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A Garota da Biblioteca

Ok, sei que estou falhando bastante aqui no blog, mas se tem algo com o qual o 'Garota da Biblioteca" sempre pode contar é com o post de retrospectiva literária. Afinal posso não estar lá muito firme com as resenhas, mas ao menos tento ser firme com as leituras.


De acordo com o Skoob foram 86 livros lidos em 2016. Dentre esses livros, 60 deles são de autoria feminina (um número razoável, embora gostaria de ter ido mais longe). Creio que esse número poderia ser maior caso dois meses de ressaca literária não estivessem no meu caminho. Nesse período tudo que consegui ler foram fanfictions de Supernatural. Isso atrapalhou meu desempenho no Desafio Literário 2016, do qual estava participando mas acabei largando durante a ressaca e não tive mais tempo para recuperar. Mas tudo bem: se o número de fanfics que li não foi algo útil como literatura, pelo menos melhorou meu inglês, então acho que não posso reclamar demais.

Analisando esses números, meu primeiro sentimento é de tristeza e desânimo, afinal olha só o número de resenhas perdidas! Mas tudo bem, bola para frente e vamos que vamos porque 2017 tá chegando e sei que posso fazer melhor.

Bora conferir o que passou de melhor e pior pela minha estante e pelo Kindle?

Os melhores de 2016

"A Guerra Não Tem Rosto de Mulher" de Svetlana Aleksievitch: Passei boa parte de 2016 esperando ansiosamente pelos livros de Svetlana Aleksievitch, e esse livro especificamente está no top five dos melhores livros que li na vida. É um daqueles que você mal consegue formular uma opinião logo após sua leitura porque ele dá muita coisa para o leitor pensar a respeito. Fala sobre coragem, sobre machismo, ingratidão, heroísmo e esquecimento.  

"As Meninas Ocultas de Cabul" de Jenny Nordberg: Nessa obra o assunto são as meninas que se vestiram ou ainda se vestem de homem no Afeganistão. Os motivos são vários e podem mudar de acordo com a dinâmica familiar e suas necessidades: desde luta pela sobrevivência material até uma tentativa de gerar um herdeiro legítimo, e sua transição de volta ao papel feminino com a chegada da puberdade. É um livro surpreendente em especial por ser uma tradição antiga em um país ao qual acharíamos que o assunto poderia despertar estranheza. Nele, a autora reúne histórias reais e de resistência ímpar. Trata-se de uma obra que desperta curiosidade e inúmeros questionamentos a respeito dos papéis de gênero na sociedade, ainda mais em um local no qual a segregação ao sexo feminino é regra.

"A Vida Invisível de Eurídice Gusmão" de Martha Batalha: Único livro de ficção em meio a uma lista que preza pela presença de biografias, o livro de Martha Batalha fala sobre cultura do machismo e invisibilidade feminina. Sobre um machismo que é tão frequente que passa despercebido porque muitos não consideram grande coisa. Fala sobre mulheres cheias de capacidade que foram impedidas de se realizar porque nasceram no lugar e no tempo errado. Também é um dos meus livros preferidos de todos os tempos.  

"Querido Líder" de Jang Jin-Sung: Digamos que 2016 tenha sido o ano em que pude consolidar meu interesse em leituras a respeito da Coréia do Norte, e "Querido Líder" ofereceu um vislumbre diferente: estamos aqui falando também em relatos históricos, em coisas que aconteceram na alta roda, de alguém que teve acesso a esferas mais elevadas de poder, respondendo a diversas curiosidades. Sei que existem muitas dúvidas a respeito da veracidade de relatos dados por refugiados norte-coreanos já que muitos fatos são difíceis de comprovar, fico com o pé atrás com muitos tópicos que leio, mas esse é um dos melhores livros que já li nos últimos tempos.

"Para Poder Viver" de Yeonmi Park: Ainda no embalo da leitura sobre a Coréia do Norte, tive a chance de ler a história de Yeonmi Park. Demorei a engrenar, mas prossegui e não tenho arrependimentos. Encontrei nesse livro um relato tocante e sensível sobre alguém que já vivenciou muitas das piores facetas desse mundo e que finalmente pôde transcender, uma vez que esteve em um lugar onde essa chance foi concedida. Com ele é possível saber de muitos fatos a respeito do tráfico de pessoas: informações desconcertantes a respeito das fugas e também sobre o que muitos imigrantes - especialmente mulheres - encontram no meio do caminho. É desconcertante, mas ao mesmo tempo admirável.  

As Decepções de 2016

"Eu Fui a Melhor Amiga de Jane Austen"de Cora Harrison: Sim, caí no conto do "se tem Jane Austen envolvida, já quero". Mesmo sendo uma história totalmente romanceada, mesmo para o público jovem, provavelmente terei desejo de ler e assim o fim. Sim, menções a Jane estavam lá, mas tanto a escrita quanto os personagens me irritaram demais. Enfim, a expectativa é a mãe das decepções.

"Sedução da Seda" de Loretta Chase: Além do período de ressaca literária no qual só conseguia ler fanfiction de Supernatural, também tive uma fase na qual me viciei loucamente em romances de época. Para o bem ou para o mal "Sedução da Seda" foi o livro que me tirou dessa fase: a história era lenta, mal escrita e mal planejada e os personagens não possuíam um pingo de carisma. O que me fez continuar foi chegar aos 70% da leitura e decidir que seria melhor continuar para sentir que não perdi meu tempo. Isso me rendeu um livro a mais nos números de 2016, e uma lembrança constante para evitar os outros livros da trilogia. 

"Dentro do Segredo" de José Luis Peixoto: Já mencionei que 2016 foi o ano das leituras sobre Coréia do Norte, não? Então você pode imaginar qual seria minha reação diante de um livro com as experiências de alguém que embarcou para o país como turista. Sempre tive curiosidade em saber como funcionavam os pacotes de turismo para estrangeiros interessados na Coréia do Norte, mas sabe quando o livro te disse muito pouco? Pelo menos a mim ele não disse quase nada, salvo algumas curiosidades aqui e ali. Não teve nenhum significado pra mim, talvez um efeito esperado depois de ter passado por outros livros sobre o lugar. O significado que ele teve para mim foi a persistência já que demorei muito a terminá-lo. Algo que só fiz para que não sentir que foi tempo e esforço perdido. 

"A Livraria dos Finais Felizes" de Katarina Bivald: Livros sobre livros sempre foram atraentes para mim, mas é uma experiência que vem rendendo muito pouco. Foi esse o resultado do meu interesse em "A Livraria dos Finais Felizes". A escrita é interessante e pelo menos até metade a história parecia ser razoável, mas depois disso simplesmente decaiu e acabei perdendo o interesse. E se tudo tinha um ritmo parado - afinal não havia promessa de grandes viradas de acordo com a sinopse - nas páginas finais então tudo vem repentinamente, acontecendo sem maiores explicações. No fim, acho que as pérolas da protagonista a respeito de livros e alguns autores eram melhores que o livro inteiro em si. 

"Ler, Viver e Amar em Los Angeles" de Jennifer Kaufman e Karen Mack: Sim, mais uma vez outro livro sobre livros. E sim, outra decepção. Encontrei uma protagonista sem qualidades (e esnobe em vários sentidos), uma história rasa, um final que deixa a desejar. A escrita é válida e fluida, mas simplesmente a história não acontecia. Nem mesmo algumas raras considerações sobre livros e autores me despertou o interesse. No fim, terminei a leitura por mera curiosidade sobre os porres literários mas sem a mínima noção de como classificar o livro como sendo uma boa leitura.

Então, minha gente: Ano novo prestes a começar, muitas leituras esperando, muitos livros novos para descobrir e diversas oportunidades de fazer melhor. Que 2017 seja melhor para esse bloguinho humilde!
Sempre tive um certo interesses por livros sobre livros, e esse título especificamente estava bombando na minha lista de recomendações da Amazon e do Goodreads. Você resistiria a tantos sinais do destino? Eu não resisti, e assim "A Livraria Mágica" acabou na minha lista da Black Friday e, consequentemente, na minha estante.


Sinopse:
O livreiro parisiense Jean Perdu sabe exatamente que livro cada cliente deve ler para amenizar os sofrimentos da alma. Em seu barco-livraria, ele vende romances como se fossem remédios. Infelizmente, o único sofrimento que não consegue curar é o seu: a desilusão amorosa que o atormenta há 21 anos, desde que a bela Manon partiu enquanto ele dormia. Tudo o que ela deixou foi uma carta — que Perdu não teve coragem de ler. Até um determinado verão — o verão que muda tudo e que leva Monsieur Perdu a abandonar a casa na estreita rue Montagnard e a embarcar numa jornada que o levará ao coração da Provence e de volta ao mundo dos vivos. Sucesso de público e crítica, repleto de momentos deliciosos e salpicado com uma boa dose de aventura, A livraria mágica de Paris é uma carta de amor aos livros — perfeito para quem acredita no poder que as histórias têm de influenciar nossas vidas

O Livro

Narrado ora em 3º pessoa, ora na 1ª - através do diário de viagem de Manon - a escrita se dá de uma forma poética, focada em sensações e descrições e de desenvolvimento lento. Perdu, o protagonista vive preso em uma rotina que não exige muito esforço ou pensamento, focado sempre nos atos cotidianos e com poucas mudanças ou reflexões além daquelas exigidas por seu trabalho de farmacêutico literário. A indicação de livros como remédio faz com que ele se envolva nos problemas dos outros e dê conselhos aos demais, mas seus próprios problemas permanecem intocados. Seu barco-livraria e sua rotina representa segurança, uma bolha, mas nunca a possibilidade de um recomeço, uma vez que sua representação é de fuga, bem como sua rotina. Não pensar parece ser uma regra.

Esse limbo dura 21 anos, tempo no qual não lê a carta deixada por Manon ou sequer entra no quarto em que compartilhavam. As lembranças do abandono são tão frescas quanto no dia em que ela partiu e tudo que ele faz é remoê-las quando não consegue evitá-las. Não haveria nenhuma promessa de mudança até o dia em que uma nova vizinha chega ao prédio onde mora. Abandonada pelo marido, ela não dispõe de móveis ou objetos para casa e isso mobiliza a vizinhança para doação de itens. Ao disponibilizar um deles, Perdu se vê diante das lembranças que evitava e da tão temida carta, cuja leitura após tanto tempo o faz embarcar em seu barco-livraria em uma viagem de cura e descobertas. - pelo menos essa é a premissa.

É uma sinopse que chamaria minha atenção? Com certeza. Gosto desse tipo de coisa de 'abandono em prol da cura ou viagens de autodescoberta'. O livro cumpre o que promete? Bem, aí já é outro caso.

Avaliação:

Acho que não sei muito bem como descrever ou definir esse livro em poucas palavras. Não chega a ser uma decepção total, mas também está longe de ser uma alegria. Definitivamente não é algo que faça parte do meu top 20. Talvez a frase "a expectativa é a mãe das decepções" seja um bom indicativo da minha reação.

A respeito do livro posso dizer que demorei a terminar diante da minha frustração. Quase 20 dias entre o começo e o dia em que uma insônia me fez cumprir o desafio de fazer esse livro ser o último de 2016, mas bem que poderia ter se prolongado por mais tempo, talvez indefinidamente.

A história era muito parada, os personagens não tinham carisma e tudo que consegui durante muito tempo foi revirar os olhos diante de atos e palavras. Perdu me irritava profundamente, desde a incapacidade de lidar com sua perda até sua abordagem na barca-livraria. Os diários de Manon surgiam como se a autora escrevesse algo e quisesse encaixar em algum lugar, simples assim. Dava uma visão a respeito da personagem, mas poderia ser algo colocado de outra maneira, em outras ocasiões.

Certo, durante boa parte até a metade do livro tive vontade de jogá-lo pela janela, porém outros fatores além da "vontade-de-acabar-logo-com-isso" me fizeram continuar: a escrita era convidativa embora se esforçasse muito para ser bela e passar emoção, as referências literárias espalhadas aqui e ali pareciam interessantes, e alguns punhados de frases e parágrafos inspiradores para uma coisa ou outra nem que seja admiração e análise posterior. Itens que por fim garantiram um bom número de post its colados nas páginas, de modo que não posso exatamente reclamar do livro como sendo um desperdício do meu tempo.

A obra cumpre o que promete? Não, ao menos não no meu caso. Foi muito luto, muita enrolação para pouca livraria, pouca literatura e um cadinho só de mágica. Apesar disso não posso negar que encontrei outras coisas belíssimas, deixando minha opinião a respeito dele um pouco mais equilibrada.

Digamos que o livro poderia ter sido mais, muito mais. Infelizmente, ficou no meio do caminho. Três corujinhas tá de bom tamanho.

Eis que 2016 está acabando. E claro, no clima de retrospectiva e resoluções típicos do fim de ano, posso resumir meu ano neste blog como um tremendo fail. Sim, afinal mesmo que o número de livros lidos este ano seja maior que o ano passado, não foi como se eu estivesse aplicada com a ideia das resenhas. Mas tudo bem, reconheço minha culpa e, diante disso, vou pelo menos me esforçar para fazer algo além da retrospectiva literária. Para isso, posso me valer das TAGs salvadoras!

A tag é "Chatice Literária", criado pelo Pausa para um Café. Quem me convidou para responder foi a Sybylla do Momentum Saga (como sempre, né fia?). Então vamos a minha humilde tentativa:


1 - Um livro que você achou que seria legal, mas foi chato:

"Dentro do Segredo" de José Luís Peixoto: O livro relata a experiência do autor como turista na Coréia do Norte. Em ocasião das celebrações do centenário do falecido ditador Kim Il-sung duas semanas, um grupo de turistas ocidentais (o autor incluído) teve autorização para um roteiro turístico de duas semanas, incluindo a capital e outros lugares raramente visitados. Eu gosto de ler sobre a Coréia do Norte, e pelo menos dois livros com essa temática estão na minha atual lista de favoritos para a vida. O problema foi a expectativa: esperei muito por esse livro, ainda mais considerando o fato de que sempre tive curiosidade em saber como funcionavam os pacotes de turismo para estrangeiros interessados no país, mas sabe quando o livro te disse muito pouco? Pelo menos a mim ele não disse quase nada, salvo algumas curiosidades aqui e ali. Não teve nenhum significado pra mim, talvez um efeito esperado depois de ter passado por outros livros sobre o lugar. O significado que ele teve para mim foi a persistência já que demorei muito a terminá-lo.

2 - Um livro que todos dizem que é fantástico, mas você não achou:

Se eu fosse responder essa pergunta usando o primeiro livro que pensei para esse quesito, acho que não sairia viva caso um fã mais ardoroso lesse o post. Então optei por algo menos polêmico:

"Conselhos Amorosos de Emily Bronte" de Anne Donovan é um daqueles livros que está cheio de resenhas elogiosas no Skoob. Some isso ao fato da pessoa que vos escrever ser fanzoca das irmãs Bronte? O problema é que a obra tem muito pouco de Emily Bronte (e não justifica muito a inclusão de seu nome no título além de atrair os fãs da autora), restando a história de uma garota que talvez não tivesse feito tanta merda na vida se passasse por uma terapia do luto logo no começo da história. Sério, péssimo.

3 - Um livro que tinha tudo para ser bom, mas é chato

Posso incluir dois livros aqui, produção? Posso sim. O blog é meu e eu faço as regras:

"As Senhoritas de Amsterdã" de Martine Fokkens e Louise Fokkens é um livro que resume meus problemas com expectativas: sempre tive curiosidade na figura das irmãs Fokkens. E claro que um livro que prometia suas histórias me deixaria interessada, mas infelizmente só me restou a frustração. O livro tem exatamente 208 páginas e levei quatro meses e meio para ler. Bizarro levando em consideração de eram pequenas histórias, todas com poucas páginas, entre passado e presente. Ainda mais bizarro porque leio livros bem maiores que esse em muito menos tempo. Mas grande parte das histórias eram absolutamente banais, sem graça e sequer mereceriam ganhar a notoriedade de um registro escrito.

"O Momento Mágico" de Jeffrey Zaslow também me rendeu grandes expectativas no coraçãozinho de leitora e também altas decepções. A situação toda me pareceu muito forçada, com uma escrita toda destinada a provocar uma emoção que me soou exagerada. Faltou naturalidade. Ou talvez meu velho ceticismo não tenha me ajudado nessa hora. Talvez eu apenas não seja romântica o suficiente para isso.

4 - Um livro com personagem principal intragável

Para essa questão, tive duas opções em mente, mas como em um dos casos sou bem dada a levar em consideração a ideia de tentar me colocar no lugar do personagem, acabei deixando de lado. O que me resta?

"Sedução da Seda" de Loretta Chase tem como protagonista a modista Marcelline Noirot. Como se não bastasse o livro em si ser ruim, mal escrito, mal planejado e super repetitivo, ele simplesmente não traz personagens carismáticos. Não consegui gostar de nenhum deles, muito menos da protagonista. Marcelline passou mais da metade do livro sendo arrogante. E não, não sou daquelas que espera uma protagonista típica-mocinha-delicada. Marcelline era apenas arrogante e mais nada: nenhuma outra qualidade além do talento como modista e da frase "Sou a melhor modista do mundo". Foi uma experiência tão ruim que o livro me fez sair da onda de romances de época na qual estava envolvida. Um banho de água fria daqueles.

5 - Um livro com final terrível

"Voragem" de Jun'ichiro Tanizaki foi um livro altamente recomendado por uma amiga. E estava tudo indo muito bem até a metade da história, até que as coisas começaram a ficar muito enroladas. Sabe quando o autor parece ficar impaciente e o livro fica inverossímil? A situação piora no final. Francamente, esperava mais.

6 - Um universo que você nunca gostaria de morar

Não sou exatamente uma super leitora do gênero de ficção científica ou mesmo fantasia, mas por hora acho que Game of Thrones é uma boa sugestão de universo no qual não ia rolar no meu caso. Acho que nem preciso entrar muito em detalhes, né? De qualquer modo não terminei de ler os livros publicados até o momento e acho que vou demorar a pegar neles novamente.

7 - Um livro que você tem na estante mas tem medo de ler por parecer chato

Se está na minha estante, eu não tenho medo de que possa ser chato. Se eu achasse isso, nem estaria lá, acredite. O negócio é que preciso estar no clima para o tipo de leitura e me planejar. O meu exemplo mais atual para esse tópico é "Sussurros" de Orlando Figes: pego o livro, leio algumas páginas, deixando de lado para um momento mais apropriado. A temática dele é densa, cheia de fatos históricos e datas e precisa de um pouco de tempo para absorver, sem contar que é um tijolão super desconfortável de manusear. Não é um troço que vou sair levando pra tudo que é lado.

8 - Um livro que tinha tudo para ser chato, mas foi bom. 

Não leio nada que seja chato, gente. Até o momento não tenho parcerias com editoras, então não tenho obrigação de ler nada, em especial o que possa achar chato.

E então? Leu algum desses livros da lista ou quer compartilhar sua lista de chatices literárias?

Deixe um comentário!
Peguei esse livro sem saber direito sobre o que se tratava. A sinopse me parecia promissora, mas nem sabia que tinha virado filme ou que tinha todo o rebuliço em cima por causa disso. Levei apenas um dia para terminar a leitura e admito que fiz mil suposições sobre o misterioso crime que aparece na trama.

Capa de A Garota no Trem

Siga a @Sybylla_

Sinopse:
Um thriller psicológico que vai mudar para sempre a maneira como você observa a vida das pessoas ao seu redor.
Todas as manhãs, Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas dágua, pontes e aconchegantes casas.
Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes a quem chama de Jess e Jason , Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess na verdade Megan está desaparecida.
Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos. Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas, A garota No Trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado.

O livro

Rachel Watson é alcoólatra e vê seus dias passarem de acordo com o vai e vem do trem, indo e voltando para o trabalho. Sua vida anda vazia e sem sentido desde o divórcio com Tom, tudo parece desmoronar, enquanto ela fantasia ao ver as pessoas em suas casas da janela do trem. Ela até tem um casal preferido, deu nomes a eles e inveja sua felicidade.

Sem medir as consequências de seus atos, Rachel bebe e bebe muito. As pessoas percebem, até seu marido, que não hesita em pedir o divórcio e ir morar com a amante, com quem tiveram uma filha. Isso por si só já joga Rachel em uma espiral de bebedeiras e viagens de trem constantes, além de sempre decepcionar a amiga com quem divide apartamento.

Tem momentos do livro em que você quer estapear Rachel para que ela acorde para a vida. Em outros, ficamos com pena e queremos abraçá-la e dizer que vai ficar tudo bem. Ela faz muita burrada, muita, depois não se lembra devido à amnésia alcoólica. Sua vida parece ganhar algum sentido quando ela percebe que a mulher que ela tanto invejava pela janela do trem está desaparecida e, tentando ajudar, ela vai à polícia.

O problema é que uma alcoólatra com histórico de desordem e problemas emocionais, acusada de invadir a casa do ex-marido não é uma testemunha muito confiável. E é assim que Rachel se envolve cada vez mais com o caso, ao perceber que ninguém lhe dará ouvidos.


Avaliação

O livro prende e prende bastante. É impossível não se identificar com algumas sensações, emoções e tristezas da protagonista Rachel, que mostra uma força inesperada perto do final do livro. Acho que o principal ensinamento aqui é que ninguém é o que parece ser e isso quase custa a vida dela. Personagens detestáveis e irritantes, situações perigosas e intrincadas que vão se revelando aos poucos conforme deciframos a mente de Rachel, que já vimos, pode não ser muito confiável.

A autora nos leva por esses caminhos tortuosos nos revelando os verdadeiros fatos sobre o desaparecimento de Megan e dividindo a narrativa entre três mulheres: Rachel, Megan (a mulher que ela via pela janela do trem) e Anna, a amante de seu ex-marido que acabou se casando com ele. A forma com que Paula nos leva pela vida de Rachel é primorosa e até um pouco triste, pois a forma como os outros a veem dá pena. E a maneira como Rachel se tortura, pensando em seu ex-marido e em sua vida perfeita e feliz acaba atingindo o leitor também.

Quem está precisando de um bom thriller psicológico e não pretende dormir tão cedo, pode pegar A Garota no Trem tranquilamente. Ele perde um pouco de ritmo e fica meio devagar em alguns momentos, mas não é algo que chega a atrapalhar a narrativa em si. Quatro corujinhas e uma recomendação para você ler também. ♥

Título original: The Girl on the Train
Editora: Intrínseca
Páginas: 378
Ano de lançamento: 2015

Sim, minha gente: Eu tenho uma certa atração por livros que falem sobre livros ou os coloquem no centro dos enredos. Sendo assim, não é nenhuma surpresa que "Ler, Viver e Amar em Los Angeles" esteja na minha lista de leitura. O problema é que não é de hoje que me dou mal com esse tipo de livro, e esse não foi uma exceção.
  

Sinopse:
Um romance que se inicia em uma livraria, e acaba apimentado por diversos dilemas.
Divorciada pela segunda vez, a vida de Dora se resume a ficar na banheira acompanhada de uma garrafa de vinho e muitos livros – de Tolstoi a Mark Twain, de Flaubert a Jane Austen.
Numa das idas à livraria para se reabastecer para o próximo “porre literário” ela conhece Fred, seu príncipe encantado: formado em Literatura, oferece a ela ideias inteligentes, romantismo e uma válvula de escape.
Mas a convivência com a família do namorado traz à tona sentimentos novos e a desperta para importantes decisões. Dividida entre Fred e o arrependido ex-marido, bem como entre o ócio e a retomada da vida profissional, a personagem nos proporciona uma história divertida, sexy e inteligente.
A heroína imperfeita Dora reflete a angústia da busca por realização e felicidade com que toda mulher irá se identificar.


O Livro:


Narrado em 1ª pessoa, acompanhamos o cotidiano de Dora, discorrendo a respeito de seus problemas, seu passado, sua vida financeira, seu divórcio e sua rotina. Ela não está exatamente em seu melhor momento, então o cenário para o porre literário parece perfeito como forma de enfrentar a situação. O esforço para voltar a trabalhar e um novo interesse romântico prometem agitar um pouco sua vida, assim como a companhia dos seus amados livros. E após um primeiro capítulo razoavelmente interessante, a qualidade vai dar uma volta, comprar um cigarro e não volta mais.

O livro faz diversas promessas, mas não chega a cumprir nenhuma delas. Os livros mesmo aparecem muito pouco, e geralmente de uma maneira na qual seus personagens - em especial a protagonista - usa para agir como a "pessoa elevada do rolê", destilando preconceito literário e esnobismo a respeito de autores e leitores que não se enquadram em seus altos padrões de qualidade. 

Falando em Dora, a sinopse promete uma personagem que "proporciona uma história divertida, sexy e inteligente", mas tudo que encontrei foi uma criatura insuportável e esnobe de carteirinha. Ela não tem o menor carisma ou educação. Aliás, isso vale tanto ela quanto Fred, seu interesse amoroso. De certa forma, dá para entender porque os dois se atraíram.

Avaliação: 


A escrita é fluida, mas a história simplesmente não acontece. A personagem é tão insuportável que, após o primeiro capítulo, foi desamor a primeira vista. Consegui detestar quase tudo e nem mesmo as poucas considerações a respeito de livros, autores e literatura foram capazes de despertar meu interesse. Acabei fazendo leitura dinâmica em alguns trechos - em especial os de sexo - e terminando o livro somente por obrigação, em uma tentativa de sentir que não perdi totalmente meu tempo e dinheiro. Um horror. Posso classificar esse como uma das piores leituras que já fiz.

Uma corujinha e olhe lá. Talvez meia coruja fosse uma nota mais adequada. Com certeza seria uma nota mais justa.


Quando notei que "O Diário Secreto de Lizzie Bennet" ganhou uma continuação, imediatamente coloquei o novo título na minha lista de desejos. Afinal, sendo uma fã da obra de Jane Austen, eu não deixaria essa oportunidade de lado. Tudo isso mesmo o foco sendo uma personagem que, até então, me dava náusea mesmo por uma simples menção.



Sinopse:
Continuação de O diário secreto de Lizzie Bennet, a adaptação moderna de Orgulho e preconceito Baseado na premiada série de web The Lizzie Bennet Diaries — uma adaptação moderna e transmídia de Orgulho e preconceito —, este livro é estrelado por Lydia, a espevitada irmã de Lizzie, conforme ela encara as alegrias e os tropeços no caminho de se tornar adulta na era digital. Antes de Lizzie começar seu popular vlog, Lydia era apenas uma garota normal tramando maneiras de matar aula e criar a identidade falsa perfeita para entrar nas baladas. Talvez ela não tivesse muito foco, mas amava sua família e se divertia para valer. Até que o vlog de Lizzie transformou as irmãs Bennet em sensações da internet, e Lydia adorou virar o centro das atenções, conforme as pessoas assistiam, debatiam, postavam no Twitter, no Tumblr e em blogs sobre a vida dela. Mas então Lydia aprendeu que nem toda atenção é positiva... Depois que seu ex-namorado, George Wickham, aproveitou a fama recém¬adquirida de Lydia, traiu sua confiança e destruiu sua reputação, ela não é mais uma garota ingênua e despreocupada. Agora, Lydia terá de batalhar para reconquistar a confiança e o respeito de sua família e encontrar seu lugar no mundo. Narrado na voz inconfundível e cativante de Lydia, este livro começa exatamente no ponto em que O diário secreto de Lizzie Bennet parou e oferece uma nova abordagem a Orgulho e Preconceito. Apresentando reviravoltas originais, novos personagens incríveis e textos hilariantes, As épicas aventuras de Lydia Bennet leva o leitor para dentro da vida de nossas irmãs favoritas, de um jeito que certamente vai agradar quem já é fã da série — e de Jane Austen de modo geral — e encantar novos leitores.

O Livro:


Se o imaginário popular tem Lydia Bennet como uma garota mimada e absolutamente insuportável, a adaptação moderna do universo de Jane Austen trata de dar a personagem um pouco mais de espaço. Isso significa dar mais atenção aos desdobramentos dos problemas que a presença de Wickham causou em sua vida. Se em "Orgulho e Preconceito" ela sequer sofreu qualquer espécie de incerteza e mal se deu conta do que arriscou, em "As Épicas Aventuras de Lydia Bennet" a situação é outra. A ideia é menos ingenuidade e mais maturidade já que os atos de seu ex-namorado acabaram por lhe trazer consequências duradouras e também públicas. Na obra original de Austen, a situação foi consertada por Darcy sem grandes problemas, mas não é o caso aqui. Todos ficaram sabendo do que aconteceu, e sua exposição - ainda que não chegasse ao cúmulo - tornou sua situação pública. 

Neste livro ela pensa no que aconteceu, na forma como Wickham traiu sua confiança da pior maneira possível e no quanto ela quer e precisa amadurecer, seja para reconquistar a confiança de sua família quanto por si mesma. Sua voz narrativa evoluindo a medida que encontra os obstáculos e planeja novos passos, esbarrando em velhos hábitos e comportamentos, seguindo aos trancos e barrancos, mas sempre com o desejo de evoluir e conquistar seu caminho. (Não, não chega a ser um spoiler, minha gente).

Avaliação


Narrado em 1ª pessoa, tal como o "Diário Secreto de Lydia Bennet, o livro é leve, fluído e bem escrito, sendo capaz de proporcionar uma nova faceta de uma personagem que até então estava no meu Top 5 pessoal de "mais odiados de todos os tempos". Isso tornou a história uma surpresa bastante agradável. Talvez a Lydia escrita por Austen não tivesse chance de mostrar alguma evolução, mas o mesmo não acontece em sua versão atual.

Claro, devo dizer que o livro também não chega a ser perfeito. Esperei um pouco mais no seu desenvolvimento com relação aos acontecimentos descritos (a viagem para Nova York, caso prefira que eu seja mais específica), e sua relação com personagens importantes surgidos dessas ocasiões. Em alguns momentos senti como se algumas peças do quebra-cabeças não se encaixassem da forma como deveriam, a sensação de que alguns detalhes ficaram para trás - ainda que não fossem vitais para o desenvolvimento da história. Foi algo estranho, mas nada que atrapalhasse a leitura.  

O resultado? Quatro corujinhas fofas e a conclusão de que posso olhar para Lydia Bennet com um pouco mais de carinho afinal.


Um dos meus assuntos preferidos para leitura nos últimos tempos com certeza é a Coréia do Norte. Por isso mesmo me senti sortuda ao descobrir esse livro. Ele prometia matar uma curiosidade que eu já nutria há algum tempo e isso me fez criar muitas expectativas. O problema? A expectativa é a mãe da decepção, e o resultado não foi diferente.


Sinopse:
Em inusitada viagem à Coreia do Norte, o escritor José Luís Peixoto descobre as principais cidades e atrações do país em meio aos cânticos, estátuas e obeliscos do regime mais fechado do mundo. Em 2012, o governo norte-coreano realizou grandes celebrações pelo centenário do falecido ditador Kim Il-sung, pai do regime comunista que controla o país desde 1948. Nessa ocasião excepcional, um grupo de turistas ocidentais obteve autorização para viajar durante duas semanas num roteiro que incluiu a capital, Pyongyang, e diversos lugares raramente visitados por estrangeiros. A possibilidade de conhecer a vida cotidiana dos norte-coreanos estimulou uma antiga curiosidade do escritor português José Luís Peixoto. Radicalmente contrário a qualquer governo ditatorial, Peixoto mesmo assim embarcou na excursão, pomposamente batizada The Kim Il-sung 100th Birthday Ultimate Mega Tour, para ver e sentir de perto esse país banido do convívio internacional por sua insistência em fabricar armas nucleares. O resultado de suas experiências como turista na Coreia do Norte é este livro híbrido de relato de viagem e realismo mágico. Imerso no alucinatório culto à personalidade que domina todos os aspectos da cultura norte-coreana, Peixoto viajou pelo país sob a vigilância sorridente dos guias e dos retratos oficiais. Um clima de pesadelo, que contrasta com o discurso triunfalista das autoridades, é o pano de fundo deste percurso fantástico pela distopia inventada por uma caricata dinastia de tiranos.

O livro


Narrado em 1º pessoa, temos aqui algo que pode ser considerado algo parecido com um relato normal de viagens. O atrativo, é claro, fica por conta do fato de não estarmos falando em um lugar comum, mas sim um dos países mais fechados do mundo. Isso significa que tudo - ou praticamente tudo - que diga respeito a sua estadia diz respeito a uma percepção absolutamente filtrada e dependente do olhar hiper vigilante de outras pessoas: por onde anda, o que você vê, come, fala e ouve. Uma experiência de redoma, por assim dizer, com muitas regras a seguir em troca daquilo que se considera um privilégio e na qual as menores coisas podem significar infrações, e isso vem desde o início:


O papel da alfândega tinha uma lista de artigos proibidos. Se levasse algum na bagagem, devia assinalá-lo com uma cruz. Esse era o caso das armas, munições ou explosivos, mas também dos aparelhos de navegação e GPS, dos telemóveis e de qualquer meio de comunicação; não se podia levar drogas, narcóticos e venenos, mas também era interdito levar obras históricas, culturais e artísticas. Não era permitido entrar no país com qualquer tipo de material impresso.

A partir daí temos acesso a visão do autor a respeito da sua estadia, das coisas que viu e experimentou, da visão filtrada, do culto ao Grande Líder e as idiossincrasias das proibições e vigilância do regime. Além disso, também oferece vislumbres de miudezas cotidianas. Aliás, ele passa muito tempo falando na miudeza das miudezas, o que torna muitas vezes a leitura algo muito arrastada.

Avaliação


Bom, eu mencionei que a expectativa é a mãe da decepção, não é? Então está na hora de explicar a razão desse comentário: nesse meio tempo li diversos livros a respeito da Coréia do Norte, e cada um deles trouxe uma informação nova. O problema é que "Dentro do Segredo" não me ofereceu praticamente nada, salvo algumas curiosidades aqui e ali. A leitura não teve nenhum significado pra mim, talvez um efeito esperado depois de ter passado por outros livros sobre o lugar. 

No fim, o que mais me marcou a respeito do livro foi a persistência necessária para encerrá-lo, já que a leitura foi bastante arrastada. Era promissor, mas tudo foi muito concentrado nos atos dele, muito no relato da miudeza das miudezas e em divagações broxantes desanimadoras. Eu poderia ter abandonado a leitura? Claro, mas não o fiz pois demorei para conseguir o livro. Não queria desperdiçar esse tempo e esforço.

Talvez seja uma boa leitura para quem está começando a se interessar pelo assunto, mas provavelmente não é uma boa para quem se interessa por algo mais. Duas corujinhas e olhe lá.


Eu sou uma grande fã de romances históricos. Geralmente eu falo só de ficção científica, né? Mas romances históricos me cativam e Os Príncipes da Irlanda é um daqueles épicos romances, que atravessa gerações. O mais legal do livro é que a personagem principal é a cidade de Dublin.

Os Príncipes da Irlanda


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Sinopse:
O autor examina o conturbado passado da Irlanda, desde os primórdios de sua fundação, passando pela invasão viking, até a Reforma. Rutherfurd cobre os 11 séculos iniciais do país, com personagens fictícios que, perfeitamente ajustados aos relatos reais estudados em profusão pelo autor, trazem ao leitor brasileiro o universo histórico daquelas terras tão enigmáticas. A obra compõe o primeiro volume da saga Dublin e tem como ponto de vista as pessoas daquela cidade.

O livro

A saga de Dublin começa antes da chegada de São Patrício, que catequizou a Irlanda, antes da chegada das tribos celtas. A região onde hoje fica Dublin era um delta lamacento que desaguava no mar da Irlanda. A região era conhecida com Dubh Linn. Temos um casal, o príncipe Conall e a camponesa Deirdre, que viviam na época dos reis de Tara e que, provavelmente, deram origem à lenda celta do deus Cuchulainn.

O autor coloca personagens fictícios em situações que aconteceram ou que podem ter acontecido. Através dos olhos de diversos personagens, interligados em uma delicada genealogia, vemos as mudanças acontecendo no delta de Dubh Linn. O começo pode ser bastante violento, pois as tribos praticavam sacrifícios humanos nos festivais pagãos; em seguida tem a invasão viking, que inaugurou um novo período na região de Dubh Linn, antes da chegada de São Patrício.

História e mitologia estão intrinsecamente ligados às trajetórias de sete famílias, ao longo de vários séculos, os Ui Fergusa e O’Byrne; os Smith; os MacGowan; os Harold; os Doyle; os Walsh e os Tidy. Cada novo capítulo histórico da Irlanda inaugura também um narrativa de cada família. O autor foi especialmente detalhista no capítulo sobre Brian Boru, o Grande Rei de Toda a Irlanda (Árd Righ Gaidel Éirinn), sendo que após sua morte em uma batalha contra os Vikings, a ilha nunca mais esteve sob o domínio de um único monarca. Aliás, toda a parte sobre a invasão viking mostra a tensão de viver sob o julgo de estrangeiros, os movimentos de resistência e os oportunistas, que conseguiram lucrar com a situação.

O livro chega até o século XVI da história irlandesa, com Silken Thomas, importante figura histórica que fez o rei inglês prestar mais atenção às questões irlandesas, que acabou levando à criação do Reino da Irlanda, em 1542.

Avaliação

Esta não é só uma obra de romance histórico. É uma aula de história em si, pois a invasão viking, a chegada de São Patrício, a unificação da Irlanda por Brian Boru, os conflitos com os ingleses, todos os fatos históricos realmente aconteceram. Nós os vemos através de personagens fictícios, mas os eventos são reais, e as consequências do capítulo anterior conduzem ao capítulo seguinte. Transformar a Irlanda e, em especial, a cidade de Dublin em uma personagem, foi uma ideia genial.

O livro também tem mapas, que mostram a ilha em si, o assentamento original de Dubh Linn e a Dublin medieval. Eu como boa geógrafa que sou, apoio mapas em livros e este, que tem a cidade como protagonista, não podia deixar de ter. A narrativa perde um pouco de ritmo do meio para o final, em algumas páginas ele se arrasta mesmo, mas vale à pena continuar.

Título original: Dublin Foundation
Coleção: A Saga de Dublin Livro I
Editora: Record
Páginas: 700
Ano de lançamento: 1ª edição 2006

Este é o primeiro livro da saga; o próximo é O Despertar da Irlanda, que continua a saga a partir do século XVI. Se você é fã de romances históricos como eu, vai curtir muito este livro. Quatro corujas para Dubh Linn e sua conturbada história e uma recomendação para você ler também.


Até mais!
Eu vi o filme Histórias Cruzadas por causa de Viola Davis. Achei um filme bom, me fez chorar, adoro a Viola. Aí eu peguei o livro A Resposta para ler. Queria dar um tempo na ficção científica e aquele livro vinha me olhando do livreiro fazia tempo. Como eu já conhecia a história do filme, o livro me intimidava. Taí a palavra certa. Não sei bem o que vai ser dessa resenha...

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Sinopse:
Uma história de otimismo ambientada no Mississippi em 1962, durante a gestação do movimento dos direitos civis nos EUA.

Eugenia Skeeter Phelan acabou de se graduar na faculdade e está ansiosa para tornar-se escritora, mas encontra a resistência da mãe, que quer vê-la casada. Porém, o único emprego que consegue é como colunista de dicas domésticas do jornal local. É assim que ela se aproxima de Aibellen, a empregada de uma de suas amigas. Em contanto com ela, Skeeter começa a se lembrar da negra que a criou e, aconselhada a escrever sobre o que a incomoda, tem uma ideia perigosa: escrever um livro em que empregadas domésticas negras relatam o seu relacionamento com patroas brancas.

Mesmo com receio de prováveis retaliações, ela consegue a ajuda de Aibileen, empregada que já ajudou a criar 17 crianças brancas, mas chora a perda do próprio filho, e Minny, cozinheira de mão cheia que, por não levar desaforo para casa, já esteve por diversas vezes desempregada após bater boca com suas patroas. Uma história emocionante e estarrecedora onde a cor da pele das pessoas determina toda a sua vida. Um livro que, devido ao seu tema, chegou a ser recusado por quase sessenta editoras antes de ser publicado.

(Skoob)

O livro

O livro é narrado pelo ponto de vista de três personagens: Minny, uma empregada negra que é conhecida por ser uma excelente cozinheira, sempre falar demais e que perdeu o emprego diversas vezes por causa disso; Aibileen também negra, que já cuidou de dezessete crianças brancas e Skeeter, branca, que acabou de voltar da faculdade e que quer ser escritora. Todas elas vivem em Jackson, Mississippi, nos anos 60, uma época de profunda segregação racial.

As três parecem parceiras improváveis, especialmente porque Skeeter é branca, convive com as mulheres da sociedade de Jackson, enquanto as empregadas negras são relegadas a situações humilhantes e degradantes, sem salário mínimo e sem direito ao serviço social. Têm jornadas penosas, não podem usar o banheiro das casas onde trabalham, são vistas com desconfiança por patrões racistas. Precisam usar um banheiro pequeno e abafado na garagem porque são vistas como "sujas e transmissoras de doenças" (!).

Skeeter sonha em ser escritora, mas tudo o que consegue é um emprego no jornal local, escrevendo a coluna de limpeza e cuidados domésticos. Como não entende disso, acaba pedindo a ajuda de Aibileen, que lhe passa todas as dicas e soluções caseiras para uma série de problemas, como manchas na roupa, nos móveis. Aí, depois de receber um conselho de uma editora de Nova York, ela tem a grande ideia que norteia todo o livro: escrever um livro sob a perspectiva das empregadas e de como elas viam a sociedade de Jackson.

O que me faz lembrar de uma coisa em que não quero pensar: que a dona Leefolt tá construindo um banheiro pra mim porque acha que eu tenho doenças. E a dona Skeeter me pergunta se eu não quero mudar as coisas, como se mudar Jackson, Mississippi, fosse o mesmo que trocar uma lâmpada.

(Aibileen)

Skeeter, por sua vez, não esperava se confrontar com tantos privilégios que ela mesma nunca enxergou e do racismo que comete, mesmo que sem querer ou perceber, como quando ela sugere que a Aibileen vá até a biblioteca pública para retirar livros e Aibileen a lembra que negros não podem entrar lá. O projeto começa como um mero livro com várias biografias, mas ela não entende, em princípio, porque Aibileen não pode ser vista conversando com ela, nem recebendo-a em casa. Aquela era uma época em que um negro poderia ser morto ou espancado na rua apenas por estar ali. Ela não entende a raiva de Minny, que é sempre curta e grossa em suas observações. Na primeira vez que Aibileen conversa com Skeeter, ela passa mal e vomita. Cena que não está no filme.

Praticamente todas as personagens brancas são racistas, incluindo Skeeter. Skeeter começa a perceber seus próprios erros e tenta se policiar, aprendendo com Minny, com Aibileen e com as outras empregadas que se dispõem a ajudar. Mas nem tudo são flores. Uma das empregadas diz para Skeeter que ela é odiada e que seu projeto é só um engodo. Skeeter teme por todas as mulheres que estão contribuindo para o projeto, pois ela sabe que sua cor não é problema. O máximo que acontece com ela é ser excluída da sociedade de Jackson. Já para as negras, a morte, o espancamento, o despejo, a demissão, são presenças frequentes.

Histórias furiosas brotam, de homens brancos que tentaram tocá-las. Winnie conta que foi forçada inúmeras vezes. Cleontine disse que se debateu até tirar sangue do rosto do agressor, e que ele nunca mais tentou. Mas a dicotomia de amor e desprezo vivendo lado a lado é o que me surpreende. A maioria é convidada para o casamento das crianças brancas, mas só se for de uniforme. Essas coisas eu já sei; no entanto, ouvi-las da boca da pessoa de cor é como ouvi-las pela primeira vez.

(Skeeter)

Cena do filme Histórias Cruzadas. Minny, Aibileen e Skeeter.

Avaliação

Viola Davis foi muito criticada por ter protagonizado a empregada Aibileen. Uma atriz de sua importância e de seu talento, interpretando uma empregada em uma época de intensa segregação parecia ser algo indigno dela, que ela estava perpetuando um estereótipo clichê demais. Em uma entrevista, Viola conta que sua avó foi empregada em fazendas de algodão no sul, que sua mãe foi empregada por muitos anos e que conversou muito com sua mãe para poder dar vida a Aibileen.

Você só está reduzido a um clichê se você não humanizar um personagem. (...) Eu a vi em uma jornada. Eu a vi tendo humor, coragem e inteligência. Eu a vi numa dualidade. E é isso o que eu procurei acima de tudo. Porque, geralmente, é isso o que está faltando.

Viola Davis

A autora Kathryn Stockett também recebeu várias críticas, de tentar fazer o livro ser sobre segregação racial, sobre personagens negras e de ser mais uma branca tentando escrever sobre personagens negros e tornando-se um best-seller. Há vários pontos válidos aqui. Quando um negro escreve um livro sobre o assunto, ele dificilmente vira best-seller, mas uma branca vira. De repente, todos a ouvem. Mas o livro não é sobre a segregação racial nos anos 60. São três mulheres que decidiram escrever um livro. Vamos de uma narrativa para a outra, vendo o ponto de vista de cada uma. E temos muitos assuntos sendo tratados:

  • violência doméstica
  • supremacia branca
  • violência de gênero
  • racismo
  • falta de empregos para mulheres

A autora coloca no final:

(...) não pretendo pensar que sei como era ser uma mulher negra no Mississippi, sobretudo nos anos 1960. Acho que é algo que uma mulher branca que paga o salário de uma mulher negra jamais poderá entender completamente. Mas tentar entender é vital para a nossa humanidade.

O livro é isso: uma tentativa de uma mulher branca de contar uma história. E ela conseguiu, o livro é bom. Mas também é sobre uma mulher branca enfrentando seus privilégios por ser branca em uma sociedade profundamente racista. O filme deixou de fora muitos aspectos profundos de Aibileen e de Minny e de todas as outras empregadas do livro e sei que a autora apenas arranhou as questões de segregação, porque não era esse o assunto do livro. Assim como Toda a Luz Que Não Podemos Ver não é um livro sobre a Segunda Guerra Mundial.


No mais, sei que ter gostado do livro e ter me emocionado com ele também envolve meus privilégios enquanto branca. Privilégios esses que, assim como Skeeter, eu preciso ver, porque privilégios são transparentes. E preciso desconstruir o meu racismo todos os dias. Nós crescemos nessa sociedade que não é tão diferente daquela que vemos em Jackson, Mississippi. Se Skeeter aprendeu algo com os depoimentos que recebeu, a gente também pode aprender. Quatro corujas para o livro.

Título original: The Help
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 573
Ano de lançamento: 2012

Bom, digo a você que eu realmente precisava de um livro que me distraísse nesse período de carnaval. Não tive grandes expectativas, mas quando descobri que o e-book "Depois de Você" foi disponibilizado antecipadamente, simplesmente não consegui resistir. E sim, já li. A festa nem começou e já tive minha parte na folia.

Atenção: Esse post tem spoilers tanto deste quanto do primeiro livro, então a leitura é por sua conta e risco. Eu tentei evitar que acontecesse, mas vale o aviso...


Sinopse:
Com mais de 5 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Como eu era antes de você conta a história do relacionamento entre Will Traynor e Louisa Clark, cujo fim trágico deixou de coração apertado os milhares de fãs da autora Jojo Moyes.

Em "Depois de você", Lou ainda não superou a perda de Will. Morando em um flat em Londres, ela trabalha como garçonete em um pub no aeroporto. Certo dia, após beber muito, Lou cai do terraço. O terrível acidente a obriga voltar para a casa de sua família, mas também a permite conhecer Sam Fielding, um paramédico cujo trabalho é lidar com a vida e a morte, a única pessoa que parece capaz de compreendê-la.

Ao se recuperar, Lou sabe que precisa dar uma guinada na própria história e acaba entrando para um grupo de terapia de luto. Os membros compartilham sabedoria, risadas, frustrações e biscoitos horrorosos, além de a incentivarem a investir em Sam. Tudo parece começar a se encaixar, quando alguém do passado de Will surge e atrapalha os planos de Lou, levando-a a um futuro totalmente diferente.

O livro:

O livro começa mostrando Louisa em seu local de trabalho como garçonete em um pub nada memorável localizado dentro de um aeroporto. Sem objetivos na vida, ela permanece sob o torpor do luto e da indefinição. Após a morte de Will, ela passou ao menos nove meses atordoava com a recém adquirida liberdade, trabalhando em Paris até se desapaixonar pelo local, viajando sem conseguir se sentir bem em qualquer lugar. E seu sentimento de inadequação continuava, independente de quanto tempo se passasse, o que faz com que ela se acomode, sem se sentir seguira ou decidida para tentar algo novo. A bem da verdade, é como se ela não soubesse o que quer ou tivesse a vontade de querer algo. Ela só quer que a dor passe.

Uma noite, ela bebe demais e cai do terraço do prédio onde mora. Esse acidente a obriga a voltar para casa de sua família, onde é alvo de especulação no local devido a sua história com Will e sua participação na realização dos desejos dele. Acima de tudo, o comentário é de que teria tentado suicídio. Cansada dos comentários maldosos, ela decide voltar para o apartamento e seu pai impõe a seguinte condição: ela deve começar a frequentar um grupo para terapia de luto. Ao fim de uma das reuniões ela conhece Sam, um dos paramédicos que ajudou a socorrê-la após a queda. São pequenas mudanças que prometem algo diferente em sua vida, uma forma de seguir em frente, mas tudo muda quando uma pessoa bate a sua porta e faz com que o passado venha novamente a tona da forma mais intensa possível.

Avaliação:

Pelo que li, a autora não tinha intenção de lançar uma continuação, mas foi incentivada pelos leitores, que ficaram curiosos pelo destino de Louisa. E por mais que eu não tenha gostado do pretexto usado por ela para garantir que a história com Will voltasse a tona, eu consegui embarcar no livro. Também não era como se eu tivesse muita expectativa: meu caso era de pura curiosidade.

Consegui embarcar na falta de perspectivas e de esperanças de Louisa e fiquei feliz a cada sinal de que ela estava evoluindo, saindo do embotamento das emoções e finalmente chegando a algum lugar. Descobrindo o amor e ter a sensação de que ela poderia ser o suficiente para quem alguém decidisse ficar. Acima de tudo: que era possível seguir em frente mesmo com o luto.

Como mencionei acima, posso não ter gostado do pretexto que Moyes usou para trazer a história de volta, mas - salvo algumas exceções nas quais houve um tom de 'fanfic' - gostei muito de como ela a conduziu e a encerrou. Se o primeiro livro não foi o suficiente para o apetite do leitor, posso dizer que esse pode saciar bem mais que a curiosidade. 

E gente, esse livro tem um toque feminista que eu realmente adorei! 

Quatro corujinhas!

Este livro foi bem difícil de ler. Tinha assistido ao filme primeiro, chorado horrores e fiquei com bastante medo de pegar o livro. Duas pessoas muito queridas morreram em decorrência do Alzheimer e uma delas teve o mesmo problema de Alice, o Alzheimer de instalação precoce. Ler o livro foi bem diferente de ver o filme, pois aqui nós temos a narração de Alice, estamos em sua cabeça, acompanhando sua vida e convivência com a doença.


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Sinopse:
Alice (no filme, interpretada por Julianne Moore) sempre foi uma mulher de certezas. Professora e pesquisadora bem-sucedida, não havia referência bibliográfica que não guardasse de cor. Alice sempre acreditou que poderia estar no controle, mas nada é para sempre. Perto dos cinqüenta anos, Alice Howland começa a esquecer. No início, coisas sem importância, até que ela se perde na volta para casa. Estresse, provavelmente, talvez a menopausa; nada que um médico não dê jeito. Mas não é o que acontece. Ironicamente, a professora com a memória mais afiada de Harvard é diagnosticada com um caso precoce de mal de Alzheimer, uma doença degenerativa incurável.

Poucas certezas aguardam Alice. Ela terá que se reinventar a cada dia, abrir mão do controle, aprender a se deixar cuidar e conviver com uma única certeza: a de que não será mais a mesma. Enquanto tenta aprender a lidar com as dificuldades, Alice começa a enxergar a si própria, o marido (Alec Baldwin), os filhos (Kate Botsworth, Hunter Parrish e a queridinha de Hollywood, Kirsten Stewart) e o mundo de forma diferente. Um sorriso, a voz, o toque, a calma que a presença de alguém transmite podem devolver uma lembrança – mesmo que por instantes, e ainda que não saiba quem é.


O livro

Alice é uma bem sucedida professora de Harvard. Casada com um também professor, três filhos, sendo que a mais nova é tida como rebelde apenas porque não quer frequentar a faculdade. É uma mulher independente, pesquisadora, que apesar dos percalços da vida, está sempre trabalhando, viajando para encontrar a filha, sendo o suporte para a carreira do marido. Eles moram numa casa muito boa, perto do campus, a vida parece seguir muito bem.

Alice começa a ter esquecimentos estranhos. As palavras fogem. Mas a preocupação realmente a aflige quando sai um dia para correr e se perde. Ela sabia que estava num lugar que conhecia, mas que simplesmente lhe escapava. Alice não conseguia achar o caminho para sair da praça e voltar para casa.

Preocupada, ela procura sua médica usual. Ao procurar na internet por seus sintomas, ela julgou que pudesse ser menopausa. Depois procura um neurologista, que pede todos os exames possíveis. E ele lhe dá um diagnóstico aterrador: ela tem Alzheimer de instalação precoce. O Alzheimer é considerado precoce quando é diagnosticado antes do 65 anos e neste caso ele é sempre hereditário. O médico lhe passa uma série de papéis e regras e faz testes de memória, mas Alice sente como se não conseguisse acreditar que tem Alzheimer.

Ela pensa na filha mais velha, Anna, que está tentando ter filhos e como a doença é hereditária, ela pode acabar não só desenvolvendo, como também passando para as crianças. E agora? Como contar para a família? Sua filha mais nova, a rebelde, já tinha percebido que algo estava errado, mas o marido e os outros filhos, que a viam o tempo todo não.

Acompanhamos a rotina de Alice, as tentativas de dar aulas, que vão piorando cada vez mais. Seus alunos começam a perceber algo errado, especialmente num dia em que ela entra, senta-se, esperando um professor - que era ela mesma! - se levanta e sai. Ela esquece de pegar um voo, vive grudada no celular para não esquecer da vida e enfrenta as dificuldades do marido em aceitar sua doença.

Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo. Esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele. Esquecerei o hoje. Mas isso não significa que o hoje não tem importância.


Avaliação

De todos os personagens do livro, o que mais me incomodou foi o marido, pois esta é uma reação que acredito que seja geral para muitos sujeitos que sempre tiveram o apoio da família e da esposa para subir na carreira, enquanto ela ficava em casa, de licença, cuidando dos filhos e tendo que parar seus estudos, experimentos e carreira. O marido de Alice trabalha com genética e quer colocá-la em todos os estudos e testes possíveis, como se ela estivesse com um defeito e não com uma doença.

Alice perde as coisas e depois desmonta a casa inteira atrás delas. O marido chega um dia e encontra toda a louça para fora dos armários. Ela procura algo maniacamente e não acha. Na verdade ela estava atrás do celular, que enfiou no freezer. Outro dia, ela entra na casa errada e a vizinha a encontra.

Mas mesmo com todas as provações, Alice consegue criar um grupo de ajuda para pacientes com a mesma doença e estágios iniciais de demência. É muito bonito vê-la tirar forças e ensinamentos sobre a doença para passar para os outros. Mas ao mesmo tempo é triste vê-la tentar se lembrar do nome dos filhos, ou de onde guardou o celular.

Quando eu era criança, uma vizinha cuidava de mim antes de eu ir pra escola, já que minha mãe saía cedo para trabalhar e eu estudava à tarde. Depois que nos mudamos, acabamos perdendo contato, mas um dia minha mãe encontrou o marido dela na rua. E ele disse que ela estava com Alzheimer. Quando a visitamos, pareceu que ela teve um lampejo de consciência ao ver minha mãe, mas já estava na cama, sem conseguir falar, andar, nem comer sozinha.

Ela morreu poucas semanas depois. O marido contou que percebeu algo estranho em um dia em que estava no trabalho e ligaram perguntando por ela. Não sabiam onde ela estava e não tinha chegado ao trabalho, uma escola municipal. Ela se perdeu no caminho para a escola. Não conseguia pegar o ônibus e foi uma vizinha que a viu andando na rodovia.

Foi por isso que esse livro me tocou tão fundo. Cerca de 35,6 milhões de pessoas ao redor do mundo que sofrem da doença de Alzheimer. Mas eu pensei nela, imediatamente. Na senhora cheia de energia que cuidava de mim, na comida saborosa que fazia e nas tardes jogando Atari com o filho dela. Vê-la da forma como vi foi muito difícil.

Título original: Still Alice
Ano: 2009
Páginas: 284
Editora: Nova Fronteira

Recomendo a leitura fortemente para todo mundo. Doença de Alzheimer não acomete somente os idosos, pessoas com cinquenta anos também podem apresentar os sintomas e desenvolvê-la muito cedo. É também uma leitura muito leve apesar do tema. Alice consegue rir da própria situação em vários momentos. Um tema sensível, um livro bem escrito, por isso, cinco corujas.

Após tantas leituras sérias e um breve início de ressaca literária pós-"A Morte de Ivan Ilitch", senti a necessidade de ler algo para relaxar. Em períodos assim gosto de procurar romances leves ou chick-lits, e uma vez que o livro da Susan Mallery estava por perto, me pareceu uma boa ideia arriscar. E assim começa a história do meu primeiro arrependimento literário de 2016.


Sinopse:Há dez anos, Maya Farlow partiu o coração do sensual Del Mitchell. Superindependente, ela não soube lidar com esta paixão avassaladora e decidiu fugir. Agora, Maya precisa trabalhar ao lado de Del para promover a cidade de Fool's Gold. Por mais que este charmoso bad boy esteja decidido a não se envolver com Maya novamente, ele é viciado em adrenalina. E nenhuma das suas aventuras radicais foi tão emocionante quanto entregar seu coração para Maya.

O livro:

Criada por uma mãe omissa e sempre mudando de lugar, Maya não teve muita opção além de desenvolver sua independência desde cedo. Por isso, não é difícil entender quando ela se assusta ao ser pedida em casamento pelo namorado enquanto ainda eram adolescentes. Assustada com a perspectiva de se entregar, criar raízes, e temendo que o relacionamento não dure, ela termina o relacionamento com Del. O problema é que, ao invés de ser sincera, ela termina o namoro de uma forma brusca, o que torna as coisas aparentemente sem volta.

Dez anos depois, ela resolve dar uma virada em sua carreira profissional e volta à cidade, onde vai trabalhar em uma campanha para promoção turística do local. Lá, descobre que terá de trabalhar com Del, que - atualmente famoso - será o garoto-propaganda dos comerciais veiculados. Trabalhando juntos Maya e Del terão que lidar com o que houve e com a possibilidade de algo mais acontecer. E uma vez que estamos falando de um romance, o "algo mais" definitivamente acontece.

Avaliação

Bom, Susan Mallery é uma autora que conheço razoavelmente graças a trilogia das irmãs Keyes - cuja leitura só consegui terminar porque a Amazon fez promoção dos ebooks já que as edições físicas nunca tiveram um preço lá muito bom. - e também aos Harlequins da vida. Já tinha mais ou menos uma ideia do que esperar e não li com muitas expectativas que estivessem além de um pouco de leveza. O problema é que não foi lá essas coisas.

Um dos problemas de um livro Harlequin normal é a falta de profundidade. Nesse caso o problema pode ser explicado pelo tamanho, afinal as histórias não tem muitas páginas. É pra ser rápido e simples. "Roube meu Coração" conta com mais páginas, mas me pareceu tão raso quanto e isso foi frustrante. A presença dos clichês também foi, embora normalmente isso não me incomode (eu leio Harlequin, então porque me incomodaria com um clichê ou outro?), mas até pra isso é preciso um pouco de inspiração.

Não é exatamente um livro ruim. Provavelmente - mesmo não querendo - acabei esperando demais. No fim a leitura acabou passando batida em vários momentos. Não me fixei em nenhum personagem, não me interessei por ninguém, nem tive curiosidade por nada. Acho que isso justifica a posição de primeiro arrependimento literário de 2016.

Há algum tempo vejo esse livro sempre com boa avaliação tanto em blogs quanto canais literários, mas sabe quando você não dá muita atenção e procura outras coisas para ler? Pois é, esse foi o meu caso e por isso demorei tanto a finalmente embarcar. Desencantei quando resolvi que um dos meus objetivos para 2016 seria justamente ler mais clássicos, e TCHARAN! Aqui estou eu agora.



Sinopse;
Muitos críticos consideram a "A Morte de Ivan Ilitch" como a novela mais perfeita da literatura mundial; a agonia de um burocrata insignificante serve de pretexto ao autor para nos contar uma história que diz respeito ao destino de cada um de nós e que é impossível ler sem um frêmito de angústia e de purificação.

O livro:


Ivan Ilitch é um magistrado que se julga um homem de qualidades. Sua vida, gestos e atos são todos pautados por equilíbrio, retidão e respeitabilidade, visando crescimento e satisfação através da construção de sua imagem perante a sociedade. Ele está no auge de sua carreira ao receber uma ótima oferta de emprego e começa a se preparar: compra um apartamento para sua família e resolve cuidar da decoração pessoalmente antes que os seus cheguem e se estabeleçam no novo lar. Durante esses ajustes, Ivan leva um tombo do qual aparentemente não teve maiores consequências, mas que se torna o estopim de uma longa doença da qual nenhum médico sabe o que se trata ou se pode ser curada. Por fim essa agonia o colocará diante da reflexão de seus atos no decorrer da vida.

Avaliação:


"A Morte de Ivan Ilitch" é uma novela com nenos de 100 páginas, mas devo dizer que, apesar do seu tamanho, ele não deixa nada a dever a respeito do que temos como uma boa história. Seu texto é marcado por reflexões sobre mortalidade e também sobre aquilo que faz o ato de viver valer a pena, bem como os gestos e valores dignos de lembrança.

Ivan, até o dia em que sua doença deixou bem clara que lhe traria o destino derradeiro, foi obrigado a examinar sua vida e consciência. Antes reclamando a estima e a preocupação daqueles que estavam a sua volta, passou a ser obrigado a refletir duramente sobre si mesmo quando aparentava não restar nada além da dor. Foi obrigado a descobrir que pouco valeu os esforços de aparência e respeitabilidade, que isso não o colocava acima dos outros e que sua reputação não o colocava um patamar acima a de qualquer outro ser humano. Que ele ainda seria frágil e teria o mesmo fim de qualquer modo. Seu alívio veio somente mediante a aceitação de que talvez sua existência não fosse algo digno de nota, mas que ainda poderia fazer algo certo. O certo era sua dívida para com os vivos e que, no fim das contas estava além de qualquer convenção social ao qual já se submetera. No fim, era justamente o que lhe prendia.

Imagino a repercussão que essa história causou na época de sua publicação. E definitivamente entendi porque tanta gente aprecia e indica a leitura.


Não é de hoje que os livros a respeito do Oriente Médio me atraem a atenção. Desde que me entendo por leitora sempre tive vários deles em minhas estantes e também em listas de leitura, em especial as biografias. Porém, passei um bom tempo longe desses livros, visto que volta e meia passo por uma overdose de temáticas e apenas eventualmente me arrisco em romper esse tipo jejum literário. Esse foi o caso de "Dias de Mel" e que teve um saldo positivo.

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Sinopse:
Em 2003, Annia Ciezadlo resolve passar a lua de mel em Bagdá. O destino nada óbvio para uma norte-americana se justifica pela decisão de seu marido Mohamad, que era jornalista nos Estados Unidos, de cobrir a invasão do Iraque e voltar ao Líbano, sua terra natal. Neste livro, a autora fala sobre os anos na Bagdá ocupada pelas forças de Coalizão e na Beirute marcada pelas divisões sectárias. Fala também sobre o dia a dia das pessoas, sua relação com a família de Mohamad, as diferenças culturais entre Oriente e Ocidente e sobre a possibilidade de resolver os conflitos com uma mesa cuidadosamente preparada

Bem, acho que diante da sinopse nem preciso entrar muito em detalhes. Ela já diz tudo o que é preciso dizer, em especial a imensa variedade de assuntos que ela tenta abarcar em um único livro. E note que logo no início do texto eu mencionei que o 'saldo foi positivo', um claro indicativo de que existem alguns problemas ali e acolá e devo dizer que foi justamente por querer abordar mais do que poderia: muitos temas em um mesmo livro.

Basicamente ocorre que o tema predominante é comida. Até a primeira metade do livro os outros temas coexistem, mas de uma maneira confortável, sem que soe cansativo. Depois disso ela suspende o tema em prol dos diversos conflitos ocorridos em Beirute. Passa muito tempo batendo na mesma tecla e esquece abruptamente do tema principal para voltar a abordá-lo somente mais tarde, e ainda assim de forma superficial. Isso fez com que eu me sentisse um orientador de monografia gritando pro aluno focar no tema, enquanto este simplesmente ignorava porque baixou a inspiração. E claro, quando baixa a inspiração você precisa dar corda e trabalhar na ideia, seja como for e do jeito que der.

Esse foi o ponto frustrante da minha leitura. Não sei dizer se é algo que poderia ser resolvido após uma primeira revisão, se havia uma outra forma possível de compor o mosaico que ela se propôs a construir, mas essa falta de direção me chamou a atenção. Mas devo explicar também a razão que me fez considerar o saldo positivo: embora a autora tenha se perdido em vários momentos, as suas propostas foram fascinantes e me fez encontrar muitos pontos interessantes.

Um dos pontos que gostei foi ter mais detalhes sobre o Iraque. A maior parte dos livros disponíveis no mercado literário abordam o Irã, Afeganistão, Paquistão e Árabia Saudita. Volta e meia também é possível encontrar Líbano e Líbia (em menor escala) como pontos de temática, mas não o Iraque, e isso foi enriquecedor. Preencheu uma boa lacuna da minha curiosidade O cotidiano no país antes, durante e após Saddam Hussein relatado para a autora através dos amigos que ela fez durante sua estadia, e também seu plano de descobrir a culinária local, mesmo que muitos insistissem que essa culinária simplesmente não existia. E sim, ela conseguiu.

Além disso, o grande acerto do livro foi investir na ideia de que, mesmo entre tantos problemas, guerras e conflitos as pessoas tentam manter uma espécie de normalidade e ter uma continuação de suas rotinas mesmo isso significando o apego aos pequenos rituais e gestos do dia-a-dia, mesmo quando as coisas parecem desmoronar ao seu redor e tudo é tão frágil. Claro, é o que sabemos que acontece, mas a ênfase nos relatos que ganham a mídia dificilmente cobre esse ponto. A ficção muitas vezes mostra esse tipo de força, mas muitas vezes ela perde sua essência devido a exigências de mercado. Não é o caso de "Dias de Mel" e isso me agradou muito.

Saldo positivo? Claro que sim. Positivo a ponto da minha avaliação ter quatro corujinhas:

Denso, envolvente e complicado: eis que o primeiro livro lido de 2016 já chegou arrebentando tudo. Seria esse um bom sinal?


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Sinopse
Passado ao longo de 28 dias numa pequena cidade litorânea, o romance conta a história de Magnólia, uma enóloga tão temperamental como enigmática, que visita o irmão e os sobrinhos após ter estado três anos distante. Voltar àquela casa de frente para o mar parece ser uma série de novos testes em sua vida: confrontar o passado, aceitar a nova situação do irmão viúvo, viver uma nova e arriscada paixão e ser a guardadora de um segredo que pode abalar toda a sua família. "O Frágil Toque dos Mutilados" é um drama familiar sobre o reencontro de pessoas que tentam se explicar, se ajustar e se compreender através de seus sonhos e conflitos.


O livro

O livro - dividido em três partes - se passa ao longo de 28 dias de férias, sendo que cada dia representa um capítulo. O ponto de vista predominante é de Magnólia, embora ocasionalmente o leitor possa ter vislumbre da consciência de outros personagens. Ela convive com o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline, e é através do seu fluxo de consciência, seu temperamento inconstante e sua acidez contumaz que os demais personagens se revelam e a história se coloca em movimento, com cada um deles revelando o que os torna frágeis ou mutilados. 

Cada gesto e cada palavra de Magnólia é capaz de atingir em cheio aqueles que estão ao seu redor, tornando impossível a preservação da falsa paz, das máscaras e do silêncio cheio de culpas que todos se esforçam para manter. Não existe quem seja poupado de suas explosões de ódio incontido ou de seu estoque inesgotável de verdades desconfortáveis: seu marido Herbert de temperamento manso e acomodado; seu irmão Orlando de luto constante e luta contra alcoolismo e a irmã Elisa - com sua distância e irritante espiritualidade são os principais alvos. Diante deles, é fácil notar como não existe máscara forte o bastante para resistir a tudo. 

Avaliação


Logo de cara posso dizer que a narrativa me conquistou, assim como a construção do fluxo de consciência da protagonista, cheia de nuances, acidez e explosões. É fácil se sentir na pele dela, o que deve chegar a ser exaustivo para o leitor. Eu segui na leitura me sentindo como se pisasse em ovos assim como os demais personagens se comportaram frente a ela, tentando evitar a próxima explosão, a próxima torrente de verdades. Também me senti cansada, por acompanhar o funcionamento da mente de Magnólia, pois tudo é sempre muito intenso. Não existe suavidade ou delicadeza para a personagem: é tudo fogo e caos. Apesar disso, a narrativa é de uma delicadeza ímpar.

Porém, apesar de ter gostado, também devo dizer que demorei a me acostumar com duas coisas: o apuro na descrição da paisagem com o uso de cores - o que me fez pular várias frases - e com o uso excessivo de palavras incomuns na narrativa, algo que me deixou desconfortável durante a primeira metade do livro. Não que o vocabulário mais denso seja algo negativo - pelo contrário -  mas por ser jornalista e ter passado quatro anos ouvindo professores pedindo para simplificar, a minha vontade era dizer exatamente o mesmo ao autor. De qualquer modo, é uma sensação que não dura muito afinal logo o leitor acaba sendo tragado para a tempestade.

Outro ponto é que fiquei um pouco frustrada pela forma como a trama chegou ao fim. Não estou falando do epílogo (lindíssimo, aliás), mas pelo fio condutor, a revelação do mistério e seu breve desenrolar. Mas ao mesmo tempo não acho que a trama poderia ter se resolvido de outra maneira. Pareceu o fim possível, mas não o fim merecido. Armadilhas da ficção.

No fim, tudo que posso dizer é que gostei muito do livro e da escrita de Alex Sens e mal posso esperar para conferir outros trabalhos.

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