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A Garota da Biblioteca

E eis aqui o meu último livro lido em 2013!

Comprado em versão digital na Amazon a um preço módico de R$ 9,90 (sim, estou sempre de olho nas promoções relâmpago), não era um livro que estava nos meus planos iniciais seja de compra ou de leitura. Mas como meus planos quase sempre mudam no meio do caminho, acabei comprando e começando. E olha que coisa: terminei de ler no mesmo dia. Isso foi muito bom, tendo em vista o fato de que me envolvi bastante na história.


Título: Uma Noite no Chateau Marmont.
Autora: Lauren Weisberger
Editora: Record - 491 páginas.
Brooke e Julian têm uma vida tranquila em Nova York: ela sustenta o casal com dois empregos enquanto ele investe em sua carreira como músico. Finalmente, Julian é descoberto por um executivo da Sony e se torna um súbito sucesso, e suas vidas mudam para sempre. Os implacáveis paparazzi tanto insistem que conseguem emplacar uma foto escandalosa na imprensa - será que o casamento de Brooke vai sobreviver aos acontecimentos daquela noite fatídica no Chateau Marmont?

Você deve ter notado que Lauren Weisberger é mais conhecida por ser a autora de "O Diabo Veste Prada". Claro, quem não notaria isso se a capa do livro tem esse fato super-destacado e ainda uma capa bem parecida em termos de identidade visual?

Bom, o fato é que muita gente não gostou do livro "O Diabo veste Prada", tomando para si a referência do filme. Aliás, é um caso raro no qual o filme é melhor que o livro. Embora eu goste bastante da versão literária, também prefiro o filme, mas o fato é que quem tem o seu bestseller como padrão de comparação, vai acabar tendo uma surpresa. "Uma noite no Chateau Marmont é beeeeem melhor que "O Diabo Veste Prada".

Isso foi uma surpresa para mim. Na minha última tentativa de ler algo da autora fui muito mal sucedida ao tentar " À Caça a Harry Winston". Achei péssimo. Um dos piores que li na vida, para dizer a verdade. Não deixei de ter esperanças de que ela pudesse fazer melhor, mas perdi o interesse. No mais, a minha tentativa teve mais a ver com a promoção Amazon que um interesse franco e sincero. E olha... não me arrependi. É um livro bem interessante, que não fica de enrolação e nem com mil histórias paralelas. Também fornece um bom vislumbre do mundo das celebridades, especialmente as da música.

Se puder ler, realmente vale a pena. É bom para quem gosta de romance e algum drama no relacionamento além de finais felizes (não, isso não chega a ser realmente um spoiler). E sim, quatro corujas de classificação.

Normalmente os posts de blogs no fim do ano são aqueles que se destinam a fazer um balanço do ano. E claro, não fiquei de fora dessa. Como muito do meu 2013 teve a ver com livros, nada mais justo do que dividir a minha experiência.



Em 2013, tentei ser bastante disciplinada com o meu perfil no Skoob. Ou pelo menos em registrar tudo aquilo que lia. E no fim, os números mostraram que li 119 livros nestes 365 dias. Não sei dizer se é muita coisa, mas posso dizer que realmente me senti uma rata de biblioteca (embora não tenha entrado em nenhuma esse ano). Sendo muito ou algo nada expressivo, senti vontade de falar mais sobre isso.

Como li tantos livros durante o ano?

Neste ano, tive a felicidade de ser apresentada ao e-reader. Sim! Aquele aparelhinho pelo qual muitos leitores torcem o nariz sem ao menos conhecer, crendo que ebook é simplesmente aquele pdf maroto que se lê no computador. Devo dizer que não é. Dos livros que li este ano, devo dizer que somente oito eram livros físicos (e pelo menos quatro dentre esses foram lidos tanto em e-reader quanto em papel). Aliás, para quem quiser saber mais sobre eles (Kindle ou Kobo), indico esse post aqui no meu outro blog, Limão em Limonada. Tudo bem que livro físico é bonito, tudo de bom, enfeita estante que é uma beleza e blá blá blá, mas nada se compara em termos de praticidade. Afinal, é meio difícil ler os livros das "Crônicas de Gelo e Fogo" levando aqueles tijolos para a rua... (sim, eu tentei e não é nada prático.)

Meu método usual de leitura. Sempre que posso, e-reader em mãos.
Não é papel, mas é super prático para quem tem a vida agitada e também para quem gosta de ler durante a madrugada e tem preguiça de ir apagar a luz. (#PaperwhiteForever)

Os preferidos e os odiados de 2013

Dentre os livros que li, devo dizer que tive várias obras para chamar de "xodó." Não que sejam as melhores obras do mundo e que todos devam considerar como sendo maravilhosos, mas em algum momento essas obras realmente me despertaram, por um motivo ou por outro, sejam eles nobres ou não:

  • Barba Ensopada de Sangue - Daniel Galera
  • As Brumas de Avalon (4 volumes) - Marion Zimmer Bradley
  • Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios - Maçal Aquino
  • Eu sou o mensageiro - Markus Zusak
  • Sob a Redoma - Stephen King
  • Mensagem de uma mãe chinesa desconhecida - Xinran
  • A boa terra - Pearl S. Buck
  • Holocausto Brasileiro - Daniela Arbex
  • Norwegian Wood - Haruki Murakami
  • A garota que eu quero - Markus Zusak
  • Perdão, Leonard Peackock - Matthew Quick
  • Os olhos amarelos dos crocodilos - Katherine Pancol
  • Todo dia - David Levithan
  • Ratos - Gordon Reece
  • Menino de Ouro - Abigail Tarttelin
  • As lembranças de Alice - Liane Moriarty
  • Pela luz dos olhos seus - Janine Boissard
  • O Vale das Bonecas - Jacqueline Susann
  • O Duque e Eu - Julia Quinn
  • Vale Tudo: Tim Maia - Nelson Motta
  • O Visconde que me amava - Julia Quinn
Outros, em compensação ganharam o meu ódio quase eterno pelo que considerei um desperdício tremendo de tempo: 
  • As vantagens de ser invisível - Stephen Chboskyl
  • Mel e Amêndoas - Maha Akhtar
  • A vida em tons de cinza - Ruta Sepetys
  • Os últimos sete meses de Anne Frank - Willy Lindwer
Em resumo, devo dizer que o saldo foi altamente positivo, embora haja vários livros de diferença entre os preferidos e odiados e que seguiram classificados como medianos segundo o meu gosto. Mas de um modo ou de outro, todos marcaram minha imaginação de algum modo.

O que senti lendo tantos livros?

Tenho um colega que, se lesse esse post, estaria me perguntando "qual a utilidade de ler tanto"? Bom, a resposta é bem fácil, e francamente não vou me dar ao trabalho de escrever aqui, ainda mais quando a pessoa em questão tem como "livro útil" somente os didáticos. Porém nesse caso tendo em mente a quantidade de leitura, devo me perguntar: foi realmente útil para mim?

Em primeiro lugar, ler tanto não foi uma experiência lá muito enriquecedora. Leio porque gosto, leio por hobby e prazer e não necessariamente por acréscimo a minha escassa sabedoria. Ler tantos livros me colocou em estafa por alguns dias. Em vários momentos tive a sensação de não conseguir prestar atenção ou memorizar algo como nomes e locais, o que é frustrante. Em várias outras ocasiões me senti incapaz de participar de algum debate e escrever resenhas sobre um livro ou outro porque a história simplesmente não ficou em minha mente e inviabilizava conversas. Muito do que li foi para não ficar parada, não ter a mente ociosa. Ter um e-reader ao lado faz você sentir culpar por não ler (isso é uma das raras desvantagens dos ebooks).

Ler simplesmente para acumular números não serve, não funciona. Não serve para mais do que o falso status, do mesmo modo que comprar muitos livros somente para enfeitar a estante. Estar à vontade com o próprio ritmo e saborear as palavras sem ter pressa é fundamental para ser um bom leitor. Não se importe com números, mas sim com qualidade. Isso certamente fará a vida melhor. 

Para o próximo ano, pretendo 
Ok, este é um post "dois-em-um" mas estou me esforçando para que possa valer a pena. Provavelmente valerá, caso você goste de um romance... 

Basicamente estou aqui hoje para falar dos livros "O Duque e eu" e "O Visconde que me amava",  respectivamente o primeiro e segundo volume da série 'Os Bridgertons", escrita por Julia Quinn. Como você pode imaginar, são romances de época, mas escritos de modo surpreendente. Confira:


Título: "O duque e eu" - Os Bridgertons, volume I
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro - 288 páginas
Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas. Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível. É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo.
Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga. A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta.
Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.



Título: "O Visconde que me amava" - Os Bridgertons, volume II
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro - 288 páginas
A temporada de bailes e festas de 1814 acaba de começar em Londres. Como de costume, as mães ambiciosas já estão ávidas por encontrar um marido adequado para suas filhas. Ao que tudo indica, o solteiro mais cobiçado do ano será Anthony Bridgerton, um visconde charmoso, elegante e muito rico que, contrariando as probabilidades, resolve dar um basta na rotina de libertino e arranjar uma noiva.
Logo ele decide que Edwina Sheffield, a debutante mais linda da estação, é a candidata ideal. Mas, para levá-la ao altar, primeiro terá que convencer Kate, a irmã mais velha da jovem, de que merece se casar com ela.
Não será uma tarefa fácil, porque Kate não acredita que ex-libertinos possam se transformar em bons maridos e não deixará Edwina cair nas garras dele.
Enquanto faz de tudo para afastá-lo da irmã, Kate descobre que o visconde devasso é também um homem honesto e gentil. Ao mesmo tempo, Anthony começa a sonhar com ela, apesar de achá-la a criatura mais intrometida e irritante que já pisou nos salões de Londres. Aos poucos, os dois percebem que essa centelha de desejo pode ser mais do que uma simples atração.



Beleza. Apresentações feitas e vamos ao que interessa. Encontrei esses ebooks no meu kindle e estava relutando em lê-los. Confesso que a capa estava afastando qualquer entusiasmo meu nesse sentido ("não julgue um livro pela cara", já dizia o grande filósofo). Mas ok, com a perspectiva de um fim de semana sem internet e sem condições de escrever, resolvi abrir o Kindle e procurar algo promissor. Mesmo atochado de ebooks, decidi agir como uma mulher quase sempre age em frente a um guarda-roupas abarrotado: "não tenho nada o que vestir / ler!"

Após muito fuçar, encontrei "O Duque e Eu" e resolvi arriscar. E putz, por que eu não fiz isso antes? Eu praticamente DEVOREI o livro. É um romancezinho de época com personagens impagáveis, linguagem fácil e leitura leve, ágil e engraçada (e um pouquinho de sexo também, mas nada muito grave. Nada que uma Nora Roberts não faria.). Excelente de ler, em todos os sentidos! O mesmo aconteceu quando li "O Visconde que me amava". Já estou encantada com a Família Bridgertons e seus personagens!

O sucesso dos livros atualmente já é tanto que muita gente vem comparando Julia Quinn a Jane Austen. Isso eu já acho exagero, embora a época e alguns dos personagens que elas descrevem em suas histórias seja semelhante o bastante para que haja a tentação de ir pelo caminho mais simples. 

Na prática, Jane Austen sempre será Jane Austen, porque fazer o que ela fazia, naquela época e daquele jeito, elimina qualquer chance de comparação. aliás, Muito do que julgam semelhante entre Austen e Quinn vem da forma irônica de descrever alguns de personagens, mas convenhamos: é muito fácil ser irônico atualmente. Qualquer um consegue. No caso de Jane Austen, fazer isso na época em que fez e ainda obter sucesso, faz com que ela esteja longe de qualquer comparação nesse sentido. Mas isso não elimina o brilho dos livros da Julia Quinn. São ótimos!

No momento, encontrei em português somente os dois que descrevi acima, quando na verdade ainda faltam vários livros para terminar a coleção. Estou ansiosa para ler os demais e continuar me deixando levar por histórias envolventes e leves como essas.

Quatro corujas para os dois!


O livro deste post é especialmente para as noivinhas de plantão. Você já ouviu falar em "O momento mágico", de Jeffrey Zaslow?


Título: O momento Mágico (The Magic Room)
Autor: Jeffrey Zaslow
Editora: Novo Conceito - 320 páginas.
Em uma cidadezinha, a 100 quilômetros de Detroit, há uma loja antiga com mais de 78 anos que se tornou um ícone em roupas para casamento e vestidos de noiva. Por ali já passaram mais de cem mil moças: noivas, mães e madrinhas. Seus vestidos vão além de roupas elegantes para mais uma cerimônia: eles representam, no imaginário das noivas e de seus pais, a garantia de uma noite de princesa, um símbolo do "felizes para sempre". Para estas moças este lugar é certamente uma linha divisória: de um lado está a fé no amor e no romance, e do outro, a ingenuidade e o medo. Da substâncias desses sentimentos contraditórios, Jeffrey Zaslow selecionou histórias que as vezes nos fazem rir, às vezes nos partem o coração, mas que oferecem um panorama do que é o casamento e do que as famílias ensinam às suas filhas sobre amor e compromisso.

Bom, uma promessa e tanto para as que estão com um pé no altar. Não é o meu caso, mas o que me interessou na obra foi a história do local em si e da promessa de beleza nas histórias de lá, sem contar o fato de o autor ser um jornalista. E lá fui eu em direção ao livro ansiosa e disposta a catar a versão digital (R$ 18,99 na Amazon).

O que encontrei soou bem interessante mas não em todos os níveis que eu esperava. Em primeiro: a loja é mesmo muito interessante. Sua formação, o início até os dias atuais, as ideias que transformaram o local no que é hoje é bem legal. A história de algumas noivas também é linda, mas nem todas são interessantes. Em algumas delas eu queria era mais jogar o Kindle longe, coisa que God sabe que não posso fazer porque a bodega custa caro.

Explicando melhor: o fato é que não sou alguém que tem "aquela ideia" de casamento ou sonhe em estar em um vestido de noiva para aquele que promete ser o dia mais importante da vida. Sequer sou lá muito romântica. Minha ideia a respeito de casamento é a mais prática possível portanto os sonhos das noivas e toda a preocupação maluca de fazer uma grande cerimônia e uma super festa simplesmente não entra na minha cabeça. Ou seja, não tive empatia pela maior parte das personagens. Não sou parte do público-alvo ao qual se destina o livro.

Não posso falar muito a respeito dos aspectos gráficos do livro, afinal li o e-book. Sobre ele, aliás posso falar bastante. Quem puder, fuja da edição digital deste livro a menos que tenha um tablet visto que ele possui muitas fotos, portanto é interessante vê-las coloridas. Em suma: se você está para casar ou ainda somente sonha com o casamento, esse livro pode ser uma boa pedida.

Alguns livros são difíceis de ler. E não estou falando de livros ruins. Estou me referindo a obras boas, mas que trazem em suas páginas algumas verdades e situações difíceis de digerir e enfrentar. É sobre uma dessas pérolas literárias que vamos falar agora: Perdão, Leonard Peacock.

Título: Perdão, Leonard Peacock (Forgive-me, Leonard Peacock)
Autor: Matthew Quick
Editora: Intríseca - 224 páginas.
Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinado à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem aos poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia, Leonard estará morto. 


Sinopse tensa, não é? Bem diferente do livro bestseller de seu autor. Afinal provavelmente todo mundo conhece Matthew Quick pelo livro "O lado bom da Vida", que tinha uma pegada bem mais cômica. Eu li o antecessor de "Perdão, Leonard Peackock" e sinceramente não gostei. Rolou até uma risada ou outra, mas não me interessei nem mesmo em escrever algo sobre. Mas tudo bem, dei uma segunda chance ao autor, afinal uma carreira literária não é feita somente de best-sellers. Não me arrependi: valeu muito a pena ter arriscado.

Como mencionei lá em cima, é uma obra cheia de momentos difíceis de enfrentar, de verdades que são bem difíceis de engolir. O cotidiano de Leonard não é nada fácil. Para o leitor que tenha o mínimo de empatia, é bem simples sentir a dor e a tristeza dele. O livro é tocante e comovente ao extremo e tudo isso sem cair na pieguice. O texto e a narrativa são muito atraentes e é impossível não ser atraído para a mente do protagonista e entender o que o leva a um momento tão extremo: toda a tristeza, as humilhações, os pequenos gestos de abuso e negligência. 

É um livro que fala sobre pessoas, pequenas segundas chances e todos os gestos que impulsionam para os diferentes rumos da vida, seja ela a loucura ou a reinvenção. Com isso, esse livro foi para a minha lista de preferidos de todos os tempos. 

Se tiver a oportunidade, leia. É um dos maiores achados da literatura recente. E cinco corujas é pouco para classificar o que senti por esse livro.


E eis aqui mais uma das minhas leituras deste ano. Não que seja a mais recente, mas como sempre, foi aquela pela qual me interessei de imediato em escrever uma resenha. Ok, não tão de imediato assim, já que li 11 livros depois dele ("Vale das Bonecas" inclusive foi o que li logo depois deste), mas tudo bem, você deve ter entendido o que quero dizer.

Bom, antes de mais nada, vamos falar no escolhido: Mel e Amêndoas, de Maha Akhtar.

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Livro: Mel e Amêndoas (Miel y Almendras)
Autor: Maha Akhtar
Editora: Planeta do Brasil - 448 páginas.
O destino e as histórias de seis mulheres acabam se cruzando em um salão de beleza em Beirute, e elas compartilham momentos de solidão, felicidade, medo e frustração. Esse é o pano de fundo de “Mel e Amêndoas”, novo livro da jornalista Maha Akhtar. Mouna Al-Husseini, a atrevida proprietária do salão Cleópatra, luta para sobreviver com o pouco dinheiro que ganha, além de ter de aguentar a rispidez de sua mãe, que a repreende por nunca ter se casado. Já Amal, sua tímida assistente, mantém um segredo a sete chaves. Do outro lado do balcão, suas novas clientes desenvolvem um sentimento de profunda amizade, apesar de suas diferentes procedências sociais, religiosas e culturais: Imaan Sayah, uma importante diplomata libanesa, Nina Abboud, vítima da guerra que ainda não conheceu o verdadeiro amor, Lailah Hayek, uma ex-Miss Líbano infeliz no casamento, e Nadine Safi, esposa de um ex-embaixador e dona de uma calorosa personalidade. Essa narrativa sensível e envolvente, cheia de personagens femininas cativantes e histórias paralelas, leva-nos a caminhar pelas exóticas ruas de Beirute e sentir seus aromas, seus personagens e seus conflitos.

Antes de começar a resenha em si devo avisar: falar desse livro traz para mim um misto de sensações, que infelizmente não são lá muito agradáveis. E vou explicar a razão. Desde o momento em que descobri a existência desta obra, fiquei interessada de imediato. 'Mel e Amêndoas" logo de início tinha tudo para ser uma leitura especial:

  1. Porque gosto de livros que falem sobre vida de mulheres. (ainda mais quando são mulheres fortes)
  2. Porque gosto de livros que falem sobre mulheres do Oriente Médio. (quase sempre é uma narrativa forte, seja ficção ou não)
  3. Porque a autora é jornalista.

Ou seja, era um prato cheio para alguém com os meus gostos.

Bom, devo dizer que fui frustrada em algum momento. Ou em tantos momentos que nem sei dizer. Para ser franca, "Mel e Amêndoas" foi o pior livro que li este ano e, quiçá, um dos piores que já li na vida.

Antes de qualquer coisa: é um livro lento, que fala sobre amizade e também (de alguma forma) sobre o papel da mulher, com vários obstáculos possíveis seja no universo ficcional ou real, ainda mais levando em consideração o local onde a ação se passa. E olha que já li muitos livros sobre mulheres e ainda mais sobre mulheres do mundo árabe. Sempre foi um universo que me cativou, portanto não sofro de falta de bagagem no assunto. Ficcional ou não, as personagens são desinteressantes (a única que me causou algum interesse foi justamente Mouna, e ainda assim me decepcionei com ela). Elas foram escritas e mostradas de maneira boba e preguiçosa, cuja escrita não ajudou em nada. Uma perspectiva que não é nada boa tendo em vista a forma que a narrativa é desenvolvida.

O livro é narrado em 3º pessoa, no tipo que chamam de narrador observador. Não é o tipo de narrativa mais simples, mas normalmente é o que mais me agrada. O problema é que a autora conseguiu tornar o livro fraco, nada cativante e incompleto em vários setores, sem contar a "ação" que passa de um núcleo para outro várias vezes sem a menor nexo ou coerência. Para dizer a verdade, me senti como se estivesse lendo uma fanfic mal escrita, ou um pdf mal traduzido ao invés de uma obra literária. Além disso, "Mel e Amêndoas" tem o fim mais preguiçoso que já li na minha vida (não, isso não é um spoiler).

Em suma: uma decepção tremenda. O desperdício de R$ 44,90 porque eu tenho a edição física. Na ânsia de ler o livro, fiquei meses esperando pela versão ebook que só saiu há pouco tempo. Antes eu tivesse esperado mais, pois provavelmente teria R$ 15 a menos de prejuízo.

Enfim, decepções são inevitáveis na vida de um leitor. E esse livro vale uma coruja e olhe lá.

Nos meses em que estive ausente eu me envolvi com muitos livros. Neste meio tempo em que não escrevi uma postagem sequer, meu perfil no Skoob exibiu a marca de mais de cem livros lidos em 2013. Eu poderia escrever então sobre muita coisa, mas resolvi discorrer da minha leitura mais recente: “O Vale das Bonecas.”

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O Vale das Bonecas:Autora: Jacqueline Susann
Editora: Record | 512 páginas
"Anne, Neely e Jennifer têm um sonho em comum: o sucesso no showbiz. As três se conhecem em Nova York e se tornam amigas. Circulando pelos bastidores nem sempre glamourosos do mundo dos espetáculos, elas compartilham os mesmos objetivos, decepções e um apetite voraz por pílulas estimulantes, que ingerem com fartas doses de uísque. Qualquer semelhança é realmente mera coincidência com a vida de quase-estrela da Broadway de Susan nos anos 50. Mesmo sendo o romance mais característico dos anos 60 O VALE DAS BONECAS parece ter previsto os movimentos pós-punk e pós-feministas dos anos 90. Foi adaptado para o cinema em 1967 com Sharon Tate, Patty Duke e Barbara Parkins nos papéis principais e mesmo com o passar do tempo, não perdeu o frescor. Jacqueline Susan deixou sua cidade natal, Philadelphia, aos 18 anos, partindo para Nova York onde viveu como atriz por muitos anos. Contudo, foi o sucesso de suas três novelas O vale das bonecas, A máquina do amor e Uma vez só é pouco que a transformaram em uma verdadeira superstar. Susan, que morreu em 1974, foi casada com o produtor Irving Mansfield."

Trata-se de um clássico da literatura americana, que fez muito barulho quando foi lançado e apontado como um dos livros que mais vendeu no mundo. Não posso discorrer a respeito da veracidade desta estatística, mas na prática posso dizer o que se isso for verdade, dá para entender a razão de tanto burburinho.

Posso dizer que inicialmente enrolei eras com a leitura deste livro. Ler pdf em um e-reader é uma das coisas mais penosas do mundo e a letra ficava muito pequena. Já tinha feito muitas tentativas de começar, mas nunca tinha passado das primeiras cinco páginas até o dia em que me deu uma louca, achei um arquivo pdf que tinha convertido para mobi mais-ou-menos legível e me envolvi na leitura. Não apenas passei da página cinco como simplesmente não consegui parar enquanto não cheguei até a última linha. E fiquei com o livro na cabeça a ponto de ignorar tantas outras boas leituras para resenhar e me propus em escrever esta.

Escrito em terceira pessoa e dividido entre os pontos de vistas das três personagens protagonistas, “O vale das bonecas” é pura literatura de entretenimento. Um dos casos raros de obras consideradas ‘clássicas’ e que serve para diversão. Você não encontrará nele nenhuma linguagem profunda, nenhuma pegadinha altamente reflexiva de professores de vestibular, nem nada do gênero. É aquilo que as pessoas costumam chamar de “prazer culpado”. A leitura é muito envolvente, independente de sua linguagem não ser sofisticada, porém está longe de ser algo que tenha um final feliz.

Os personagens são muito interessantes e por várias vezes tive vontade ora de esganá-los e ora de pegá-los no colo: Anne, com sua frieza e determinação, Jennifer com sua busca pela independência e pela juventude prolongada e Neelie, com seu incrível talento artístico e poder de autodestruição. A obra explora muito bem a sua época e os bastidores do mundo das celebridades e não é dífícil entender a razão, afinal sua autora esteve muito envolvida com aquele universo. Por mais distante que este mundo esteja de nós – por seu contexto histórico somente visto que o mundo dos famosos agora é tão louco quanto, porém com menos glamour e mais acessibilidade – é plenamente possível ao leitor se envolver com os dilemas que regem a vida destas mulheres.

Em suma: se você não tem vergonha de ler romanções ou de ter prazeres culpados, provavelmente vai gostar MUITO deste livro.

Classificação de quatro corujas sem nenhuma vergonha na cara. :-)

E eis que depois de um tempo considerável afastada e vários livros lidos durante esse tempo, estou de volta para falar de uma dessas leituras. A escolhida da vez é uma biografia. Se você esteve acompanhando as notícias literárias, provavelmente já escutou falar deste livro, ou se pelo menos algum dia esteve atento às notícias do mundo, provavelmente conhece a biografada:


Livro: Eu sou Malala - A História da Garota que Defendeu o Direito à Educação e Foi Baleada Pelo Talibã
Autor: Malala Yousafzai, Christina Lamb
Editora: Companhia das Letras – 360 páginas
Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã.

Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente. “Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.

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Se você leu a sinopse, provavelmente sabe quem é Malala Yousafzai então não é preciso me ater a detalhes sobre a garota, que é mundialmente conhecida por sua luta e sua causa. Muito jovem, Malala tem muitas histórias para contar, típicas de quem apesar da tenra idade, já viveu os maiores desafios que alguém poderia enfrentar. E é nessas histórias que o leitor viaja pelas 360 páginas do livro.

Escrito em parceria com a jornalista Christina Lamb, ele adota uma narrativa em primeira pessoa e vem desde a infância – com flashes da vida de seus pais – e chega aos tempos atuais e seu cotidiano pós-atentado. É um livro comovente, porém tedioso. Sim, tedioso, Lamento ter de dizer isso, mas na prática não era como se pudesse ter sido de uma outra forma. Talvez pela história de vida de Malala, o tom seja muito ‘professoral’. A narrativa em primeira pessoa (óbvio, visto que é uma autobioggrafia) não ajuda muito se a ideia é tornar a leitura minimamente atraente. Dá um tom sério demais (para o mau sentido, visto que a causa de Malala é excelente) e um jeito de “sou perfeita”. Porém isso não significa que seja mal escrito. É que basicamente não sou fã de quase nada escrito em primeira pessoa, tendo ele uma causa nobre envolvida ou não. Poucos são aqueles que conseguem me agradar nesse sentido.

Vale lembrar que “Eu sou Malala” não é uma leitura de entretenimento, não vai te distrair em nenhum sentido, não vai limpar sua mente de absolutamente nada, pelo contrário, vai incomodar, (mas não tanto também, afinal há coisas piores neste sentido). Fala de uma grande causa e de uma grande pessoa. Nesse sentido, você encontrará exatamente aquilo ao qual o livro se propõe.

Três corujas porque o livro não me agrada como biografia, mas cumpre o que promete, tenha certeza disso.

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Amor pelos livros, admiração pela cultura inútil e tendências ao burnout.

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