ler de suas histórias, ou tudo o mais que tivesse a ver com o seu nome.

Foi desse modo que descobri “As Memórias Perdidas de Jane Austen”: um livro que paquerei durante muito tempo e que acabei comprando o e-book. 

Memórias Perdidas de Jane Austen
Autor(a): Syrie James
Editora: Record - 320 páginas
Um dos maiores nomes da literatura inglesa, Jane Austen escreveu clássicos como Orgulho e preconceito. Embora seus livros tenham interessantes histórias de amor, a vida amorosa da autora nunca foi considerada notável. Esse foi o ponto de partida para Syrie James, estudiosa de Austen, criar uma versão romanceada sobre a vida da aclamada escritora. E se memórias escritas pela própria Austen fossem descobertas, revelando um grande caso de amor? Escrito em um estilo próximo ao da própria escritora britânica, As memórias perdidas de Jane Austen é um livro notável, irresistível para qualquer um que ame Jane Austen – ou grandes romances.


A obra é uma biografia romanceada da autora, tendo como base o suposto conteúdo de um velho baú encontrado escondido no sótão de uma das várias casas pertencentes a um dos irmãos de Austen e identificados como manuscritos da autora. E esse é um passo para tomar a fantasia como verdade já que os fatos são tão amarrados que se torna quase impossível pensar na ideia como uma fantasia.Prefácios e notas do autor corroboram a suposta verdade, afirmando que grande parte do que está no livro realmente provém de volumes encontrados de suas memórias no baú escondido. É como o filme "A bruxa de Blair", tido como verdade, mas é apenas imaginação.

Nesse caso, perca as esperanças, caro leitor. A vida de Jane Austen permanece misteriosa, portanto conforme-se com os mistérios. Porém nem tudo está perdido porque você poderá contar com uma excelente ficção.


É fácil reconhecer a sagacidade presente na narrativa e quase impossível não se deixar levar por ela sem maiores perguntas, tomando a maior parte daquilo como algo real, como se realmente se tratasse de um livro de memórias. A escrita é fluida e fácil de acompanhar e no embalo também fica bem simples notar vários personagens que permearam a obra da escritora. Ao contrário de muitas obras do tipo é fácil tomá-lo como uma verdade e torcer pelo final da heroína. Infelizmente, o que acontece é um grande spoiler, já que o destino de Jane Austen - mesmo que saiba-se pouco a respeito de sua vida - é bem conhecido do público e isso não foi mudado.

Como disse alguns parágrafos acima, eu comprei o e-book. Agora ele está na lista dos que quero comprar a versão impressa e tê-lo comigo em casa, assim como a coleção completa de obras da autora.

Leitura obrigatória para os fãs de Jane Austen e para quem gosta de um bom romance! E cinco corujas de classificação porque cumpriu as promessas de uma boa leitura.


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