É, eu me empolguei um pouco nos chick-lits. Minhas últimas leituras tem se debruçado nos últimos tempos em assuntos femininos (salvo raras exceções como “Carcereiros”). E essa resenha não será diferente: trata-se de um chick-lit escrito por Emily Giffin, que na verdade tem uma continuação, chamada "Presentes da Vida" (que aliás eu li antes, porque eu nem sabia que tinha alguma continuação ou spin-off, mas isso não influi no entendimento da coisa)
Título: O noivo da minha melhor amiga
Título original: Something Borrowed
Editora: Nova Fronteira - 352 páginas
Autora: Emily Giffin
O Noivo da Minha Melhor Amiga conta a história de Rachel, uma jovem advogada de Manhattan. A moça, sempre vista por si mesma e por seus amigos como a "certinha" e bem-comportada, muda radicalmente no seu aniversário de trinta anos, após a festa oferecida por sua melhor amiga, Darcy. Meio deprimida por chegar aos trinta sem o marido e os filhos que imaginava ter a essa altura da vida, Rachel se excede na comemoração e termina a noite na cama com Dex, seu grande amigo de faculdade e noivo da sua melhor amiga. Até a noite em que ficou com Dex, Rachel era o modelo de filha e amiga perfeita, embora se visse como um fracasso. Nunca transgrediu as leis, nem mesmo as de horário de trabalho, ao contrário da egoísta, narcisista mas irresistível Darcy, em torno da qual Rachel e, posteriormente, Dex sempre orbitaram. Enquanto a boa moça e tímida Rachel teve alguns poucos namorados e conseguiu um emprego estável porém sem graça num escritório de advocacia, a linda e popular Darcy namorou todos os bonitões do colégio, construiu uma glamourosa carreira de Relações Públicas e sempre conseguiu tudo o que quis, inclusive manipular e obrigar Rachel a fazer o que desejava. E agora, após uma noite com o noivo da melhor amiga, Rachel acorda determinada a esquecer para sempre o fatídico encontro, mas acaba descobrindo que sempre amou Dex. E, apesar da amizade a Darcy, começa a perceber que ela não é exatamente o que se espera de uma melhor amiga. À medida que a data do casamento se aproxima, Rachel se desespera com a urgência da decisão que precisa tomar e acaba passando por uma profunda reavaliação de sua vida, para concluir que "certo" e "errado" são conceitos muito relativos. Narrado em primeira pessoa por Rachel, o livro ganha a simpatia do leitor pela empatia da protagonista, que expõe suas dúvidas e sentimentos de forma muito honesta e humana. E o final reserva grandes surpresas.
Bom, devo admitir que Emily Giffin sabe escrever um chick-lit com jeito de sério. Nem tudo são flores, amores e aparências na vida de suas personagens e isso me agrada. Sim, eu gosto de dramas desde que haja realmente motivos para tal e convenhamos que a traição de uma amizade feminina é algo sério o suficiente. Como eu já tinha lido “Presentes da Vida” antes e achado interessante, acabei resolvendo levar as coisas adiante e voltar para a problemática trama.
Seguindo o padrão da autora, trata-se de um livro escrito na primeira pessoa. Coisa que simplesmente odeio porque normalmente os autores não tem habilidade para usar esse recurso de maneira adequada. Emily consegue usar isso de uma forma que não fica cansativa, portanto não é desconfortável para mim ler algo assim vindo de sua “pena”, por assim dizer. No caso da trama, a história dá uma perspectiva interessante ao dar a atenção para Rachel e a torna alguém mais do que a amiga supostamente certinha e colocou as garrinhas de fora. Como não gosto de Darcy e nem nunca gostei desde o primeiro livro, tive um outro panorama de como Rachel via a ex-melhor amiga. Isso soa interessante a quem gosta de enxergar o “outro lado” das coisas.
A narrativa seguiu de maneira fluida. Os conflitos vividos pelos protagonistas eram críveis ao estilo da autora e também ao cotidiano vivido pelas personagens. E a escrita estava interessante pelo menos até quando chegou o fim do livro e vi aquele final… preguiçoso. (tipo: PORRA!) Foi tão abrupto que pensei que só podia estar faltando alguma coisa. Talvez um epílogo, uma frase…. qualquer coisa! Mas era o fim do livro mesmo. E aí me decepcionei.
O saldo ainda é positivo. É um livro bom para quem está em busca da diversão de uma ou duas tardes e não muito mais expectativas que isso. Três corujas, porque estou sendo generosa.
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